Capítulo 4

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Arkyn on

Como todos os dias, eu acordo bem cedo para observar o nascer do sol e normalmente vejo a vila ainda tranquila, com poucos vikings andando, mas hoje isso foi diferente. Como já dito, o lugar onde moro tem visão para a tribo inteira, até mesmo a arena, que geralmente ta vazia, mas agora tem movimento, o que será que está acontecendo lá? Acho que não faz mal dar uma olhadinha...

Arkyn off - Narrador on

Arkyn então caminha em direção a arena o mais rápido que pode e, assim que chega, se esconde e fica observando de longe, logo escutando Bocão começar a falar.

Bocão: Bem vindos ao treino com dragões - diz abrindo a arena.

Astrid: Agora é pra valer - diz entrando na arena, junto de Mequento, Perna-de-Peixe e os gêmeos, todos animados para o treinamento.

Cabeça-dura: Quero ficar com queimaduras alucinantes.

Cabeça-quente: E eu com umas dentadas, tipo no ombro, nas costas.

Astrid: É, só tem graça se rolar cicatriz.

Soluço: É, falou e disse, uh, me amarro.

Cabeça-dura: Ah, ótimo, quem convidou ele?

Bocão: Então vamos começar, o recruta que se sair melhor vai ter a honra de matar o seu primeiro dragão na frente de toda a nossa aldeia.

Melequento: O Soluço já matou um fúria da noite, isso não desclassifica ele não? - Assim que termina, os gêmeos começam a rir, junto dos demais adolescentes, brincando com a cara do Soluço, que apenas fica quieto.

Bocão: Não esquenta, você é pequeno é fraco, vai ser um alvo menos apetitoso, vão achar que você tá' dodói ou doidinho e irão atrás daqueles que tem mais jeitão de viking. Atrás destes portões estão algumas espécies que irão aprender a combater, o Nadder Mortal - um grunhido de Nadder pode ser ouvido.

Perna-de-Peixe: Velocidade 8, força 13.

Bocão: O Ziperarrepiante.

Perna-de-Peixe: Furtividade +11 x2.

Bocão: O Pesadelo Monstruoso.

Perna-de-Peixe: Poder de fogo 15.

Bocão: O Terror Terrível.

Perna-de-Peixe: Ataque 8, veneno 12.

Bocão: Cala a boca moleque, e o Gronkel.

Perna-de-Peixe: Mandíbula força 8. - sussurra para Soluço.

Melequento: O Bocão, você não vai treinar a gente primeiro?

Bocão: Eu acredito que só se aprende fazendo - Diz e abre a jaula do Gronkel, que sai voando e bate em uma parede - hoje é aula de sobrevivência, quem for atingido esta fora! Rápido, qual é a primeira coisa que você vai precisar?

Soluço: De um médico?

Perna-de-Peixe: Velocidade 5?

Astrid: De um escudo!

Bocão: Isso, peguem logo! A peça mais importante do seu equipamento é o escudo, se tiver que escolher entre uma espada e um escudo, pegue o escudo - fala e joga Soluço para o meio da arena, está mais do que óbvio que ele não queria estar ali.

Cabeça-dura: Tira a mão do meu escudo.

Cabeça-quente: Escolhe outro, garoto.

Cabeça-dura: Pega aquele com a flor, é bem de mulherzinha - recebe uma batida do escudo da Cabeça-quente.

Cabeça-quente: Opa, esse tá' com sangue agora - continuam brigando e o Gronkel acerta bem no escudo, os jogando no chão.

Bocão: Cabeça-dura, Cabeça-quente você estão fora! Seus escudos servem para mais uma coisa, barulho! Façam bastante barulho para confundir o dragão - os adolescentes batem suas armas nos escudos deixando o Gronkel perdido e, possivelmente, com dor de cabeça, como eu. - Todo dragão tem um número limitado de tiros, digam quantos tem um Gronkel.

Melequento: 5?

Perna-de-Peixe: Não, 6!

Bocão: Acertou, 6! Um para cada um de vocês - o gronkel acerta o escudo do Perna-de-Peixe. - Perna-de-Peixe tá' fora! - Após dizer isso, o adolescente sai correndo gritando. - Vai lá Soluço - um tiro do Gronkel acerta a parede ao lado da cabeça de Soluço, o assustando e o fazendo se esconder atrás de uma parede de madeira.

Melequento: Aí, eu to me mudando para o porão dos meus pais, aparece lá para malhar, você tem jeito de quem malha - diz para Astrid, que não da a mínima, e devia do ataque do Gronkel, que acerta em cheio o escudo do Melequento, o desclassificando, uma cena maravilhosa de se ver. Astrid então rola até o lado de Soluço.

Soluço: É, parece que agora é só você e eu.

Astrid: Não, só você - diz e desvia do jato de lava, que bate no escudo de Soluço o jogando longe do mesmo.

Bocão: Só resta um tiro - o Gronkel vai na direção do Soluço, que estava correndo atrás do seu escudo. - Soluço!

O adolescente fica encurralado na parede pelo Gronkel, que o cheira e se prepara para disparar o seu último tiro no pequeno e frágil viking,mas que por sorte foi salvo por Bocão, que agarrou a boca do dragão com seu gancho, o fazendo errar o disparo.

Bocão: E com esse seis. Volta pra' cama seu salsichão metido a besta - ele joga o Gronkel na jaula e o prende. - Você vai ter outra chance, não se preocupe. Lembre-se, os dragões sempre, sempre - olha para Soluço. - Atacam para matar.

Narrador off - Arkyn on

Arkyn: Caramba, que treino foi esse, ainda bem que eu não tô' lá, e pensando bem, porque eu não fui avisado? Não ter sido convidado ok, eles sabem que eu não iria, mas nem ficar sabendo? Vou perguntar para o meu pai, ele deve saber de algo - saí de lá o mais rápido possível e fui para casa, logo encontrado meu pai na plantação de repolhos.

Arkyn:  Oi pai.

Ragnar: Filho, por onde andou? Estive te procurando a manhã toda!

Arkyn: Exagerado, eu estava na arena - assim que digo isso, posso ver uma mínima mudança em sua expressão.

Ragnar: E o que fazia lá?

Arkyn: Ah, nada demais, só olhando o treino com dragões - ele não diz nada. - Pai, o senhor sabia disso?

Ragnar: Sabia, ontem quando você foi para a floresta, o Bocão apareceu aqui em casa para falar do treinamento, ele me disse para te colocar junto dos outros, mas eu deixei claro que você não iria... Mas porque a pergunta, filho? Por acaso você - não o deixei terminar.

Arkyn: Não! Nunca pai! É só que... - Nem eu sei porque me incomodei.

Ragnar: Eu sei o que está sentindo filho.

Arkyn: Sabe?

Ragnar: Sei. Você está se sentindo excluído - não respondi nada, apenas abaixei a cabeça. - Mesmo que você não queira matar dragões, você se sentiu excluído quando não te chamaram e ver todos reunidos na arena, te fez sentir isolado, como se-

Arkyn: Como se eu não existisse?

Ragnar: Eu não diria com essas palavras, mas serve. Filho, se você quiser ir para a arena-

Arkyn: Não. Eu prefiro ficar excluído e sozinho do que machucar criaturas tão incríveis.

Ragnar: Tudo bem, mas saiba de uma coisa, você nunca, nunca estará sozinho, filho, não enquanto eu habitar esse mundo, ouviu?

Arkyn: Sim.

Ragnar: Ótimo, agora coloca um sorriso nesse rosto porque sua cara de deprimido é muito feia - a fala de meu pai me fez rir, é, eu não poderia pedir um pai melhor.

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