Capítulo 21

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Soluço pov

Sinto meu corpo deitado em algum lugar estranhamente confortável, já que a última coisa que me lembro foi de ter sido acertado pela cauda do dragão. Sinto um ar quente em meu rosto e alguns grunhidos a minha volta, me fazendo abrir os olhos e me deparar com Banguela.

Soluço: Eaí' Banguela - ele começa a lamber a minha cara. - Também é bom te ver amigão - o Fúria da noite se apoia em minha barriga, me fazendo sentar a segurando devido a dor. Olho ao redor e vejo estar em minha casa. - É, e-eu tô' na minha casa? Você tá' na minha casa? - Banguela começa a subir na parede e fazer bagunça. - Meu pai sabe que você tá' aqui? - Ele para ao meu lado. - É, não, não, pera' aí, não, Banguela, não, ah, qual é - exclamo para ele que estava subindo em um pilar de madeira.

Ia me levantar, mas sinto algo diferente em mim, então levanto a coberta e meus olhos se arregalam. É, nem tudo dá certo. Suspiro e tento me levantar, vendo o dragão cheirar minha perna de metal. Respiro fundo algumas vezes e levanto, tento dar um passo e consigo, tento de novo e quase caio, mas o Fúria da noite me segura com sua cabeça antes disso. Eu me apoio nele e vou até a porta, a abrindo e a fechando na mesma velocidade após ver um Pesadelo Monstruoso do lado de fora. Respiro fundo e abro novamente a porta, vendo que haviam muitos dragões por toda Berk.

Soluço: Eu sabia, tô' morto - escuto uma risada ao meu lado e vejo que era meu pai.

Stoico: Não, mas não foi por falta de esforço. Então, o que acha? - Descemos alguns degraus até sermos rodeados de pessoas. - No fim, só precisávamos de tudo... Isso.

Soluço: Você tá' apontando para eu todo - digo um pouco espantado.

Bocão: Bom, quase todo, aquele pedacinho ali fui eu que fiz, com um pequeno toque no estilo Soluço, da pro' gasto?

Soluço: Precisa de uma calibradinha - digo e todos riem. Logo sinto um soco no meu ombro. - Ai!

Astrid: Isso, é por me assustar.

Soluço: Mas, v-vai ser sempre assim - sou interrompido por um abraço dela, que na mesma velocidade que veio, se afastou. Sorrimos um para o outro. Bocão se aproxima com a cauda do Banguela e me entrega.

Bocão: Seja bem vindo - o barulho da porta é ouvido.

Viking: Fúria da noite!

Gosmento: Abaixem-se - Baguela aparece subindo em cima dos vikings e os derrubando. Rimos com isso e coloco a cauda nele, vendo os demais vikings se afastarem e ficar somente eu e Astrid. Olho ao redor buscando alguém e parece que minha ação chama a atenção da loira.

Astrid: Floresta.

Soluço: Hm?

Astrid: Ele tá' na floresta - me espanto por ela saber quem eu estava procurando.

Soluço: Como você...?

Astrid: Vai lá, ele ficou muito preocupado com você - a encaro alguns segundos e logo subo no Banguela, indo em direção a floresta.

Nem precisei pensar para saber onde ele estava, então fui direto para lá, o lugar que passamos muitos momentos memoráveis e incríveis. A montanha. Assim que cheguei na clareira, desci do Banguela e começo a buscar o viking com o olhar, enquanto o dragão se afastava. Enquanto procurava, sinto duas mãos cobrirem meus olhos e uma respiração quente vir em meu pescoço, o que me faz arrepiar.

Arkyn: Procurando alguém? - Ele diz com a voz bem perto do meu ouvido, o que faz meu estômago gelar e se remexer. Eu pego em suas mãos e as seguro enquanto me viro, dando de cara com ele sorrindo docemente. Assim que me viro totalmente, seu olhar desce para minha perna e seu sorriso desmancha.

Soluço: Ei, tá' tudo bem - seguro seu rosto para ele me olhar. - Foi só uma perna, vou sobreviver - sorrio para ele, que num movimento rápido, agarra minha cintura e me puxa para um abraço, comigo abraçando seu pescoço e fazendo um carinho ali e ele rodeando minha cintura com o rosto enterrado em meu pescoço.

Arkyn: Eu fiquei com tanto medo de te perder. Quando vi aquela explosão senti meu corpo gelar só de pensar que poderia ter te perdido de vez - sua voz começa a ficar embargada. - E depois, quando o Banguela abriu as asas e eu vi que você estava vivo, eu senti um alívio e uma alegria tão grande - ele me aperta mais no abraço. - Por favor, não me assusta assim mais - meu ombro começa a ficar meio úmido, indicando que ele estava chorando.

Soluço: Tá' tudo bem, eu tô' aqui, vivo, na sua frente.

Arkyn: Mas poderia não estar.

Soluço: Ei - puxo seu rosto com minhas mãos para olhá-lo nos olhos, vendo que as lágrimas ainda escorrriam. - Eu estou aqui e não vou a lugar nenhum, não importa o que aconteça, estaremos juntos, eu e você, e nada nem ninguém poderá nos separar novamente - seu choro se intensifica e posso sentir meu rosto ficando molhado pelas minhas lágrimas. - Ouviu? - Ele balança a cabeça positivamente e nos abraçamos novamente.

Arkyn: Espero que meu pai não fique bravo.

Soluço: Porque ele ficaria?

Arkyn: Bom, eu não consegui te trazer inteiro.

Soluço: Acho que ele pode relevar isso - nós rimos. Continuamos abraçados por mais um tempo até ouvirmos vozes me chamando. Ele se afasta e limpa as lágrimas com a mão.

Arkyn: Eles estão te procurando.

Soluço: É. Mas eles vão ter que esperar, tô' ocupado agora - olho para ele e sorrio, que imita a minha ação e balança a cabeça.

Arkyn: Acho que não faz mal ficarmos um pouco separados agora. Vai lá - balanço a cabeça e vou até o Banguela, montando nele.

Soluço: Não quer vir?

Arkyn: Não, ainda não estou pronto para isso, pode ir - nos olhamos um pouco e começo a voar com o Banguela em direção a Berk, encontrando a Astrid no caminho.

Esta é Berk. Neva nove meses por ano e nos outros três cai granizo. Tudo que é cultivado aqui é duro, sem sabor. E o povo que vive aqui é mais ainda. A única coisa boa são nossos animais de estimação. Sabe, em outros lugares as pessoas tem pôneis, papagaios. Mas nós temos... Dragões!

Voamos pelo céu e acabamos passando por cima da clareira e de lá consigo ver o Arkyn nos olhando. Sorrio com isso. É, a história está apenas começando.

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Bem, primeiramente quero agradecer por quem leu essa história até aqui, não imaginei que poderia ter tantas vizualizações.

Em segundo lugar, a história não ficou em aberto ou inacabada. Este foi só o primeiro livro. Terá continuações, com as séries e filmes.

Eu, sinceramente, não acredito que daria para desenvolver um romance somente nesta fanfic abordando apenas o primeiro filme, então resolvi fazer continuações. Eu tomei como base o romance entre o Soluço e a Astrid, como o fato deles demorando anos para ficarem juntos sendo que no primeiro filme eles já tinham tido o primeiro beijo. Então, acredito que seja melhor assim.

Além do mais, eu, pelo menos, gostaria de viver a experiência de estar em Como Treinar o Seu Dragão não somente no primeiro filme, mas na história em si.

Acho que esclareci quaisquer dúvida que poderia surgir com este final, espero que tenha ficado claro as explicações.

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