Capítulo 7

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Arkyn on

Acordo cedo e vou direto para a floresta, e fico esperando o Soluço aparecer. Se passam alguns minutos e consigo ouvir passos de alguém, me escondo e assim que meus olhos focam na pessoa um sorriso pequeno se abre em meu rosto, era ele, e estava carregando bastante peso para alguém daquele tamanho, nas costas ele carregava um cesto e nas mãos era algo grande que eu nunca vi e provavelmente era o que ele estava fazendo na noite passada. Assim que ele passa por mim e toma uma distância segura para que ele não me veja e eu não o perca de vista, começo a segui-lo para sabe lá Odin onde. Depois de algum tempo de caminhada ele desce por uma parte rochosa até uma enseada e começa a falar algo.

Soluço: Oi Banguela, o café ta servido, ta' com fominha? - Banguela? Quem é Banguela? - É, é, isso é meio nojento, então eu trouxe salmão, um bacalhauzinho da Noruega e enguia defumada, que tal? - Tento me aproximar mais da beirada do pequeno penhasco, mas me afasto quando escuto um rosnado. - Não, não, não, não, não, tá' tudo bem, amigo, é eu também não sou muito fã de enguia não - fã de enguia...?

Soluço: É isso ai, muito bem, come tudo o que você gosta, não esquenta comigo, eu vou ficar aqui atrás tranquilinho, cuidando da minha vida - de repente tudo fica em silêncio, bom, silêncio entre aspas, já que dava para ouvir seja lá o que for a criatura comendo os peixes. - Tá' tudo bem - decido me aproximar da beirada para ver o que está acontecendo e quase caio com a visão que tive. Um Fúria da noite, e o Soluço está em cima da calda dele, isso não vai dar certo.

Espera um pouquinho, o Soluço está perto de um dragão?! E ao que tudo indica, ele está colocando aquela geringonça na calda do dragão, que eu acho que se chama Banguela. Eu sabia que ele tinha derrubado um dragão e tinha o soltado, mas não imaginava que ele estaria fazendo amizade com ele. É, isso com certeza é uma coisa que não se vê todo dia. Acho que não faz mal ficar olhando eles não é?

Soluço: Tudo bem, beleza. Ah, legal, acho que não ficou ruim não - e no momento exato que ele para de falar o dragão começa a voar, ou pelo menos tentar. - Não, Não, Não! -  A imagem do Soluço voando e gritando era realmente engraçada. Ele então abre aquele negócio da calda e eles saem voando pelos ares. 

Soluço: Meus Deuses, funcionou! - Olho para cima e eles estavam realmente voando, abro um sorriso com a imagem, então eles descem e começam a planar pelo lago. - É, é, eu consegui - o dragão olha para trás e o percebe ali, então o arremessa longe, o jogando no lago e acabando por também cair, uma vez que não tinha o Soluço para abrir a máquina da calda. Acho que finalmente irei falar com ele, quero saber mais sobre Banguela.

Arkyn off - Soluço on

Estava na arena para um novo treinamento e era em equipe, acabei ficando com o Perna-de-Peixe e o dragão do dia era um ziperarrepiante. Assim que o Bocão abriu a jaula, uma fumaça saiu lá de dentro junto de uma explosão.

Bocão: Um dragão com a cabeça molhada não consegue cuspir fogo. O Ziperarrepiante é esperto demais. Uma cabeça solta gás e a outra acende a faísca. Vocês precisam descobrir qual é qual - se a sua intenção era nos amedrontar, parabéns, conseguiu com sucesso

Perna-de-Peixe: Dentes serrilhados que injetam veneno para a pré-digestão. Prefere fazer emboscada e esmaga as suas vítimas.

Soluço: Dá para você parar com isso? - O clima já não está bom e ele ainda vem com essas informações. Derrepente um silêncio se instala e só se pode ouvir o dragão. Até que esse silêncio é quebrado com Melequento e Cabeça-Dura jogando água nas meninas, que não gostaram e derrubaram os dois. Assim que Cabeça-Dura caiu no chão, ele foi arrastado até a fumaça e depois saiu gritando que estava ferido.

Perna-de-Peixe: Acho que as chances de sobrevivência baixaram para quase zero - jura cara? Olho para frente e vejo uma cabeça sair da fumaça e vir em nossa direção. Quando o dragão se aproxima do Perna-de-Peixe, o viking joga sua água na cabeça do dragão, o que não adiantou muito já que era a cabeça que saía fumaça.

Perna-de-Peixe: Cabeça errada.

Bocão: Perna-de-Peixe! - E o menino sai correndo enquanto o dragão joga fumaça nele e é nessa hora que a cabeça com faísca se aproxima de mim, que ótimo. Com a minha excelente pontaria e força, jogo a água na cara da fera, e para a surpresa de ninguém, eu erro.

Soluço: Ah, qual é! - O dragão abre suas asas e se aproxima de mim me intimidando, acho que está na hora de usar um truque que aprendi com o Banguela. Enquanto ouço Bocão gritando meu nome, abro levemente o meu colete para que o dragão veja a enguia que eu escondo, mas não é o suficiente para que os outros também vejam.

Soluço: Para trás, para trás, para trás! Não me faça ter que dizer isso de novo, é isso mesmo, volta pra sua jaula e reflita sobre sua atitude - de maneira discreta, retiro a enguia da minha roupa e jogo na jaula, fazendo o dragão recuar até a parede, para então eu fechar a jaula. Quando me viro vejo que todos estavam olhando para mim de forma abismada, talvez eu tenha exagerado um pouco? - Então, é, a aula já acabou? É, porque eu tenho umas coisinhas que eu preciso, é, é valeu, a-a gente se vê amanhã.

Me despeço de todos o mais rápido possível e vou para a ferraria fazer um de meus grandiosos trabalhos, uma sela! É, não é grande coisa mas vai me ajudar muito com o Banguela, e por falar nele, quando eu estava voando na sua cauda eu acho que eu vi alguém lá embaixo, claro que pode ter sido impressão minha já que eu estava em uma situação um pouco, é, como posso dizer? Desesperadora, mas me parecia com alguém da minha idade, e eu duvido muito que qualquer um dos vikings qu estavam no treinamento comigo ficaria quieto se me visse em um dragão, a não ser por uma pessoa, mas será que poderia ser?

Não somos tão próximos, por mais que no passado, talvez uns 7 ou 8 anos de idade, éramos muito amigos, do tipo inseparável , mas por algum motivo que eu não me lembro nos afastamos e não nos falamos mais. Seria muito bom se fosse quem eu estou pensando, talvez eu pudesse tentar fazer amizade de novo com ele.

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