Capítulo 17

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Soluço pov

Nós ficamos mais um tempo naquela posição, até nos afastarmos e irmos cada um para um lado. Eu vou até um lugar onde posso ver todo o cais e consigo ver eles se preparando e colocando o Banguela no navio. Observo a cena angustiado por não poder fazer nada. Logo eles partem e desaparecem no horizonte. Continuo observando quando sinto uma presença a mais ali.

Astrid: Poxa. Você deve tá' arrasado. Você perdeu tudo - nem tudo. - O seu pai, a sua tribo, o seu melhor amigo.

Soluço: A sua sinceridade é comovente. Porque que eu não matei logo aquele dragão quando eu achei ele na floresta? Isso teria sido melhor para todo mundo - mas, se bem que se não fosso por isso, eu não teria voltado a conversar com o Arkyn.

Astrid: É, qualquer um teria matado - na verdade não. - Então, porque não matou? Porque não, Soluço?

Soluço: Eu sei lá, eu não consegui.

Astrid: Isso não é resposta.

Soluço: Porque que você quer tanto saber assim de repente?

Astrid: Ah, eu só tô' curiosa em saber qual vai ser a tua resposta.

Soluço: Ai Odin, e-eu fui covarde, eu fui fraco, eu não queria matar um dragão.

Astrid: Viu, você disse "eu não queria".

Soluço: Tá', e daí? Eu nunca mataria, eu sou um dos únicos vikings em três séculos que não quer matar um dragão.

Astrid: Mas foi o primeiro a montar em um, não foi?

Soluço: Eu não podia matá-lo porque ele tava' tão assustado quando eu. Quando eu olhei para ele, eu vi a mim mesmo, além de que o Arkyn não machucaria um dragão - sussurro a última parte, e acho que ela escuta, porque arregala levemente os olhos.

Astrid: O Arkyn? Você fala com ele?

Soluço: Ele é meu melhor amigo desde que eu era criança e eu sei que ele nunca mataria um dragão - ficamos em silêncio por um tempo depois disso, até que ela volta a dizer.

Astrid: O Banguela deve tá' muito assustado agora. O que você vai fazer?

Soluço: Ah, uma besteira com certeza.

Astrid: Tá', mas isso aí você já fez.

Soluço: Então alguma loucura - estava saindo dali quando me lembrei. - Ah, você viu o Arkyn?

Astrid: Não, mas ele deve estar em casa, eu acho - balanço a cabeça como agradecimento e saio correndo dali, teria que ser rápido para executar a minha ideia.

Soluço off - Arkyn on

Depois de me separar do Soluço, eu vou em direção a minha casa, precisava pensar um pouco. Entro em casa e não encontro o meu pai, então subo para o meu quarto e levo um susto ao vê-lo sentado na minha cama.

Arkyn: Pai! O que está fazendo aqui? Não deveria estar na horta? - Pergunto meio nervoso me lembrando do que disse a ele antes de ir atrás do Soluço.

Ragnar: Sente-se Arkyn - quando ele fala o meu nome de forma séria, é porque coisa boa não é. Me sento ao seu lado brincando com os dedos e olhando para qualquer lugar que não fosse ele. - Precisamos conversar.

Arkyn: Olha pai, me desculpe, eu ia te contar, mas - fui interrompido por uma fraca risada vindo dele. O olho confuso. - Não está bravo?

Ragnar: Não, bom, talvez um pouco, mas isso não importa.

Arkyn: Não?

Ragnar: Não. O que importa é que você e o Soluço estão bem novamente e que você esteja feliz.

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