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Thamires.

Viado ainda foi dar ouvidos pros amigos dela, dar ouvido não né, explicação. Foi lá assumir que foi ele quem deu risada, ficou se sentindo culpado. Falei pra ele ficar de boa cara, esquecer.

Ficou me pedindo milhares de desculpas, pensou que eu fosse ficar com raiva dele só que eu não fiquei!

Mas eu vim embora injuriada com tudo o que aconteceu, só Deus sabe o ódio que eu sentia dentro de mim por não ter pego aquela penosa e dado o que ela merece. Eu vim soltando fogo pelas ventas.

Se não tem peito pra me encarar não mexe comigo porra, não mexe com meu silêncio se não pode com meu barulho!
Tenho sim meu temperamento explosivo, sou 0 calminha, sou surtada, neurótica, e o que mais quiserem dizer que eu sou!

Não pago de boa samaritana, eu sou o caralho mesmo e todo mundo sabe, não tenho dom pra vítima. Se aproxima quem quer, vira meu amigo quem quer.

Sempre fui assim, não adianta querer dizer que me tornei essa pessoa porque virei mulher de fulano. Não! Sempre fui assim, entre eu e meu irmão um de nós tinha que sair com o gênio do nosso pai e a escolhida fui eu... e não digo isso me gabando.

Porque se eu pudesse ser uma pessoa calma, soubesse me controlar, minha vida seria até mais fácil.

A essa altura do campeonato minha mãe já estava me ligando sem parar, não sei como mas meu telefone foi parar no silencioso e eu só vi ela me ligando porque peguei ele na mão.

Chamada de voz:
Thamires: Oi mãe.
Silmara: Onde você tá?
Thamires: Em casa, por que? Já voltou do shopping?
Silmara: Pegamos a avenida agora, que história é essa de briga sua? Tava brigando com quem, Thamires?
Thamires: Se eu te falar que eu nem sei kkk oh gente pra odiar Thamires, depois eu que gosto de render, gosto de ibope, meu santo é fortíssimo! Porque só sendo forte pra aguentar o que eu aguento.
Silmara: Mas o que aconteceu?
Thamires: Eu estava no bar com Raquel e o Fê, chegou uma endominiada brigando com um cara lá e ela cismou que eu tava rindo dela.
Silmara: Foi por causa disso?
Thamires: Pra senhora ver, a cretina puxou garrafa, me xingou de piranha e tudo!
Silmara: Deus é mais, Thamires. Parece que quanto mais tu se ajeita é aí acontece as coisas pra te desviar, o inimigo fica furioso! O que parece é que ninguém aceita, aguenta, te ver em paz. Esse povo gosta de ver seu pior lado, ver que tu tá bem e vai atentar porque é isso que o coisa ruim faz. Não aceita perder, gosta é da contenda, tem que ter muita sabedoria, não é brincadeira.
Thamires: Verdade. Mas tá tudo bem, já me acostumei com a perseguição, e minha filha, tá bem?
Silmara: Tá sim, daqui 15 minutos deixamos ela em casa.
Thamires: Tá bom, tchau.
Silmara: Tchau.
Chamada de voz.

Finalizei a chamada com a minha mãe e fui pro banheiro, deixei meu telefone em cima da pia, tirei a roupa que eu estava e tomei um banhozão! Tô precisando mesmo é de um de sal grosso.

Retirei o que tinha de maquiagem na minha cara com o lenço demaquilante, lavei com água e sabonete facial. Terminei meu banho, me enrolei na toalha e saí do banheiro.

Rodrigo esteve aqui hoje, quando soube do que tinha acontecido baixou aqui em casa pra me perguntar porque eu tava brigando na rua. Ver se pode? Se eu falar que aquele ali vive em função da minha vida vão dizer que é mentira, que sou eu quem vivo xeretando a vida dele.

Ficou aqui na frente de casa falando merda, pra variar. Mas se veio aqui pra saber o que tinha acontecido, eu contei a ele o que foi que de fato aconteceu.

Quis falar mal das pessoas que eu ando mas nem dei ligança, sempre foi assim. Ninguém pra ele presta, só ele, ele sim presta.

Eu seleciono demais minha amizades po, já falei sobre isso mil vezes. Conheço muita gente, falo com muita gente, bebo com muita gente, mas pergunta quem é que vive dentro da minha casa? Minha família.

Poder ParaleloOnde histórias criam vida. Descubra agora