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Danado.

Danado: Tu já passou o dinheiro que eu mandei?

Patrícia: Sim, na terça feira mesmo eu fui lá entregar a ela.

Danado: Valeu. Tava sem tempo!

Patrícia: Você disse que ela é difícil na hora de aceitar as coisas mas eu achei ela de boa.

Danado: Agora né? Ela sabe que não vai aguentar bancar os remédios dele, tudo caro.

Patrícia: Deve ser por isso. Não sei nem dizer o quanto eu fico feliz por aquele menino estar em casa bem, sabia? Eu tive tanto medo, orei tanto pra não ser nada grave e meu pedido foi atendido!

Danado: Graças a Deus... agora quero ver quando é que ele vai ter a cara de novo, pra tá desrespeitando e passando por cima do que a gente fala com ele.

Patrícia: Uma hora aprende, Rodrigo. Não adianta a gente ficar com raiva.

Danado: Tô com raiva de ninguém, só não gosto de desrespeito, porque como, deu sorte que foi isso. Não só ele como a gente também, o outro menor tá lá todo fodido.- Neguei com a cabeça.- vai ter festa pra ele mais não.

Patrícia: Ah, poxa. Não faz isso, coitado do menino.

Danado: Eu avisei, tá cansado de saber que eu dou as coisas conforme anda no certo.

Patrícia: Vai adiantar o quê punir o garoto de uma forma tão severa assim?

Danado: Pra ele criar um pouco de noção, festa é luxo, não é questão de necessidade, vai morrer por causa disso não.- Falei sério.

Ano que vem, dependendo de como vai estar, aí quem sabe eu não dou uma festa?

Eu já disse que se vacilar comigo só vai ir perdendo as coisas e isso é pra qualquer um! Só de lembrar do desespero que eu passei quando fiquei sabendo, o que todo mundo passou com a notícia dele dentro de um hospital.

E tudo por causa de quê? Desobediência. Agora fica chorando, a vó desesperada pra cuidar, sendo que tudo podia ter sido evitado somente por ele entender quem é que manda nele.

Patrícia: Rodrigo, por favor. Quem tá te pedindo sou eu, não faz isso.- Veio me tontear.- com certeza a Thamires vai fazer alguma coisa pra Thainá. Imagina o menino vendo que a irmã teve festa e ele não?

Danado: Aí você chegou num ponto certo, vai ser bom pra ele pensar nos  bagulho que ele faz.

Patrícia: Esse menino vai se revoltar e depois você ainda vai dizer que não sabe o motivo.

Danado: Tu acha que eu queria? Tava até planejando fazer a festa dos dois juntos, ele que vacilou, sei também que isso vai causar buxixo de quem não sabe o que fala, mas eu sei porque eu tô tomando essa atitude.

Patrícia: Tá bom, o filho é seu, quem escolhe como educar é você, eu só tô dizendo que ele acabou de se acidentar, tá triste, ele é uma criança. Se até nós que somos adultos fazemos merda, imagina ele? Punir tirando a festa do menino vai mais piorar a situação do que resolver.

Patrícia falou, falou até que conseguiu entrar na minha mente e me fazer mudar de idéia, comecei a imaginar ele sentido achando que existe diferença entre ele e a irmã.

Coisa que eu já disse que luto pra não existir, porque não tem diferença, voltei atrás por causa disso e falei pra ela que vamos fazer sim.

Ela fica falando pra conversar, eu sei que tem que conversar po, mas eu como pai conheço meu filho e sei como eu tenho que fazer pra ele aprender a respeitar e a dar valor a vida que tem.

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