Poder Paralelo

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Thamires.

Dominguinho de paz! Acordei oito e pouca da manhã, escovei os dentes, lavei minha face, troquei de roupa e peguei minha carteira pra ir na padaria.

Thainá está dormindo, vou deixar ela aí rapidinho. Se ela sonha que saí e deixei ela sozinha aqui dentro de casa ela morre do coração, garota não fica de jeito nenhum!

Calcei uma havaiana e fui andando na padaria que fica de esquina onde eu moro.

Thamires: Bom dia, me da quatro pães francês.- Lembrei que tem presunto e queijo em casa.- quanto tá a rosquinha?

Felipe: É pra já, rosquinha tá 2 reais cada!

Thamires: É de hoje?

Felipe: Tudo aqui é do dia.- Meteu essa e eu dei risada. Quando olhei o outro menino que trabalha aqui estava rindo também, entregou.

Thamires: Ahhh Felipe, para né. Eu vou sim acreditar que a noite vocês jogam tudo que sobra fora, pra fazer de novo no dia seguinte.- Falei brincando com ele que riu sem graça.- me da duas rosquinhas!

Felipe: Algo mais? - Analisei e resolvi pegar um suco pra Thainá.

Thamires: Só isso mesmo.

Ele passou os valores pro outro que estava no caixa, ele cauculou, me falou e eu aproximei meu cartão. Peguei minhas sacolas, agradeci e voltei pra casa.

Quando estou voltando vejo um carro parado na frente, um rapaz com uma cesta nas mãos, deve ser pra alguém que mora em cima.

Thamires: Tá procurando quem moço?

- Thamires. Você conhece?

Thamires: Ué, sou eu kkk. - Falei olhando pra mão dele.- quem mandou isso aí? - Digo com meu pensamento indo numa certa pessoa.

- Tem recado pra você.

Abri o portão, ele me deu a cesta, me desejou um bom dia e eu entrei com ela na mão. Já sei até de quem se trata essa arte aqui, tava demorando.

Cesta de café da manhã, se eu soubesse não tinha ido na padaria, que ódio! Tinha tanta coisa gostosa, pão, café, uva, danone, Nutella, maçã, uma caixa de Ferrero Rocher... muita coisa mesmo, e olha que nem citei tudo o que tinha.

Junto tinha uns balõeszinhos pequenos em formato de coração, tava coisa linda, procurei um bilhete e achei, estava até escrito com a letra daquele vagabundo.

Serei eternamente grato por ter conhecido você e todas as loucuras que tivemos juntos, você será o bagulho doido da minha vida pra sempre. Te amo preta
                                 Ass: Cafajeste

Dei risada sozinha mano, aquele imundo ainda teve a pachorra de colocar "assinado cafajeste" no bilhete! Quando eu esculacho, humilho, não gosta. Mas engraçado que ele sabe bem o que ele é né?

Olha, ridículo! Vem falar que é grato por ter me conhecido e por todas nossas loucuras, mas quando que deu valor na mulher que fui pra ele?

Só sei pensar no tempo perdido. Eu olho pra trás do meu percurso até aqui, e me dói tanto, quantas situações passei sem merecer. Como eu lutei pra ter apenas uma família! Era só isso que eu quis ter um dia, uma família.

Quantos julgamentos passei e passo, quantos apontamentos desde que me envolvi com ele, sou diariamente crucificada e o que eu fiz na real foi só abdicar do meu futuro, do que eu queria, pela família que eu sempre quis. O que eu fiz na real foi só ajudar e cuidar de alguém que me machucou tanto...