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Maratona 4/5
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Danado.

Previsão pra hoje era chuva de whisky... mas devido a minha situação, resolvi dar uma atenção pra família. Tô podendo ficar só de vacilação não!

Thamires sumiu o dia inteiro, foi pro lado da família dela. Fiquei de boa pela Nova!

Anoiteceu, nada dela, resolvi ir atrás. Qual foi, sou nem cachorro pra ficar abandonado.

Guiei em casa, tirei os ouro, tudo. Amassei uma quentinha que trouxe da rua.

Tomei um banho depois voltei colocando tudo novamente, vou nem falar com ela que tô indo, do jeito que é pertubada das idéia capaz de sair saindo só pra desencontrar comigo.

Patricia chegou de viagem e tava me agoniando pra ir na casa dela, chamei a dona mas não quis de birra, disse que minha irmã tava lá o tempo todo e não mandou um oi pra ela.

Thamires é cismada pra caralho mano, tudo é motivo. Besteira, não ligo pra essas porra não, se tem uma coisa que eu não gosto mermo é ficar mandando mensagem pra fazer vontade ao outro.

Vou mandar se eu quiser, cabou. Eu que sou irmão ela não falou, quem dirá com Thamires.

Não quis ir, também não insisti pra não me estressar, cada um vai onde quer. Minha filha quis ir, então melhor forma, eu e minha princesa, ela é grude com o papai.

Fui passando na miúda, vidro baixo, só vendo o movimento da rua. Cheguei na Patrícia meu sobrinho tava na porta.

Patrícia: Que saudade meu irmão.

Danado: Tudo bem? - Soltei e ela abraçou a Thainá.

Patrícia: Estamos bem sim, graças a Deus. E vocês, como estão? Cadê a Thamires? - Disse olhando pra porta.

Danado: Ficou em casa, encheu a cara hoje cedo e ficou lá morgada! Já falei, se não aguenta, não bebe.

Patrícia: Muda nunca né? Conversei com ela ontem. Falei cunha tô chegando e querendo um gelo, e ela pegou essa antes de mim, nem me esperou! - Sorriu.- e minha sobrinha como tá grande.

Danado: Cresce rápido... cadê Reginaldo?

Patricia: Foi ali comprar umas pra gente colocar o papo em dia, senta aí.

Patrícia é uma das minhas irmãs, tem mais cinco. Mas na nossa família é cada um no seu quadrado, tá ligado? Nunca foi aquela união.

Cada um mora em um lugar e assim vai, se me perguntar, sem brincadeira, não lembro o nome de todas, papo reto. Esqueço e como nós não tem esse bagulho de tá junto, passa despercebido.

E olha que nem são muitas, mas é questão de proximidade. Tem umas duas ou três aí que eu não vejo desde criança, tinha idade da Thainá mais o menos última vez que vi. Vai passando os anos e tu nem sente falta.

Eu não sinto, Patricia é a única que tenho essa irmandade. Ela pergunta se sinto saudade, mostra foto, aí que vem na lembrança... somos todos parecidos!
Tem uma que sou eu de cabelo kkk. Até me assusta mano. Se eu ver um dia vai ser a mesma coisa de tá me olhando no espelho.

Mas a vida é isso né mano, nunca precisou de mim, eu nunca precisei delas, vida que segue, é só laço sanguíneo.

Acredito eu que se nossa mãe fosse viva ainda, seria diferente, ela sim faria toda questão de unir nós sete, mas ela partiu cedo demais.

Poder ParaleloOnde histórias criam vida. Descubra agora