21. Lovers rock

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eu hibernei o dia todo, perdão.

boa leitura!

*

Na madrugada de sábado para domingo, Aphelios testou muitos tipos de maquiagem. Eram tantas que seus olhos ficariam inchados se continuasse naquele ritmo.

Ele não entendia o que estava acontecendo. Realmente odiava coisas rápidas e pessoas apressadas, mas aquilo... Só parecia aceitável fazer.

Não que não estivesse bravo com Sett. Na verdade, estava realmente refletindo sobre o que Soraka havia dito sobre confiança. Ele ter entregado o celular aos amigos só significava uma coisa: mais gente sabia de sua condição. Contudo, preferia acreditar que as intenções do encontro eram reais.

O meio-vastaya parecia sincero quando se desculpou, mas sempre teria aquela desconfiança chata sobre suas reais intenções. Ele respirou fundo, tentando se acalmar sobre isso.

Fez mais um padrão de lua que se parecia com a lua minguante, mas não gostou e, então, tornou a passar um pano.

Era uma longa madrugada, e disso ele sabia.


Aphelios sentou-se no sofá da sala ao lado de Alune naquela tarde. Sua irmã estava mexendo no celular e mal notou sua presença, olhando de soslaio para ele antes de voltar a ver vídeos.

— Lu... — ele chamou, puxando na manga da camiseta dela.

— Você já viu aquele vídeo do esquilo fingindo de morto quando percebe que o humano viu ele? — a mulher pergunta, estendendo o celular.

Phel se remexeu no pequeno sofá e desviou o olhar do dela por alguns instantes, sem coragem de encará-la

— Não, mas eu queria falar sobre algo com você.

Alune bloqueou a tela do celular, como quem sabia que aquele não era o melhor momento para mostrar o videozinho engraçado de esquilos.

— Sobre? — Ela arqueou uma sobrancelha.

O rapaz mordeu o lábio inferior, sem saber muito o que fazer. De repente, a TV de cinquenta e cinco polegadas parecia muito interessante e sua garganta parecia estar seca demais, a voz não saindo. Ele definitivamente não conseguiria falar aquilo em voz alta.

"Tenho um encontro hoje", sinalizou lentamente, "e é com o Sett.".

Sua irmã piscou cinco ou seis vezes, quase sem acreditar no que havia acabado de interpretar.

— O que você está vendo neste homem? — cruzou os braços.

— Você também viu algo nele. — aquelas palavras foram tóxicas. — Não é à toa que até o beijou. — complementa, agora a encarando.

— Irmão, são coisas diferentes. — Alune tenta explicar. — Eu estava bêbada e sempre achei ele e Kayn atraentes, então beijei eles. Diferente de você, eu sou totalmente verbal. Eu não tive ninguém por aí dizendo meus segredos pela escola e mesmo assim me apaixonando por eles. — ela parecia agressiva demais e, por isso, Aphelios se encolheu no sofá.

— Você também tem segredos, irmã. Essa informação era um segredo até para mim, se eu não tivesse percebido o jeito que fala com eles. É o mesmo jeito que você fala com alguém que está apaixonada. — Phel a encarou no fundo dos olhos. — Sett me pediu desculpas e, embora eu ainda não confie totalmente nele, eu quero tentar. É a primeira vez que alguém me dá a chance de ir em um encontro e fazer algo assim, então você pode, por favor, não me humilhar por conta disso? Se for ruim, eu vou chorar e pronto.

Limiar da Noite [SettPhel]Onde histórias criam vida. Descubra agora