18. Gossip

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demorou, mas saiu.

na capa, a alune de cabelo azul (e o motivo do cap ter demorado pra sair hehehe). se voce viu esse desenho no insta, twitter ou tiktok, provavelmente foi eu mesmo postando KKKKKKKKK

eu sei que falei que não ia mais colocar TW, mas aqui, acho inevitável.

TW: Capacitismo e violência. Caso isso te deixe sensível, pule para o parágrafo onde diz "Junho era um mês estranho [...]" e EVITE diálogos com a palavra "especial".

dito isso, boa leitura!

*

— Você ouviu falar que aquele esquisitinho do cabelo azul não é mudo de verdade? — uma garota murmura no corredor enquanto Aphelios passa.

— Quem não ouviu sobre? — sua amiga ri, nada discreta. Aphelios abaixa a cabeça, constrangido. — Niels me disse que ele é especial, tipo aquela tal de Neeko.

— Mais um retardado nessa escola? — o garoto que estava ao lado delas reclama, quebrando o pirulito nos dentes em um sonoro "crack". — Quantos mais? Daqui a pouco, vão ter um quartinho só pra eles. — as garotas riem.

— Ai, Matti, para! — uma delas dá um tapinha no ombro dele. — Até aquela diretora deve ser especial também, deve ser por isso que ela defende tanto ele.

— O Kristian me disse que ele tinha alguma doença incurável. Qual o nome desse menino mesmo? Afonso? — o menino comenta.

— Aphelion, eu acho.

— Nome especial para um retardado especial. — o grupinho riu.

Phel queria vomitar, sair correndo, sumir, morrer. Queria que existisse alguma magia para inexistir. As lágrimas brotaram de seus olhos e, em desespero, correu para o banheiro mais próximo.

*

Junho era um mês estranho. Passava tão rápido que Sett mal conseguia acompanhar.

Nas últimas semanas, estava focando em malhar. Sua mãe já estava em casa, porém, mesmo que ela reclamasse, era ele quem fazia a maior parte das tarefas domésticas.

Estava em uma cadeira de rodas emprestada do hospital. Desconfortável e com um assento duro. Talvez pareça estranho descrever assim, mas Sett certificou-se de sentar nela e testar seu conforto para garantir o melhor para sua mãe. Além de uma queda que quase lhe partiu os dentes, ganhou uma dor nas costas.

Estava trabalhando dobrado para conseguir comprar uma nova. Além de tudo, esta era muito baixa para o que Rina insistia em fazer: cozinhar. Havia também o fato de que ele queria adaptar a casa deles para que sua mãe pudesse viver bem.

Settrigh lutaria contra o mundo inteiro por aquela vastaya. Ela sempre lutou ao seu lado e ele não iria abandoná-la naquele momento. Não, nunca.

A prostituição, por mais que lhe doesse admitir, era muito mais lucrativo que o Pit.

Fazia sua parte quebrando alguns rostinhos feios, é claro, mas não poderia dar-se esse luxo para sempre – afinal, se acabasse com os melhores lutadores da arena, quem iria lutar?

Contudo, no final do dia, depois de pagar a parte de Vladillah e dos outros funcionários, sobrava pouco dinheiro. Se prostituindo, ganhava o dobro disso em poucos dias. Poderia escrever um livro: As vantagens de ser gostoso. É, talvez fosse um best seller.

Quinze de junho, uma quinta-feira, sete horas da manhã em ponto quando chegara na sala. Havia essa movimentação estranha nos corredores, burburinhos que ele não sabia de onde vinha.

Limiar da Noite [SettPhel]Onde histórias criam vida. Descubra agora