33. I can't handle change

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Os dois se deitaram de conchinha, com Sett prestando muita atenção na série e Aphelios brincando com os próprios dedos.

Tinham escovado os dentes porque, nossa, estavam nojentos, então estava tudo bem. Encostava-se nos bíceps de seu namorado e se perdia em suas próprias histórias.

Se ele soubesse que estaria assim em algum tempo, ainda teria atentado contra a própria vida?

A resposta era um infeliz e caloroso "sim".

Embora muito quisesse, não havia felicidade que anulasse sua tristeza intrínseca. Era natural dele se sentir assim, tão mórbido e melancólico. Sua história estava marcada e forjada em lápides invisíveis que mostravam todo o seu sofrimento, incapaz de ser curado. Não tinha remédio que fizesse-o sentir-se melhor. Não havia remédio que curasse seu descontentamento com a própria vida.

Sett era um homem bom e com seus próprios ideais. Não era perfeito, estava longe de ser. Em seu âmago, Aphelios nunca o perdoou diretamente por tudo, mas aprendeu a conviver com.

Foi convivendo com a presença dele que se apaixonou, afinal.

Perguntava a si mesmo se aquilo – aquela felicidade que sentia – chegaria ao fim logo. Se ele seria o suficiente para sempre.

Insegurança era algo que não conseguia segurar. Tinha uma clara confiança em seu namorado, mas, mesmo assim... Era inevitável pensar sobre o quanto era doente e instável mentalmente. Além do mais, era inexperiente e nunca tinha feito aquilo antes.

Toda vez em que se beijavam, Phel temia que estivesse fazendo algo errado ou que estivesse sendo ruim. Perguntar se estava sendo bom era algo que parecia tão esquisito que, só de pensar, suas bochechas ficavam vermelhas.

Se pudesse ver o histórico de sua aba anônima, provavelmente teriam milhares de vídeos sobre como beijar e como se preparar para sexo anal. Ele esperava que não tivesse um jeito de visualizar isso.

Chateado com sua própria insignificância e despreparo, soltou um suspiro e deu um peteleco no colchão.

Sentiu um beijo em seu ombro e mais um em sua bochecha, com a respiração quente de Sett fazendo-o se arrepiar.

— O que foi, Bolinho? — indaga, selando os lábios na sua bochecha mais algumas vezes.

Aphelios estava extremamente arrepiado e desconcertado com o toque carinhoso, porém fez seu melhor para sinalizar.

"Não sei.", mentiu. Sabia muito bem o porquê de estar assim, "Só estou brincando com os dedos.".

Sett grunhiu e o puxou para um beijo que, apesar de lento, era casto.

Quando se separaram, Phel encostou sua cabeça no peito alheio, ainda continuando deitado em seu braço. Talvez ele realmente se sentisse muito confortável em meio aos seios de Sett.

Suspirou fundo mais uma vez e levantou a cabeça para beijar as omoplatas do outro e cutucá-lo para que prestasse atenção em si.

— Sim?

"Quem são aquelas pessoas no quadro?", questionou, apontando para a foto na escrivaninha.

Isso era algo que tinha curiosidade há tempos. Obviamente eram os amigos dele, mas o quê mais? O que aquela foto e aquelas épocas escondiam?

O meio-vastaya pareceu pensar por alguns segundos, como se selecionasse bem as palavras. Suspeito.

— Quem são aquelas pessoas? Bem, são meus amigos. Eram, na verdade. — Ele coçou a cabeça.

"O que houve?".

— Ah, a gente era o Manas. — Sorriu, como quem pensava nas boas lembranças. — Sabe aquele grupo de amigos inseparáveis que a gente tem na infância?

Limiar da Noite [SettPhel]Onde histórias criam vida. Descubra agora