Quando acordou, Aphelios se sentiu aliviado ao ver que a cama estava vazia. Em sua cabeça, esperava que tudo fosse um sonho e que nada daquela madrugada havia acontecido.
Encarou-se no espelho do banheiro, analisando o corpo. Estremeceu lembrando do toque, não sabendo como lidar e nem como se sentir. Respirou fundo.
Por garantia, virou-se de costas e olhou as cicatrizes com o formato das fases da lua pelas costas, uma lembrança de seus pais. O pensamento de eles terem sido assassinados verdadeiramente o aterrorizava. Se Pantheon e Camille, a chefe de polícia de Piltover, não conseguiam imaginar quem fez isso, quem dirá Aphelios.
Lavou o rosto e tomou um banho rápido, ainda ouvindo o barulho da chuva forte caindo. Era seu primeiro verão em Ionia, mas já queria retornar para Targon. Naquela época, era onde o sol nascia primeiro e o calor se instaurava. Ali, com aquela chuva toda, seus pensamentos se dirigiam aos animais de rua.
Saiu do quarto para ir à cozinha beber água e, para sua surpresa, sentiu cheiro de café e mais outras coisas que não sabia definir. Estranhou, pois suas tias não costumavam fazer café da manhã. Entretanto, algo devia estar diferente, já que Atreus e Soraka estavam em sua casa.
Ao chegar no cômodo, porém, teve uma surpresa: era Sett quem estava cozinhando, Diana ao seu lado lhe dando assistência. Quando os dois perceberam sua presença, o vastaya sorriu em sua direção.
— Bom dia, Aphelios! — cumprimentou Sett.
— Bom dia, Phel. Dormiu bem? — indagou Diana. Por alguns segundos, paralisou ao pensar que havia dormido na mesma cama que o outro homem.
"Bom dia.", sinalizou Aphelios, "Já faz muito tempo que estão acordados?".
— Um pouco. — respondeu Diana.
— Queria entender a linguagem de sinais, mas parece tão difícil. — Sett reclamou, virando o que Phel identificou como um omelete.
— Nós temos uma amiga em Targon que ensina bem, a Andromache. Se quiser, posso passar o contato dela, ela ensina on-line. E cuidado, você vai quebrar o omelete. — avisou.
— Que cheiro bom, o que estão fazendo? Bom dia, gente. — Leona cumprimentou, chegando ao local. Ela se dirigiu até Diana e a deu um selinho.
— Bom dia, amor. Estamos fazendo omeletes e algumas torradas. Esse amigo do Phelzinho é bem prestativo, sabia? — Diana deu um tapa no ombro de Sett, que separava o prato pronto. — Aliás, meu querido, como você levantou sem acordar o Aphelios? Já que ele tinha cedido a cama.
— Ah, foi de boas, só alguns malabarismos. — o vastaya mentiu. Aphelios sentou-se em uma cadeira para não desmaiar de vergonha.
— Ele tem um sono bem leve. — declarou Leona. — Já está tudo pronto? — a ruiva ouviu apenas um "uhum" vindo da esposa.
"Onde está Atreus?", indagou o de cabelos pretos.
— Saiu para abastecer o carro e pegou trânsito, acabou de me mandar mensagem. — Leona respondeu.
— Nessa chuva? Ele realmente não é daqui, né? — Sett colocava as coisas na mesa.
— Definitivamente não. — Diana riu. — Vou acordar Alune e Soraka.
— Vou com você. — disponibilizou-se Leona.
— Tem certeza? Você acabou de descer.
— Tenho, vamos. — e segurou a mão da esposa, se dirigindo às escadas.
Quando as mulheres já não estavam mais à vista, Sett puxou a cadeira ao lado de Aphelios e sentou-se, entregando seu celular aberto no bloco de notas a ele.
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Limiar da Noite [SettPhel]
FanfictionViver parecia um inferno. Convivendo com a sua própria infelicidade, Aphelios não sabe viver e não sente vontade de existir. Em sua mente, a felicidade não viria a ele de forma alguma. "A felicidade nunca poderia estar atada com as coisas materiais...