31. Absence

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cw: consentimento duvidoso

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Sett abraçou-o por trás, esfregando a ereção molhada por entre as suas coxas, mas Aphelios não poderia ter se importado menos.

Ele bloqueou a tela do aparelho e encarou o nada, o peito subindo e descendo. Nem as coxas sendo melecadas de sua própria saliva e pré-ejaculação pareciam incomodá-lo, embora soubesse que, mais tarde, nem conseguir andar iria, pensando na textura incômoda.

Phel jogou a cabeça para trás e se encaixou perfeitamente no ombro do ruivo, que fazia movimentos de vai e vem por entre as coxas finas, cobertas apenas pela bermuda.

— Vamos terminar o serviço, Bolinho. Eu gosto do jeito que você mama. Nem reflexo pra vomitar tem. — As mãos dele percorreram seu pescoço, apertando levemente.

Ele ainda não se importava.

Abriu a boca e tentou falar, mas, senão por um grunhido leve e feio, não conseguiu. Seus olhos se encheram de lágrimas e, inconscientemente, sentiu nojo de estar sendo tocado dessa maneira por outro homem.

Aquela não era a primeira vez que isso acontecia, então por quê?

Ele queria encontrar respostas para suas dúvidas, mas Soraka estava ocupada demais naquela semana. Trabalho voluntário em Zaun e tudo.

Sem conseguir falar e sem querer desapontar seu parceiro, apenas deixou que Sett fodesse suas coxas. Era uma fricção animada enquanto muitas coisas sujas lhe eram sussurradas.

Aphelios queria prestar atenção. Queria mesmo, só que não conseguiu. Sua cabeça estava em outros lugares, em outros pensamentos e em outras ideias.

Sempre teve dificuldade em negar. Seu prazer nunca foi importante, afinal.

Atração e satisfação sexual era algo difícil quando se era um adolescente viciado em pornografia. Ele se tocava e tentava se saciar, mas nunca conseguia nada. Então repetia o ciclo de ver mais e mais conteúdo pornográfico.

Nunca se imaginou sendo tocado, uma vez que nunca se sentiu digno para isso. Seu corpo era repugnante, escarificado, raquítico. Havia mais cicatrizes do que pele limpa, não importa onde olhasse.

Mesmo que Sett dissesse o quão lindo ele era, não seria possível acreditar.

Colocou a mão por cima da dele, que estava em sua cintura, sentindo os dedos calejados pelas batalhas antigamente travadas.

Às vezes, era nojento se tocar. Era ruim, era errado, era péssimo. Ele não sabia, porém, que isso se estendia a ser tocado por outra pessoa, embora seu namorado não estivesse diretamente o tocando.

Ser Lunari ou Solari só significava que você estava destinado a ser atado às suas crenças pelo resto de sua vida. Significava que você nunca iria ser nada. Significava correntes.

Se perguntou se Morgana, aquela que tanto sabia sobre ser aprisionada sobre seus próprios medos, se sentia assim. Havia redenção sobre seus pecados? Não. Provavelmente não.

A mão do ruivo escorregou para dentro de seu short, tocando em seu membro já meio amolecido pela tensão.

Mais uma vez, ele tentou falar, só que nem sequer um gemido saiu. Frustrado, ele engoliu seco e olhou para baixo, vendo o pênis do meio-vastaya aparecer e sumir entre suas coxas.

Sentia tudo, mas não sentia nada. Um misto infeliz demais para ser bom.

Quando Sett gozou, ele se sentiu aliviado que aquilo finalmente iria acabar. Então uma daquelas lágrimas que ele segurou mais cedo saiu.

Limiar da Noite [SettPhel]Onde histórias criam vida. Descubra agora