27. Yellow

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oi

capítulo meia bomba etc o normal de sempre

boa leitura

*

Aphelios sempre teve muita dificuldade para dormir. Naquela noite, mesmo estando nos braços de seu namorado, isso não mudou.

Os primeiros raios de sol irradiavam por um espaço entre a cortina do quarto. Pouca era a visão que possuía, mas, ainda sim, ela estava lá; e seu homem estava sendo parcialmente iluminado por esta.

Estava deitado no peito de Sett, observando como ele descia e subia calmamente enquanto respirava. Podia observar, daquele modo, mais detalhes do ruivo, como a cicatriz embaixo do queixo, algumas cicatrizes de facada nos braços e mais algumas pelo queixo. Ah, e não poderia deixar de destacar as marquinhas feitas por si mesmo no pescoço e na parte exposta do ombro. Bonitinho.

Ele apertou a cintura do meio-vastaya e enfiou ainda mais a cabeça em seu peito, sentindo seu cheiro explodir em suas narinas. O ruivo se mexeu um pouco, porém não acordou.

Naqueles braços, Aphelios se sentiu agradecido que aquele homem não roncava, diferente de Alune, que, muitas vezes, dormia tão silenciosamente quanto o motor de um caminhão. Havia apenas um pequeno chiado no seu peito, mas não sabia dizer o que era. Não o incomodava, porém.

Settrigh era quentinho, como pães que você compra recém-feitos na padaria. Seu cheiro era como um perfume masculino com cheiro de flores. Parecia caro.

Merecia mesmo aquilo? Todo aquele carinho e compaixão? Ele não sabia. Suspirou fundo, ouvindo as leves batidas do coração do maior.

Sentiu os braços serem apertados um pouco em volta de si e escutou seu namorado murmurar alguma coisa incompreensível.

Aphelios queria muito beijá-lo.


Com muitos beijinhos no rosto, Phel acordou. Olhou para seu namorado, só para vê-lo super feliz ao lado da cama, segurando uma bandeja com pães, panqueca e uma xícara de café.

— Bom dia, Bolinho! — Sett exclamou, dando-lhe um selinho.

Aphelios coçou os olhos e encarou a bandeja.

Ele não era do tipo que falava quando acordava, então manteve-se em silêncio e deu apenas um pequeno sorriso, tentando lembrar como deveria dizer "bom dia" na linguagem de sinais.

"Dia.", gesticulou o que lembrava, "É para mim?".

— Sim, sim. Acabei de fazer. — deu um beijo na testa dessa vez.

O hálito do meio-vastaya cheirava a menta pura, como quem acabou de escovar os dentes ou algo assim.

"Estou com bafo, não fique me beijando assim.", fez uma careta.

— Só entendi "bafo" e "beijar". — ele sorriu, desconcertado. — Se for sobre não te beijar por estar com bafo, não se preocupe. Já beijei bocas piores, e olha que, diferente de você, estavam com os dentes limpinhos.

Phel deu um tapinha no ombro do homem, dando uma risada curta e, inconscientemente, descendo a mão para apalpar o bíceps definido.

"Obrigado pelo café.", agradeceu.

Sett lhe deu mais um selinho.

— Experimenta logo, fiz com pressa e não sei se ficou bom. — falou como um cachorro pidão.

Ele pegou um pedaço do pão, mordeu e suspirou fundo, sentindo o sabor amanteigado na boca.

Tinha algo que o de cabelos vermelhos não comentou com seu amante: ele não gostava de comer na frente de outras pessoas.

Limiar da Noite [SettPhel]Onde histórias criam vida. Descubra agora