Capítulo 8

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Khaos também não apareceu no jantar, e pela primeira vez a companhia de Celine não me deixava angustiada ou subjugada, mas tranquila de alguma forma mesmo que não tivessemos trocado nem uma palavra de importância.

Minha cabeça tinha de fato ficado ocupada com a conversa da tarde com Celine mas tudo desapareceu a noite quando estava sozinha no quarto de novo, e os pensamentos me inundaram de uma vez, o luto, a dor, a perda e a impotência, uma princesa caída que já estava com as mãos na coroa de rainha e em uma noite por uma bobeira.

Sentimentos são complicados, mas com certeza o pior deles é a culpa.
Ela cresce a cada instante, te persegue, te assombra, te corrói pouco a pouco, e você fica pensando em como seria se não tivesse tomado a decisão errada. Ela não se esvai e te faz remoer dentro de si mesmo até quase te destruir.
A culpa é mortal.

Agora não sabia se estava sendo mais ferida pelas ações de Khaos, pela perda de meu pai ou pela culpa.

Acordei muito antes de Pearl chegar com o café da manhã e já tinha me arrumado, ela nada disse sobre o vestido, era outro preto simples que eu mesma tinha escolhido para agradar o Khaos.

Não comi nem metade do que estava na bandeja e Pearl trançava meu cabelo devagar e colocava um pequeno diadema com uma pedra branca e vermelha, não tinha falado mais nada do que um "bom dia".

— Pearl, Khaos já saiu do seu quarto?

— Ele e a senhorita Celine não tomaram café hoje e foram direto para o escritório dele senhorita, ele parecia melhor. – Ela cruzou o olhar com o meu por segundos no reflexo do espelho e se afastou me deixando levantar da cadeira.

— Muito bem, vou ir vê-lo.

— Mas senhorita...– Ela pareceu exitar com o olhar que lancei e foi até a porta a abrindo e me deixando passar primeiro.

Desde a conversa que tive com Celine, Pearl parecia mais estranha, receosa como se temesse tanto ela quando seu irmão e isso me intrigava já que a imagem que Celine mostrava não era tão intimidante.

Um guarda estava na porta e já levou a mão a maçaneta a abrindo, ia me anunciar mas estava cansada de formalidades e de esperar e fui entrando.
Khaos estava sentado a mesa, seu cabelo e suas roupas estavam perfeitas diferentes da última vez que os vi, e agora tinha um diferencial, ele usava luvas pretas.
Celine em pé na frente da mesa se virou rápido quando entrei, sua expressão de raivosa foi para surpresa ao me ver ali.

— Bom dia. – Celine arqueou uma sombrancelha, não era costumeiro eu aparecer para dar bom dia.

— Bom dia Melinoe. – Khaos sorriu a propósito, e bateu de leve no braço da irmã que respondeu murmurando.

— Perdão se atrapalhei, vim ver se você estava melhor e tinha uma coisa que queria conversar.

Falei olhando para Celine mas desviando rápido a atenção para quem eu queria naquele momento.
Khaos pareceu surpreso mas logo suavizou, talvez pensasse que ia pedir algo ousado já que não tratava ele daquela maneira.

— Bom, sem problemas, já estava partindo mesmo. – Celine pegou os papéis da mesa os ajeitando. — Volto em dois dias como sempre.

— Espera, vai sair? – A pergunta pareceu mais curiosa do que deveria e me pragejei mentalmente por isso.

— Cuido da cidade nevada em umas montanhas, Khaos aparentemente não liga muito então eu cuido de tudo. – Ela lançou um olhar cortante para o irmão e andou parando centímetros do meu ouvido e sussurrou. — Tenha cuidado, e pense no que eu te falei.

Ela sorriu fazendo uma reverência e saindo pela porta antes da mesma ser fechada.
Com certeza aquele pequeno aviso teria me despertado mais, fazendo um arrepio subir pela minha espinha.

— Fiquei bem feliz quando ouvi que veio ver se eu estava bem. – Voltei a mim com a voz do Khaos reverberando pela sala e sentei na cadeira do outro lado de sua mesa, de frente para ele. — Ainda que desconfie disso.

Ele suspirou, parecia abatido de alguma forma. A cena daquela noite veio com tudo, se ele não poderia ficar louco ali e me atacar, mas se já não o fez todo esse tempo que estive aqui por que faria agora?

— Eu queria pedir um favor. – Ele se escorou na cadeira e me ouviu com atenção. — Queria trocar meus guardas. Andei a uns dias atrás e vi uma mulher lutando contra outros dos seus guerreiros e ela era muito boa, aqueles guardas que me acompanham me deixam desconfortável então eu pensei...

Mordi o interior da bochecha, ele agora parecia pouco interessado no que eu dizia, deveria imaginar que ele não iria ceder a um pedido desse modo.

— Ela ganhou a luta?

— O que? – Falei mais alto do que deveria, mas de fato aquela pergunta foi contra todas as espectativas que eu criei.

— Perguntei se ela ganhou a luta.

— Sim mas, não vejo por que dessa pergunta.

— Se ganhou você está falando da Krissy, a melhor combatente que tenho, não acho que seja possível essa troca. – De supeto ele suspirou mais algo o pareceu o assustar, seus olhos ficaram arregalados e suas mãos apertaram a quina da mesa com força.

— Bom, posso na verdade fazer isso, mas com uma condição também. – Estranhamente ele parecia estar falando com o ar em sua volta mesmo olhando para mim. — Ontem você saiu com Celine.

Esperei o pior, uma bronca, um castigo, sem sair do quarto por uma semana? Sem café?

— Fique na minha companhia durante esses dois dias! – Não é tão ruim quanto eu esperava mas não era mil maravilhas. — Por favor.

Parecia quase que ele estava implorando, não senti que foi uma ordem e eu tinha o direito de recusar, nós primeiros dias eu teria recusado mas agora...

— Claro, por que não?

Nota da autora: Oiii! É a primeira vez que apareço aqui, não vou fazer com tanto costume mas uma vez ou outra tô por aqui, enfimmmmQueria agradecer por quem está lendo e preparei uma playlist do livro no Spotify pra quem quiser escutar enquanto lê...

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Nota da autora:
Oiii! É a primeira vez que apareço aqui, não vou fazer com tanto costume mas uma vez ou outra tô por aqui, enfimmmm
Queria agradecer por quem está lendo e preparei uma playlist do livro no Spotify pra quem quiser escutar enquanto lê, modéstia a parte a playlist tá bem boa.
Espero que gostem xoxo S2

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