Capítulo 12

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E assim eu terminei o meu, como está seu bordado querida? – a mulher mais velha perguntou se inclinando levemente na cadeira deixando a sombra que o guarda sol fazia um pouco maior.

— Não sei se está tão bom quanto o seu, achei essas flores meio esquisitas, o que acha mãe?

— Não estão tão ruins Melinoe, mas você gosta mais de treinar seus instrumentos que tudo então vai aperfeiçoar suas técnicas de bordado com o tempo se continuar tentando.

Melinoe suspirou frustrada com seu trabalho deixando o lenço em cima da pequena mesa onde uma bandeja de chá e biscoitos estavam dispostas para as duas mulheres.

— Olha, papai e Eron.

A garota se levantou correndo de encontro com o homem mais velho que corria sorridente ao lado de um grande border collie marrom.

— Minha querida! – o homem exclamou a abraçando tirando-a parcialmente do chão. — Como estão minhas duas rainhas?

— Apenas a mamãe é rainha pai.

— Nada disso. – Ele entrelaçou o braço junto de sua filha aproximando-se de volta para sua esposa dando-lhe um beijo na testa. — É uma rainha já, uma incrível rainha. Seu aniversário de 22 anos está chegando, está ansiosa para a festa?

Como se despertasse, Melinoe pegou o lenço rapidamente da mesa o escondendo na parte de trás do corpo.

— Sim sim, bem animada mesmo! – Falou desviando das investidas do pai para ver o que a garota escondia com tanta vontade.

— Ela estava bordando o lenço querido, da primeira dança. – A menina olhou incrédula para a rainha sussurrando um "traidora"  para a mesma que apenas riu e deu de ombros. — Sabe que não vai conseguir esconder isso do seu pai.

Ao mesmo tempo enquanto Melinoe olhava para sua mãe sei pai pegou o lenço sorrateiramente rindo, Eron latiu avisando mas já era tarde demais.

— Vocês dois sempre descobrem minhas surpresas e contam um para o outro, assim não dá.

— Você não esconde muito bem Mel. – O pai sorriu deixando um selar na bochecha da filha e examinando o lenço. — Está muito lindo filha, quem tiver a primeira dança com você vai ter muita sorte.

A garota sabia que seu pai falava a verdade pelo motivo do mesmo sempre gostar de tudo que a filha fazia.

— E já tem alguém em mente querida? – a rainha perguntou.

— Não acho que vou querer dançar com outra pessoa a não ser meu pai. – Ela deu de ombros pegando o lenço e voltando a se sentar para continuar o bordado.

Khaos.

Melinoe extremeceu na cadeira e a agulha furou seu dedo começando a sangrar minimamente.

— O que disse pai? – ela ergueu a cabeça se assustando em seguida.

Se levantou abrubtamente fazendo a cadeira atrás de si cair com tudo no gramado.
Seus pais tomavam uma coloração esbranquiçada, os olhos estavam vazios, sem pupilas, e sangue escorria de suas bocas.

— Você nos deixou, deixou seu reino, escolheu ele. – A rainha se levantou falando com uma voz que não era sua, tinha um eco assustador.

— Não...não, do que vocês estão falando? – Meu começou a tremer e percebeu que seu lenço estava totalmente vermelho e pingava sangue, como se estivesse sangrando litros e litros.

— Traidora, não merece o título que carrega.

— Pai, por favor não! – a sua volta sombras começaram a tomar tudo, o muro, as paredes do palácio, o jardim, seu cachorro sumiu naquele breu que consumia tudo com um frio de congelar os ossos.

Rainhas não se Apaixonam Onde histórias criam vida. Descubra agora