Sabendo exatamente onde a filha estava, Olívia se manteve quieta, sem cobrar a presença de Anne durante dois dias, continuou agindo com naturalidade a tudo o que acontecia. Após o enterro, Vincent acolheu Anne em sua casa, a mesma dormiu lá até Camille ir ao seu encontro.
— Como você está?
Anne suspirou, com o olhar tomado por lágrimas sussurrou:
— Ficarei bem.
Camille se põe ao lado da amiga que deita a cabeça em seu ombro.
— Você precisa descansar, os dois precisam. — consolou ela.
— Precisa ir para casa. — Vincent a olhou.
— A levarei.
— Mrs. Miller já deve está sabendo.
— Deve está feliz. — murmurou o jovem.
Não tão discreto a ponto das duas poderem lhe ouvir.
— Desculpa, ela é sua mãe. — retratou-se.
— Não duvido das suas palavras serem verdadeiras. — suspirou.
Sabendo que devia retornar a sua vida, Anne se levantou. As garotas se despediram do amigo e seguiram para Manhattan.
No caminho para casa Anne avisa a mãe do ocorrido, ao receber a ligação da filha Olívia seguiu prontamente para casa. Enquanto esperava relembrou do fatídico encontro com o jovem, diante do espelho, com o queixo erguido não demonstrava remorso, sua empregada se aproxima do quarto e avisa que Anne havia chegado. Descendo as escadas, Olívia avista a filha.
— Vai ficar tudo bem, minha querida. — consolou.
Sem imaginar a culpa que a mãe carregava, Anne se deixa acalentar por sua doce mãe naquela noite.
Três dias após o enterro do amigo, Vincent buscava retomar sua rotina após o luto, havia conseguido um trabalho no antigo mercado do bairro e recomeçaria em alguns dias.
Perto de anoitecer decidiu sair um pouco, organizou a casa e decidiu ir ao banho antes, distraído no chuveiro escuta um barulho na janela do quarto.
Fechou a água e concentrou-se no que ouvia, no mesmo instante a janela se fechou. Movendo-se devagar, puxou a toalha, a colocou e saiu do banheiro. Andando silenciosamente reconheceu que o barulho vinha do quarto do amigo, com a porta fechada, alcançou um taco de beisebol na cozinha e caminhou até o cômodo. Algo caiu o assustando, lhe dando a certeza de que havia alguém ali, com um forte chute abriu a porta.
O barulho dela batendo contra a parede assusta a pessoa que havia entrado, erguendo o taco questiona:
— Quem é você? — a um metro da pessoa, segurou o taco acima da cabeça.
Com um casaco de capuz e de costas para ele, enquanto tentava fechar a janela, a pessoa ficou paralisada.
— Anda, responde.
Lentamente a pessoa se virou, ficando de frente para ele, tirando o capuz e mostrando seu rosto. Para surpresa ou pavor, aquele rosto era conhecido.
— Ma... Mateo? — gaguejou.
Congelado na frente do amigo, deixou o taco cair. Sentiu seu coração pulsar em sua garganta, suas pernas foram tomadas por tremores, tombando cai sentado na cama.
— Heii, calma! — se aproxima do amigo.
— Você... está morto. — a trêmula voz mal saía.
Sem crer no que via, encarava assustado aquele fantasma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Destino e Vingança
RomanceCom a morte de Enrico, Anne se tornou a herdeira do maior CEO de Nova York. A jovem pôde dizer que a vida foi boa e grata para ela. Diferente de Mateo, que precisou se virar em um mundo quebrando preconceitos e estereótipos. Como uma ironia do desti...