Cap 8

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Sabendo exatamente onde a filha estava, Olívia se manteve quieta, sem cobrar a presença de Anne durante dois dias, continuou agindo com naturalidade a tudo o que acontecia. Após o enterro, Vincent acolheu Anne em sua casa, a mesma dormiu lá até Camille ir ao seu encontro.

— Como você está?

Anne suspirou, com o olhar tomado por lágrimas sussurrou:

— Ficarei bem.

Camille se põe ao lado da amiga que deita a cabeça em seu ombro.

— Você precisa descansar, os dois precisam. — consolou ela.

— Precisa ir para casa. — Vincent a olhou.

— A levarei.

— Mrs. Miller já deve está sabendo.

— Deve está feliz. — murmurou o jovem.

Não tão discreto a ponto das duas poderem lhe ouvir.

— Desculpa, ela é sua mãe. — retratou-se.

— Não duvido das suas palavras serem verdadeiras. — suspirou.

Sabendo que devia retornar a sua vida, Anne se levantou. As garotas se despediram do amigo e seguiram para Manhattan.

No caminho para casa Anne avisa a mãe do ocorrido, ao receber a ligação da filha Olívia seguiu prontamente para casa. Enquanto esperava relembrou do fatídico encontro com o jovem, diante do espelho, com o queixo erguido não demonstrava remorso, sua empregada se aproxima do quarto e avisa que Anne havia chegado. Descendo as escadas, Olívia avista a filha.

— Vai ficar tudo bem, minha querida. — consolou.

Sem imaginar a culpa que a mãe carregava, Anne se deixa acalentar por sua doce mãe naquela noite.

Três dias após o enterro do amigo, Vincent buscava retomar sua rotina após o luto, havia conseguido um trabalho no antigo mercado do bairro e recomeçaria em alguns dias.

Perto de anoitecer decidiu sair um pouco, organizou a casa e decidiu ir ao banho antes, distraído no chuveiro escuta um barulho na janela do quarto.

Fechou a água e concentrou-se no que ouvia, no mesmo instante a janela se fechou. Movendo-se devagar, puxou a toalha, a colocou e saiu do banheiro. Andando silenciosamente reconheceu que o barulho vinha do quarto do amigo, com a porta fechada, alcançou um taco de beisebol na cozinha e caminhou até o cômodo. Algo caiu o assustando, lhe dando a certeza de que havia alguém ali, com um forte chute abriu a porta.

O barulho dela batendo contra a parede assusta a pessoa que havia entrado, erguendo o taco questiona:

— Quem é você? — a um metro da pessoa, segurou o taco acima da cabeça.

Com um casaco de capuz e de costas para ele, enquanto tentava fechar a janela, a pessoa ficou paralisada.

— Anda, responde.

Lentamente a pessoa se virou, ficando de frente para ele, tirando o capuz e mostrando seu rosto. Para surpresa ou pavor, aquele rosto era conhecido.

— Ma... Mateo? — gaguejou.

Congelado na frente do amigo, deixou o taco cair. Sentiu seu coração pulsar em sua garganta, suas pernas foram tomadas por tremores, tombando cai sentado na cama.

— Heii, calma! — se aproxima do amigo.

— Você... está morto. — a trêmula voz mal saía.

Sem crer no que via, encarava assustado aquele fantasma.

Destino e VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora