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- 13 de Abril de 1912

PIETRO DEIXOU OLÍVIA em seu quarto pequeno e apertado e logo depois foi para mais um dos jantares da elite.

— Se me permite, senhor Duarte, poderia nos dizer quem era a garota que o senhor estava hoje pela parte da tarde? — uma mulher com um grande chapéu e vestido exuberante perguntava olhando para a alma de Pietro na grande mesa redonda.

Todos da mesa olhavam para Pietro, entre eles, sua mãe, seu pai, Rose e seu esposo Cal, os mais importantes da nobreza.

— Claro. Era Olívia, uma garota que conheci naquela mesma tarde.— Pietro respondia simples, sem medo dos julgamentos que passavam na cabeça daquelas pessoas.

— Ela usava um vestido simples, era da elite? — a mesma mulher perguntava.

— Por que a senhora iria querer saber disso? — Pietro ajeitava sua postura, colocando o guardanapo sobre a mesa — Suponho que tenha coisas mais importantes para se preocupar, dentre elas o casamento de sua filha, Rose, não é mesmo? — Pietro se dirigia à Rose, que o olhou com um ódio incondicional.

— Suponho que você não iria querer se importar com meu casamento, já que tem uma pobre garota para roubar seu dinheiro. — Rose respondia sorrindo para todos na mesa e sussurrava um "bingo" para Pietro.

[...]

- 14 de Abril de 1912

— Bom dia, Olívia. — Pietro dizia segurando a mão de Olívia para que ela saia de seu quarto como uma madame.

— Bom dia, Pietro. — ela sorria enquanto ele beijava sua mão — Acho que está me confundindo com alguma garota rica.

— Não, não estou. — Pietro olhara Olívia e todas as partes de seu corpo. Desde seu cabelo solto, seu vestido bege ate sua bota curta.

— Fiquei assustada ao saber que um homem passou e levou minha irmã para fora enquanto eu dormia. — Olívia ficava vermelha com o olhar de Pietro. Nunca esperaria estar com um homem rico em seus pés — Onde eles estão brincando?

— Em um parquinho que achei. Música de criança, babá. — Eles caminhavam lentamente pela parte pobre do navio. Viam mulheres e homens eufóricos bebendo e comemorando a ida para a América.

— A mordomia da primeira classe...— um sorriso cresceu em seu rosto. Olívia estava feliz por sua irmã ter pelo menos uma vez na vida algo bom e divertido — Para onde está me levando?

— Para o meu quarto. — Naquele momento, Olívia quase pulou de susto — Vamos conversar sobre tudo lá.

— Para o seu quarto...— Olívia respirava fundo a cada passo que dava na esperança de não morrer sem ar — Está me levando para seu quarto pois sua família viu você andando com uma mulher pobre? — Olívia fez com que seus corpos parassem para de olharem.

— Acha que tenho vergonha ou medo?— Olívia não teve tempo algum para respondê-lo. Pietro viu os corredores do navio se encherem de pessoas circulando e depositou um pequeno beijo nos lábios da morena.

Desde que Pietro deixou Olívia em seu quarto, ontem a noite, não conseguiu parar de pensar na mulher, só conseguia pensar em quando iria beijar Olívia de novo.

— Pietro, as pessoas estão olhando. — Olívia abaixava a cabeça sentindo os olhares de milhares de madames queimar sua pele.

— Então agora vamos deixar que elas olhem o casal indo de mãos dadas para nosso quarto. — Pietro diz simples agarrando a mão de Olívia.

Nosso quarto? — Olívia perguntava indignada.

Nosso. A partir de agora, tudo que é meu, é seu. — ele beijava a testa de Olívia enquanto caminhava pelo corredor, indo em direção a primeira classe. — Principalmente meu coração.

TITANIC - frio como nós. Onde histórias criam vida. Descubra agora