019

74 2 0
                                    

OLÍVIA SEGURAVA FIRME as mãos geladas de Pietro enquanto tentavam andar no meio das pessoas. A poucos minutos atrás, Olívia agarrou Pietro como se houvessem ficado trinta anos sem se ver.

— Se continuarmos aqui, morreremos esmagados! — Pietro gritou em seu ouvido — Nunca conseguiremos chegar aos botes! — Olívia se recusou a acreditar, mas acabou cedendo.

— O que faremos? — Olívia fez com que seu corpo parasse e consequente, o de Pietro parou também — Esperamos a morte enquanto escutamos os violinos?

— Pelo amor de Deus, Olívia. — a morena sentiu seu corpo se gelando ao ouvir a voz seria de Pietro — Nos podemos...arrancar alguma porta talvez?

— Soou como a ideia mais idiota do mundo. — Olívia disse sincera sentindo seu corpo indo de um lado pro outro com fortes empurrões — Talvez desçamos pelas cordas de um bote e...— Olívia pensou tanto ao completar sua frase que quase vomitou — Céus, fui egoísta? — Olívia fez uma leve careta de desgosto.

— Foi meio louca. Está querendo nadar em pleno Oceano Atlântico?— Pietro perguntou pensativo — Podemos pegar um bote. Entretemos lá e pegamos uma boa quantidade de gente— Pietro podia observar uma leve fumaça saindo de sua boca —, posso vir e voltar com esse bote várias vezes.

— Como pretende roubar um bote? — Olívia perguntou desacreditada — Pietro, como pretende roubar um bote? — seus olhos se arregalaram.

[...]

Olívia rastejava feito cobra no chão do Titanic.
— AHH! — seu rosto se contorceu ao sentir pisadas em seu corpo. Seus olhos se enchiam de lágrimas de dor e sua testa sangrava como memória do tombo que deu mais cedo — Eu quebrei algo. — ela sussurrou para si mesma.

Quando sentiu o ar mais frio, percebeu que estava em frente a um dos homens que cuidava dos botes.

— SOCORRO! — ela gritou.

— SAIA! — o homem tirou uma arma de sua cintura e Olívia deu dois passos para trás — Saia ou eu atiro. — a morena pode perceber suas mãos tremendo.

— EU ESTOU GRÁVIDA! — ela gritou rouca e os olhos do homem se encheram de lágrimas. Olívia pode perceber uma aliança em seu dedo —Pelo amor de Deus, eu o imploro: me deixe entrar neste bote! — seu joelho se curvou e Olívia implorava ajoelhada para o homem em meio ao choro — Por favor...— sua voz saiu fraca.

— Oh...venha, por favo...— sem tempo para responder, Olívia se atirou para cima da arma que antes estava apontada em sua cabeça. Ela disparou alguns tiros, mas Olívia tomou cuidado para que fossem pra cima.
Todos a volta se abaixaram enquanto Olívia e o homem brigavam pela arma.

— MERDA! — o homem gritou quando se viu sem nada nas mãos.

— Nem mais um passo. — Olívia ameaçava o homem de nem tão longe, nem tão perto. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, suas pernas tremiam e seus braços estavam firmes — Nem mais um passo ou eu atiro. — Olívia conseguia escutar os gritos mentais do homem — Continue fazendo seu trabalho. — Olívia disse antes de sair correndo.

TITANIC - frio como nós. Onde histórias criam vida. Descubra agora