Capítulo 4 - Explicando o passado.

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Yoongi ainda chorava sentado no sofá, Taehyung tentava se acalmar, tinha que falar o que estava sentindo, agora que tinha achado não poderia perder mais tempo. Por anos sonhou com o reencontro, queria se explicar, ele o queria de volta. Nesses oito anos jamais namorou, não teve sequer corpos para saciar sua necessidade física, seu coração era vazio e sua alma triste sem o grande amor de sua vida.

— Yoongi, quando cheguei na universidade eu era apenas um filho de rico, mimado e alienado. Estava assustado, jamais havia saído da minha casa, meu pai era ausente e muito autoritário. Eu nunca tive amor paterno, eu só conhecia o medo e a cobrança que ele sempre me impunha. Sempre tinha que ser o melhor em tudo que fazia. Apesar de ter tudo o que o dinheiro podia comprar, jamais fui feliz naquela casa. Eu tinha muita pena da mamãe que era um robô à mercê do meu pai. Não consegui construir uma relação com ela também, porque ela parecia morta, sem vontades, sem sentimentos. — respirava pesadamente, pois lembrar do passado ainda o machucava. Era difícil superar, já que devido a seu pai ele havia perdido o amor de sua vida. Yoongi o escutava com um semblante caído, ombros baixos, encolhido no cantinho do sofá.

— Quando fui estudar e morar na universidade eu me sentia perdido, triste, não tinha motivação para nada. Mas naquele primeiro dia de aula, quando trombei em você tudo mudou.

Oito anos atrás.

O Tae corria pela faculdade sem saber onde estava, chegaria atrasado e se seu pai soubesse estaria morto. Era tudo novo, tudo que ele conhecia era a casa em que morava, foi criado muito preso, o único amigo que o pai permitia era o Jimin porque a família dele era mais rica que a dele. Então eles se tornaram inseparáveis, os outros filhos de ricos eram esnobes e chatos. Sempre foram o esteio um do outro.

Ele andava rápido agora e quando dobrou a esquina trombou em algo e caiu sentado. Sua bunda e coluna doíam muito. Sentiu alguém o segurando pelos braços.

— Você está bem?

O Tae abriu os olhos devagar, muito tímido e assustado.

— Sim, só a coluna e bunda que doem.

— Venha, vou te levar na enfermaria.

— Não posso me atrasar. Papai me mataria.

— Ele não vai saber e você não viu, mas seu braço está sangrando machucado. Precisamos cuidar disso, certo?

Olhou e estava realmente machucado. — Tá.

Tae baixou a vista com vergonha. Foi levado para a enfermaria e esperou que a enfermeira fizesse um curativo e ainda colocou gelo na lombar, eu estava vermelho, tenho certeza e não dava uma palavra.

— Ei, calma, tigrinho, você está muito assustado.

Achou a forma do outro falar tão bonitinha que abriu um sorrisinho acanhado.

— Muito bem, você foi feito para sorrir e não para ficar com medo ou acanhado.

O Yoongi o achou adorável, ele parecia um garotinho assustado, mas tinha algo de felino nele. O interesse nele foi imediato. Havia se apaixonado à primeira vista e ele acreditava muito nisso, sempre acreditou no amor, sabia que o amor acontecia de formas que nem sempre eram explicáveis. Às vezes ele se perguntava do porquê nunca ter se apaixonado, mas agora entendia, estava esperando a chegada desse tigre manhoso.

— Venha, vou te levar na sua sala.

— Estou mesmo perdido, tudo parece igual.

— É verdade, mas logo você andará aqui de olhos fechados. Mas por hora serei seu guia.

Nesse dia o Yoongi o levou para sala e na hora do almoço foi buscá-lo, algo o dizia que ele não iria se enturmar. E ele estava certo, quando ele chegou na sala o Taehyung estava sentado na cadeira sozinho.

Um encontro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora