– TONI! – Arregalo os olhos e aperto fortemente a cintura da mencionada. Ela quer matar a gente?! – Jesus... – Sussurro.
Acontece que Toni não é rebelde, ela é simplesmente maluca.
Depois que abrimos o portão - devagar para ninguém ouvir -, subimos naquela moto e colocamos os capacetes, foi como se um ser muito radical tivesse possuído o corpo da minha pequena. É sério, a Toni, simplesmente, sem nem testar onde ficavam os "botões" da moto, só acelerou e começou a rir, feito uma criança feliz e que não tinha amor à vida.
Não estou reclamando, é uma gracinha saber que ela ficou feliz.
– Vira aqui! – Digo rápido e arregalo ainda mais os olhos quando ela vira a esquina com uma vontade tão grande que, eu juro, meu pé desequilibrou e roçou no asfalto. Céus!
– ISSO AQUI É FODA PRA CARALHO! – Antoinette diz alto, rindo divertidamente, e eu sorrio nervosa.
– EU PERCEBI! – Grito atrás dela me segurando com as mãos em sua cintura com força, porque, sério, se eu soltar é capaz de eu voar dessa moto.
Não demoramos muito para chegar. Tirando as partes em que minha namorada virava em ruas aleatórias sem saber se estavam certas ou as pessoas desconhecidas pareciam achar que eu estava sendo obrigada a estar ali pelos os meus gritos desesperados de quem achava que iria de arrasta para cima, tudo ocorreu bem.
Desço da moto meio tonta, tiro o capacete e o deixo cair no chão. Eu me sinto como se fosse criança e tivesse feito aquelas brincadeiras de girar igual uma beyblade do Homem-Aranha.
Parando com as zoações, eu realmente pensei que iria morrer.
Nunca mais.
– Amor? – A abençoada de "mãos leves" aparece com aquele rostinho angelical. Sério, o que é isso? Uma hora ela quer matar a gente e outra hora está me chamando de "amor"?
– Hm? – Tiro o cabelo do rosto e a olho com as pálpebras um pouco fechadas.
– Tudo bem? – Antoinette me pergunta baixinho e chega perto para colocar as mãos em minhas bochechas e ajudar a tirar os fios ruivos bagunçados em minha pele.
– S-sim. – Passo as mãos pela minha roupa. Eu sei que não estavam bagunçadas, não caí no asfalto e saí rolando para estarem amassadas, mas por algum motivo eu tinha essa impressão. – T-tudo certo. – Sorrio para ela, me viro na direção da casa da tia Li, pego o capacete e saio andando devagar e tombando até lá.
Eu me sinto em The Walking Dead andando assim, mas eu juro que não é proposital. Eu só, apenas, me sinto tonta com toda aquela rapidez. Nem quando eu e Jason saíamos igual loucos pelas ruas de madrugada procurando por algum lugar para passear éramos tão irresponsáveis.
Devo me preocupar?
– Ei! – Paro de andar e olho para a Toni. – Tudo bem mesmo? – Sua mão toca em meu ombro. Eu coço a nuca e só assinto, sem saber como dizer "não muito, tô meio tonta, porque você é uma abitolada da cabeça". Ela provavelmente acharia que eu estou brava quando, na verdade, eu só estou surpresa com o que aconteceu. Ela parecia tão tranquila antes.
Eu até gostaria mais dessa loucura se eu não estivesse com a sensação de que meu cérebro quer sair pelo buraco dos meus ouvidos.
Ok, exagerei.
– Relaxa, linda. – Toco em seu rosto. Ela faz o mesmo comigo. Nos olhamos por alguns segundos, então eu só dou as costas e começo a andar, de novo, para a casa da minha tia.
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Blossom
FanficEm algum momento de sua vida, Cheryl Blossom se vê entediada, e após um surto com seu chefe ela se muda, buscando algo novo e menos entediante. Com isso, acaba encontrando uma pequena - porém adorável - cidade e vê uma oportunidade perfeita para rec...