24 - Rachados não literais e curativos realmente fortes.

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Antes que me xinguem, nesse capítulo tem uma frase que deixa claro que elas transaram, porém não teve o hot em si. Eu não queria enfiar um hot no meio de um momento que é pra ser fofo.

Boa leitura! ❤

~❁~

Faz algum tempo desde que estamos nesse posto. O sol já está nos deixando, Kevin parece esperar por algo que não virá, Veronica está visivelmente arrependida de ter comido tanta coisa - inclusive os meus cookies e da Toni -, e eu e Toni estamos sentadas na calçada, esperando por alguma coisa ou uma palavra da outra, então dividimos aquele suco duvidoso de laranja.

Eu não faço a mínima ideia do porquê de estarmos caladas. Esse final de dia parece confuso, e eu nunca pensei que viajar seria tão difícil. Mas estamos indo aos poucos, eu acho. Logo, logo estaremos em minha casa, e realizando um desejo dentro de mim e que ela provavelmente deve saber que está em meus planos mas que ainda não disse nada sobre, eu finalmente poderei apresentá-la para pessoas muito importantes para mim. A minha família. O meu lar.

Polly com certeza está ansiosa, e conhecendo minha cunhada, todos já devem estar sabendo que estou indo para Salem. Eu estou feliz. Gostaria que essa viagem fosse algo de casal entre só eu e a Toni, porém acho que está sendo bom para o Kevin que passa o dia inteiro todos os dias em uma rodoviária em frente uma loja cheia de chaveiros, e principalmente, bom para a Veronica, que por mais que não transpareça, com certeza ainda está superando sua ex-namorada.

Faz tempo que eu não converso com a Elizabeth. Costumávamos a conversar bastante, porque ela é uma pessoa divertida e com um senso de humor tão único que eu não entendo a maioria das coisas que ela fala, mas eu acho que é isso que a torna engraçada, e eu acho que é por isso que a Veronica se apaixonou por ela. Elizabeth Cooper pode ser uma pessoa linda, mas a Veronica, contradizendo sua personalidade julgadora, se apaixona por pessoas, e não por gêneros ou beleza, e isso é lindo.

De qualquer forma, depois desse último término, a probabilidade de eu e Betty voltármos a nos falar é um pouco pequena. Eu ainda tenho o número dela, e pela foto de perfil que ainda aparece para mim eu tenho a certeza de que ela não me bloqueou, o que é ótimo, porque se eu precisar mandar uma mensagem a ameaçando de morte se chegasse perto da minha pequena mexicana outra vez, eu facilmente poderei.

Eu não sei o que vai acontecer com elas. Pessoas se reencontram sempre, e eu sou uma prova disso, pois ano passado eu me reencontrei com uma amiga do curso de francês que fiz; Aquele de quando eu tinha 14 anos e não aprendi nada mas captei o sotaque. Então não tem como eu prever o futuro ou garantir que algum dia a Veronica vá, sem querer, pisar no pé de alguma loira em um posto de gasolina...

Por que eu usei esse exemplo? Porque, por algum motivo, foi exatamente o que acabou de acontecer, e eu semicerro os meus olhos, tentando enxergar melhor a cena e o rosto da loira.

- Tá de palhaçada com a minha cara... - Digo quando finalmente fica claro, mas eu ainda torço para que não seja ela. Não, não, não!

- O que foi, Cheryl? - Toni me pergunta preocupada, e só aí eu percebo que apertava a garrafa de plástico, agora vazia, do suco de laranja.

- Fica aqui, pequena. - Me levanto com raiva da calçada, e me estresso ainda mais por saber que nem de noite eu poderia ter paz.

Em passos rápidos e pesados, eu finalmente chego perto o suficiente para ver o rosto espantado de Elizabeth Cooper olhando fixamente para o rosto da Veronica, que a olhava da mesma forma, porém de um jeito quebrado. Eu não sei explicar, e meu ato foi, totalmente ignorando o milkshake jogado no chão e a roupa cara da latina suja do líquido doce que Betty tinha sem querer derramado em cima dela, eu me ponho em frente a minha melhor amiga, a empurrando com o braço para ficar atrás do meu corpo, e o que me deixa ainda mais preocupada com essa aparição é o jeito que Veronica realmente parecia tentar se proteger de Elizabeth, como se tentasse a todo custo não deixar que o pedaço final de seu coração se rasgue e ele caia no chão. Ela aperta as mãos em volta do meu pulso, como se tentasse me pedir para tirá-la dali, mas nem olhar para ela eu consigo. Fixo meu olhar odioso totalmente em cima da loira em minha frente, e ignoro o jeito triste e medroso que ela me olhava de volta. Eu não me importo com ela, me importo com o motivo de ela estar aqui.

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