Capítulo onze

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Dante

        Estranhamente, meus dias têm sido relaxados. Luke não voltou a dar notícias e nem apareceu, e fazer a Amber ficar puta comigo de certa forma é relaxante. Sabia que ela iria aceitar passar as férias comigo, agora só estou curioso para o que ela irá pedir em troca. Será que é possível ela resistir durante o tempo que iremos passar juntos?
      Estou animado para beijar ela sem esperar um soco em troca. Nunca tive um namoro falso com ninguém, vai ser interessante, ainda mais com a mulher que quero muito na minha cama. Tenho contado os segundos para esse momento, meu pai e meu irmão não vão acreditar.
       Conto para doutora Susan que vou viajar com Amber e que estou empolgado para isso. Às vezes, ela me ajuda a controlar os meus problemas e relaxar, às vezes venho para cá porque simplesmente estar deitado nesse sofá faz bem a minha alma. Antes eu desacreditava nessas coisas, até descobrir que terapia é uma coisa boa. Não trato apenas da minha saúde mental, também tenho alguém para conversar, embora o faça com os meus amigos também, com ela é diferente.
      — E os remédios para dormir? — pergunta.
      — Bem, ultimamente tenho dormido sem ajuda dos remédios, mas vou levá-los por precaução, nunca se sabe. Só que sinto que a viagem vai ser boa. O que você acha? — aperto uma bola de borracha que estava por cima da mesa.
      — Estar perto da família sempre ajuda a nos sentir bem. Sei que tem problemas com o seu pai, mas se resolverem as coisas, a viagem será muito melhor. — Endireita os óculos e aponta no seu caderno.
      — Ele sempre acha que tem razão. Não dá. Por isso quero mostrar para ele que não sou o que pensa.
       — Infelizmente, você é o que ele pensa. Felizmente, é também algo mais. Algo que não quer admitir a si mesmo.
       — Eu sei que você me conhece bem, mas não exagera. — observo a bola ser esmagada pela minha mão.
      — Eu sempre digo a verdade a você. Não apenas o que quer ouvir.
      — A verdade dói. — suspiro e encaro a doutora Susan. — Acha que a Amber iria querer alguma coisa comigo se fosse mais do que um canalha?
      — Provavelmente. É o que você quer? Que ela se apaixone por você? — olha para mim atentamente.
      — Não. É complicado. Eu não gosto de relacionamentos. É algo muito importante e sei que vou foder com tudo. Eu nem sei se sou capaz de me apaixonar de novo. Elas sempre me odeiam e nunca me escolhem. Acho que é melhor assim. — Suspiro. — Um relacionamento sério é uma responsabilidade muito grande, é como andar descalço num chão molhado e escorregadio com uma bandeja cheia de taças de cristal nas mãos.
      — Bem visto. Mas acredito que qualquer pessoa pode fazer isso se realmente quiser. — Volta com as anotações.
      — Mas e se eu tiver um relacionamento e depois uma mulher da minha boate me seduzir e eu não resistir a tentação? — mudo de posição, para sentar e olhar para ela. — Ou não for carinhoso o suficiente? Atencioso o suficiente? As taças de cristal irão cair ao chão.
        — Nunca duvide das suas capacidades. Se você estiver apaixonado, você vai se supreender consigo mesmo.
       — Meu coração virou pedra depois que a Karol ficou com aquele homem. Já não sinto nada por ela, mas não quero isso novamente. Minhas intenções com Amber são estritamente sexuais.
       Ela acena em negação. — Bem, se é o que você quer. Mas vou dizer mais uma vez, nunca tenha medo de tentar por medo de errar. É bom arriscar às vezes, sair da zona de conforto.
      — Acha que pessoas como eu merecem ser amados?
      — Todo mundo merece. — Sorri e continua a escrever. — Nos veremos novamente quando voltar de Orlando, mas pode ligar para mim sempre que precisar. Se eu tiver um tempo livre, ficarei mais do que feliz em te ajudar.
      Observo o relógio e vejo que meu tempo esgotou. — Com certeza que o farei.
      — Espero que sim, querido.
     Levanto e deixo a bola por cima da mesa. — Fica bem, doutora. Nos vemos em breve.
      Saio da sala da doutora Susan e vou de moto para a minha casa. Preciso fazer as malas e trocar de roupa para ir para o Night club. No fundo tenho vontade de ir provocar Amber, mas tudo tem que ter limites, e não quero que ela desista de viajar comigo.
     
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