Amber
Dante olha para mim como se eu fosse um pedaço de bife enquanto acena para mim. Também aproveito para admirar as tatuagens no seu braço esquerdo que são vários desenhos que devem ter significados diferentes. Há uma espada no coração sangrando, aves, mãos acorrentadas, coisas que parecem ser bem pesadas. Na costela direita há algumas escritas em italiano, no seu pescoço a data de nascimento em numeração romana que eu fiz e na coxa uma flor-de-lis.
Sua sunga azul deve esconder mais algumas, ou talvez não. Tenho que admitir que Dante é sexy, quando não é um idiota, o que significa que os momentos são raros. Admito também que seu olhar de lobo faminto me faz sentir sexy.
— Você não tem mais tatuagens? — ele pergunta.
Coloco um pé na cama para mostrar o meu pequeno coração na virilha. — Mais perguntas?
— Por que você é tão sexy?
Pisco um olho para ele e seguro a sua mão para sairmos do quarto. Dante vem atrás de mim enquanto vamos para a piscina ter com a minha desilusão e sua noiva Barbie. Quero sorrir quando Ivan arregala os olhos ao ver meu biquíni. Eu quero que ele fique desconfortável mesmo. É para saber que não se pode brincar com mulheres como eu.
Zoey sorri. — Que bom que se juntaram a nós.
— O dia está lindo demais para não aproveitar. — Digo, soltando a mão do Dante.
Deixamos as nossas coisas nas espreguiçadeiras vazias e empurro Dante na piscina, quando ele volta para a superfície, ri como um louco. Quem diria que eu iria fazer essas coisas com ele.
Pulo na piscina também e começamos a brincar na água, fingindo que estamos sozinhos. Tento fugir, mas Dante me apanha e me abraça, com seus braços fortes. Ficamos um pouco afastados do casal perfeito, onde não podem nos ouvir e me apoio na beira da piscina. Dante fica na minha frente, perto o suficiente para beijar o meu pescoço, e é isso que ele faz.
Minha pele arrepia com o toque dos seus lábios e fico satisfeita ao ver Ivan nos encarar com ira, enquanto sua noiva está de olhos fechados na espreguiçadeira, sem saber que seu futuro marido morre de ciúmes de outra.
Quando Dante olha para mim, beijo a sua boca para provocar mais ainda o seu irmão. Esperava um beijo bem selvagem, mas Dante devora a minha boca com paciência, desfrutando lentamente do momento. Minhas mãos agarram seus cabelos enquanto Dante mantem o meu corpo preso e suas mãos a cada lado para se apoiar na borda.
Sinto sua língua devorando a minha, esfomeada, apaixonada, causando choque por todo o meu corpo. Nunca pensei no que estava perdendo durante todos esses dias, sua boca é capaz de me mostrar o paraíso, não sabia que seu beijo poderia ser tão marcante, delicioso e poderoso.
Permito-me perder em seus lábios experientes e cheios de desejo. Permito-me explorar sua língua cautelosamente, avidamente, sentir seu gosto, apreciar o seu toque, esquecer o resto do mundo. Dante mantem nossos corpos na beira, sem interesse em se afastar.
Gemo baixinho, derretendo, torcendo para ele não perceber que estou encantada com sua língua, com o seu toque, com o jeito perfeito que me beija. Poderia desfrutar desse beijo para sempre, mas infelizmente precisamos parar para não nos sufocar.
Quando nos afastamos ele fica sério, olhando para mim. — É isso que você ganha por não ser um idiota. — Desvio o olhar para ver Ivan levantar e sair furioso e dou mais um selinho no Dante.
Merda, beijar esse homem é bom demais.
Deve ser por isso que ele acha que é o último biscoito do pacote. Ele sabe que é lindo, deve saber como sua voz é sexy, e além de saber beijar deve saber também muitas outras coisas que eu nem devia pensar porque isso é um namoro falso. Tenho que me focar, Dante não é homem de relacionamentos.
— Se eu soubesse disso, deixaria de ser um idiota mais cedo. — Toca o meu braço com carinho. — Qual é a história das borboletas?
— O quê?
— As tatuagens.
— É apenas porque gosto de borboletas. — Admito.
— Ah é? — morde o lábio. — O que mais você gosta?
— Gosto de flores. Por que tanto interesse? — estreito os olhos para ele. Agora que vejo mais de perto, Dante tem os mesmos olhos que Ivan.
— Porque você é minha namorada. — Sussurra no meu ouvido. — Amei o coração na virilha.
— É uma pena que não vai voltar a vê-lo. — tiro os cabelos na sua testa.
— Mesmo se eu for um bom menino?
— Eu vou pensar.
Afasto-me de Dante para ficar sentada na beira e vejo Zoey dormindo na espreguiçadeira. Espero que seu querido noivo não regresse mesmo, olhar para ele me faz ficar com raiva.
— Eu vi as tatuagens em italiano. O que significa?
— É uma prisão, mas eu posso controlar. Estou preso, mas posso me libertar. Só eu tenho a chave para ser livre. — Ele diz. — Li em algum lugar. — Desvia o olhar.
— Eu gostei.
— Obrigado. — passa a mão nas minhas pernas. — Por que não falamos menos e beijamos mais.
— Não me diga que ficou viciado no meu beijo. — passo a mão nos meus cabelos molhados.
— Se eu disser que sim, terei a oportunidade de repetir?
— Não abuse!
Ficamos mais algum tempo na piscina, mesmo depois de Zoey acordar e ir embora. Eu não achei que as férias poderiam ser tão divertidas, porque Dante é insuportável, ou era, não sei, por enquanto eu posso suportá-lo. Principalmente quando beija desse feito.
Foda-se! Foda-se! Foda-se!
Dante beija bem demais. Por que ele tem de fazer o meu tipo tanto assim? O que eu fiz para merecer isso? Eu achei que não havia tentação, que teria tudo sob controle, mas agora a linha entre me deixar levar e resistir é tênue demais.
Quando voltamos para o quarto, vamos tomar um banho. Separados, claro. Acabei de ter uma desilusão amorosa, embora já não doa tanto assim, não posso me dar ao trabalho de ir atrás de outra desilusão. Estou orgulhosa de mim por não chorar como um bebé por causa do traidor, foi quase, mas não aconteceu.
Termino de vestir meu macacão azul escuro e de secar o cabelo, depois faço um rabo de cavalo e vou para o quarto no momento em que alguém bate na porta. Bruna surge quando abro e mostra uma pequena sacola de farmácia para mim.
— Senhorita Amber, trouxe os remédios do senhor Dante.
Recebo. — Muito obrigada.
Ela dá um leve aceno de cabeça e desaparece da minha porta. Fecho e verifico se tem uma aspirina e vejo que são remédios para dormir. Sei que ontem ele não dormiu, mas será que isso é frequente?
Dante sai do closet já vestido com uma calça jeans preta e camiseta azul escura com o desenho de uma caveira. Ele passa as mãos nos cabelos e olha para mim.
— Você precisa de remédios para dormir? — pergunto.
— Sim. Mas não é nada. Não se preocupe. — Vem tirar a sacola das minhas mãos.
— Está bem. Eu vou descer para fazer uma ligação.
— Vai falar sobre mim para as suas amigas? — odeio o sorriso que ele mostra nesse momento.
— Vai se foder! — saio do quarto.
Desço os degraus, passo pela sala vazia e vou para a biblioteca, que Dante me mostrou mais cedo, para ligar para saber como estão as coisas em Nova Iorque. Só não esperava encontrar Ivan sentado numa poltrona com um livro na mão. Seus olhos verdes automaticamente encontram os meus.
— Não sabia que estava ocupado. — Digo já pronta para sair.
Ivan levanta e corre até mim para me impedir de sair. Segura o meu braço e me leva para um canto como se fosse para não sermos vistos. Ficamos atrás de uma das grandes estantes, Ivan me mantém contra a parede para me impedir de sair.
— Amber, por favor, deixa explicar o que se passa. — Fala baixo.
— Que você vai casar? Que tem uma noiva incrível? Eu não preciso. — Tento escapar dos seus braços.
— Tudo o que tivemos foi real para mim. Eu juro que não te usei.
— Sério? Porque eu me sinto bem usada. Você só queria sexo, achei que fosse diferente. Mentiu para mim enquanto tinha sua namorada. Ficou com as duas, não tem vergonha? — cuspo as palavras com raiva.
— É um casamento arranjado. Eu não sinto nada pela Zoey, eu amo você. Eu tive medo de contar a verdade. — É a sua resposta. Não acredito mais nele.
— Mentiroso. Você achou que eu nunca iria descobrir.
— Eu pensei muitas vezes em fugir com você, mas não tenho escolha. — Sussurra. — Sinto muito.
— Acha que sou idiota?
— Amber, eu juro que te amo. É você que eu quero, e não suporto ver você com o meu irmão. Por favor não faça isso comigo.
Saio dos seus braços. — Eu não sabia que o Dante era seu irmão.
— Você também me enganou. Vocês estão juntos há dois meses. — aponta o dedo para mim.
— Eu não te enganei. O meu relacionamento com Dante é recente. Eu fiquei com ele depois que você me deixou e disse que iria para a Europa. Ele esteve comigo e eu decidi dar uma chance para ele. Só dissemos aquilo para que percebam que Dante é capaz de lidar com relacionamentos. Ele é muito bom comigo. — Nem devia explicar tanto, assim ele vai desconfiar.
— Eu não suporto ver você com ele. Você não pode fazer isso comigo. Ele é meu irmão. — Ivan segura a minha mão, e eu a solto imediatamente.
— Ivan, viva a sua vida e me deixa viver a minha. Você tem um casamento para se preocupar. Arranjado ou não, tenho a certeza que foi uma escolha sua. Ninguém decidiu por você.
— Amber, vamos conversar melhor. — Pede.
Dou passos para trás para fugir dele e saio da biblioteca antes que alguém nos veja. Vou para cozinha e encontro senhora Louise conversar com Bruna e elas olham para mim. Desisti da ligação, depois eu ligo.
— Olá. Desculpa, eu vim saber se precisam de ajuda. — Digo.
— Não, obrigada, querida. — Louise responde.
— Posso usar a cozinha? Se não se importar?
Ela olha para mim. — Você sabe cozinhar?
— Bem, sim.
Bruna sorri. — Então pode ajudar. Wendy e Suzie vão fazer o almoço, você pode ajudar com o que poder.
— Entendido.
Bruna e senhora Louise desaparecem da cozinha, e eu ajudo as outras empregadas. Elas fazem o prato principal e eu decido fazer a sobremesa. Parece que senhora Valentine pediu um cheesecake, segundo as empregadas. Uma parece ter vinte e muitos e a outra deve ter quarenta e muitos.
Visto um avental e coloco a mão na massa. Provavelmente o cheesecake será para o jantar porque irá passar tempo no frigorífico, então faço um semi-frio de maracujá, só depois dou continuidade no cheesecake.
Dante vem para a cozinha ao mesmo tempo que Ivan quando termino de fazer a sobremesa para o jantar. O tempo não ajudou, mas mais tarde eles irão provar a minha receita especial.
— Vim saber o que a minha namorada tem feito. Já estou com saudades. — Dante me abraça e me beija, se aproveitando da situação.
Foda-se, ele beija muito bem.
— Isso é uma cozinha. — Ivan não esconde seus ciúmes. Apenas Suzie está aqui, a empregada mais nova, olhando para Ivan com brilho nos olhos.
Dante sorri. — Eu sou imoral, lembra?
— Eu já terminei. — Coloco o cheesecake no frigorífico. — Agora sou toda sua. — abraço Dante e vejo Ivan olhar para nós como se fosse explodir.
— Melhor sair daqui. Ivan não gosta de demonstrações de afeto. — Dante tira o meu avental e me leva para fora da cozinha, vamos para a sala de estar em que não tem ninguém e Dante volta a me beijar.
Eu quero afastar esse homem, mas o que eu posso fazer se o seu beijo é bom demais? Melhor beijo que já provei na minha vida e dá sempre vontade de ter mais e mais.
Dante morde o meu lábio inferior. — Seu pior erro foi me beijar daquele jeito.
— Seu pior erro foi cruzar o meu caminho. — toco o seu queixo. — Eu avisei, lembra? Que você ia terminar mal. — brinco.
Dante sorri. — Que medo!
— Não brinque com o fogo.
Deixo ele sozinho na sala de estar e vou fazer as minhas ligações no quarto, sentindo uma sensação estranha aos deixar seus braços.
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Colapso [COMPLETO NA AMAZON]
RomanceDante Valentine não era simplesmente um homem bonito, um pedaço de mau caminho, alguém que ninguém queria por perto, um bad boy com muitos problemas e passado desconfiável. Talvez até fosse algo mais só que... ...Amber não estava interessada e...