Amber
Termino de fazer a minha maquiagem e desço com a minha malinha, enquanto Dante leva todas as outras para o carro. Estão todos na sala de estar para se despedir, até o senhor Raymond que no começo parecia não gostar de mim. Acho que sou boa a fazer as pessoas gostarem de mim.
Senhora Louise me dá um abraço. — Espero que volte sempre. Ainda tem muitas receitas para nós mostrar. E sempre que quiser ligar para reclamar do Dante, esteja à vontade.
— Se for para reclamar dele, vou ligar todos os dias. — Rio. Dou um abraço também no senhor Valentine. — Foi muito bom estar com o senhor também.
— Dá próxima vez vou querer ouvir suas piadas de comida.
— Eu tenho muitas.
— E cuida bem do Dante, por favor. Ele é um pouco... é muito complicado, mas não desista. Tenha paciência com ele.
— Sou bem paciente. Vou cuidar dele.
Abraço também Zoey, que merece um homem melhor que Ivan. Sinto-me mal pelo que aconteceu, mesmo que ela não saiba. Se eu contasse haveria muitos problemas e problemas são coisas que tenho tentado evitar ultimamente, embora saiba que o caos me ama.
— Foi muito bom conhecer você. Espero que possamos nos ver em breve. — Digo e recebo um sorriso dela. Quando chega a vez do Ivan, estendo a mão para ele, mas ele me puxa para um abraço no mesmo momento que Dante entra.
— Espero que possamos nos ver em breve.
Saio do seu abraço. — Também eu. Não perderei o vosso casamento. Cuida bem da Zoey, ela é uma mulher maravilhosa. E também seja bom para o seu irmão.
Dante também se despede de todos, bem, todos não, apenas olha para Ivan, depois me leva para o carro. O nosso motorista está à espera quando sentamos no banco de trás.
A mão de Dante segura a minha mão assim que vamos em direção a estrada. Eu não esperava voltar para casa com um namorado, ainda mais o Dante, mas estou feliz. Essa viagem foi boa demais, não só me permitiu conhecer a família dele, como também passei a conhecer ele melhor. E claro, ainda tive tempo de foder o meu coração, quer dizer, me apaixonar.
— Finalmente vamos voltar para casa. As férias foram boas, mas tivemos que ficar perto do Ivan.
Aperto a sua mão. — Você e Ivan precisam resolver as coisas. Vocês vão ficar bem?
— Se ele desistir de você, vamos ficar bem.
— Vocês são irmãos e não vou me sentir bem se vocês ficarem mal por minha causa. — Faço carícias na sua mão com o meu dedo.
— Não será por sua causa. Ivan seria o único culpado porque ele tem um casamento e mesmo assim insiste em roubar a namorada dos outros. Ele só te quer, Amber, porque sabe que eu quero também.
— Sempre foi assim?
— Sim. Mas não com mulheres. Ivan e eu sempre nos apaixonamos por mulheres diferentes.
— O importante é que estamos juntos. Eu quero ficar com você e não com ele. Mas não quero estar entre vocês dois. Promete que vai tentar resolver as coisas com Ivan!
— Vou tentar, só não me faça prometer.
— Já é alguma coisa.
Se eu soubesse que iria me apaixonar por Dante e que Ivan era seu irmão com certeza iria escapar de todo esse drama, mas o que posso fazer? Já estou envolvida até aos cabelos.****
A viagem foi tranquila, apenas duas horas para chegarmos em Nova Iorque. Não tivemos problemas com as nossas malas e quando saimos do aeroporto, os dois amigos do Dante nos esperam num Porsche preto. Eu esqueci o nome dos dois, mas na minha cabeça são o careca e o loirinho.
— Eu mandei o motorista. — Dante olha para eles, colocando nossas malas no carro.
— Eu sei, mas queríamos nos apresentar a sua namorada. — O careca diz.
— Você contou? — viro para Dante.
— Sim. — Passa a mão no cabelo. — Você nunca me apresentou a sua namorada, Lorenzo. Não pode exigir nada de mim.
— Já estamos mesmo aqui. — O loiro dá de ombros.
— Nós já nos conhecemos. — Digo. — Você é do Night Club e você é do Inferno.
— Eu sou o Lorenzo. — O careca estende a mão para mim.
— Prazer, Lorenzo. — aperto a sua mão e ele beija.
— E eu sou o Stephen. — O loiro estende a mão também.
— Que bom que nos apresentamos como deve ser já que Dante não teve a decência de o fazer antes. — Provoco.
— Em minha defesa, não sabia que você seria minha namorada. — Dante morde o lábio inferior.
— Então vamos fingir que é a primeira vez que nos vemos. — Lorenzo abre a porta para nós. — Vamos deixar vocês em casa.
— Então hoje são os nossos motoristas? — pergunto.
— Sim.
Entramos e ficamos no banco de trás. Sorrio para Dante, que não parece muito feliz. Eu entendo, por isso propus que ficassemos na sua casa, porque eu sei que amanhã pela manhã Duke e Karol ou mesmo Nina vão bater a porta do meu apartamento.
— Então, Amber, quer ouvir histórias sobre o Dante? — Lorenzo pergunta, prestando atenção na estrada.
— Não se atreva! — Dante diz.
— Calma, são histórias boas. Não as histórias que nenhuma mulher quer ouvir sobre o seu namorado. — Lorenzo ri.
— Não fica tão bravo com eles, Dante. Acho fofo amigos assim.
Dante sorri. — Sim, às vezes eles são suportáveis.
Stephen vira para nós. — Admita que não pode viver sem nós.
Dante mostra o dedo do meio para ele.
Vamos para a casa do Dante num condomínio espetacular enquanto canto várias músicas com Lorenzo e Stephen. Eles estacionam o carro e nos ajudam com as malas. Nem dá para acreditar, mas parecem muito felizes pelo amigo.
Nos despedimos deles e entramos numa sala absolutamente linda. Há paredes de vidros com vista para a piscina, portas deslizante também de vidro, dá para ver quase toda a parte de fora. No meio da sala há um grande sofá castanho com puffs e uma mesa de centro interessante e peculiar. A TV está na única parede que não é de vidro e bem depois de todo esse cenário há uma escada sem corrimão. Estou apaixonada.
— Seja bem-vinda. — Ele diz.
— Estou impressionada. Sua casa é linda.
— Que bom que gostou. Vamos para cima. Tenho uma coisa para você.
Ele leva as suas malas e eu o sigo pelas escadas. Entramos no quarto do Dante, que também tem portas deslizantes para a varanda. O quarto é grande e acolhedor, assim como o resto da casa.
— Eu tenho o seu presente aqui. — Ele abre a sua mala.
— Você já me deu esse colar. — Mostro para ele a borboleta no meu pescoço.
— Eu posso dar quantos presentes eu quiser. — parece que ele encontra. — Está aqui.
Vou até ele para abrir e saber o que está dentro da sacola prateada com um laço verde. Sorrio ao ver a lingerie preta que é um body transparente que ele comprou e também a lingerie preta linda que faz mais o meu estilo. Eu usaria as duas, Dante tem bom gosto.
— Eu adorei. — Dou um beijo nele. — Como eu não vi antes?
— Você estava animada demais para reparar nessas coisas.
— Não acha que é cedo demais para me oferecer roupas interiores?
— Não. — Mantem o meu corpo junto ao dele. — E por que não temos um encontro?
— Já tivemos. O da Disney.
— Podemos ter vários se você quiser.
— Está bem.
— Nossa primeira noite no meu apartamento?
— Quer fazer uma festa de pijama? — brinco.
— Eu adoraria. — Sorri. — Nunca fui a uma. E olha que já fui a vários tipos de festa. Fui a festas de espuma, festas de fricção...
— É sério?
— Sim.
— Bem, agora você sabe que não pode ir para esses tipos de festa. E também precisa colocar suas strippers no lugar delas.
— Não se preocupe com isso. — Ele vem me abraçar. — Agora eu tenho outro objetivo de vida.
— E qual é?
— Fazer você feliz.
— Assim espero. — Trago a sua boca até a minha.****
Dante me leva para casa pela manhã para que eu possa organizar as minhas coisas e também me preparar para ir para o estúdio de tatuagem, mas acabo por adormecer novamente sem comer nada. O que me acorda é a campainha, e já imagino quem deve ser. Devia ter ficado na casa do Dante, tenho a certeza que ninguém iria me incomodar.
Levanto para abrir a porta. Nina e Karol entram e claro, vão direito para a cozinha. Já imagino o motivo que as trouxe aqui, não são saudades porque normalmente ficamos uma semana ou duas sem nos ver. E com Nina nem se fala.
— O que vocês querem?
— São onze horas. — Karol vem me abraçar. — Estávamos com saudades.
— Eu só vim saber das novidades mesmo. — Nina sorri.
— Eu sei que sim. Então eu vou fazer a minha higiene, se quiserem saber das novidades façam um café para mim. Já volto.
Vou para o quarto tomar um banho, lavar os dentes, lavar e secar meu cabelo, fazer o meu cuidado facial e só assim vou ter com as minhas amigas. Felizmente para elas o meu café está pronto e quentinho e ainda fizeram panquecas.
Karol cruza os braços. — Você demorou quase duas horas.
— Eu sei. É muita coisa para fazer. — Sento na ilha com elas.
— Como correu a viagem? — Karol pergunta sem perder tempo.
— Foi boa. Conheci os pais do Dante, o irmão dele que é o maldito do Ivan e um milhão de coisas mais. — respondo.
— Espera. — Karol olha para mim. — O Ivan é o irmão do Dante?
— Sim. Eu sei que deveria saber porque são muito parecidos, mas se calhar meu coração não quis saber. E sabe qual é a melhor parte? Ele tem uma noiva.
— Filho da puta! — Nina diz.
— Não diga isso, a mãe dele é uma boa pessoa.
— Ele te enganou? Só pode ser mesmo irmão do Dante. — Karol acena em negação.
— O Dante é muito melhor que ele. Ele foi um bom namorado. Até me levou para a Disney.
— Então você não conseguiu resistir no final? — Karol arqueia uma sobrancelha para mim.
É verdade, eu não consegui. Como poderia resistir àqueles olhos verdes, aquele sorriso e o abraço protetor? Como poderia dormir ao seu lado, conhecer todas as suas faces e resistir? Minha mãe sempre disse que devemos tentar antes de desistir. E não posso ignorar o que sinto.
— Eu não fui capaz. — Admito. — E agora nós estamos juntos.
— Você sempre foi atraida pelo caos. — Karol diz. — Se é a sua decisão, tudo bem, mas tenha cuidado. Eu não quero que você sofra.
Claro que também pensei bastante nisso. Dante trabalha com mulheres lindas e sexys, mas eu tenho que confiar nele. Só tentando para saber se isso vale mesmo a pena.
— Eu vou ficar bem. — Digo.
— Ele só te levou para a Disney e você se entregou completamente. — Nina ri. — Eu me entregaria de graça.
— Cala a boca!
— Ele é gostoso. Imagino que deve foder bem. — come as minhas panquecas. Karol deve ter feito porque Nina só sabe fazer comida fitness ou vegana.
Mordo o lábio inferior. — Isso você nunca vai saber.
— Ah, não. Quero detalhes.
Karol ri. — Eu não quero. Vocês não iam gostar se eu contasse como é o sexo com Duke detalhadamente.
Nina sorri. — Mas sempre fui curiosa. Ele é engraçado, tem cara de anjo, mas sinto um toque diabólico no seu sorriso às vezes.
Karol dá de ombros. — Você nunca vai saber. Só posso dizer que sou sortuda e que ele é bem diabólico.
— Isso já diz muito.
— Podemos não falar como nossos namorados são na cama? — rio. — O que aconteceu enquanto eu estive fora?
Elas me mantêm a par de todas as novidades, o que não é tanto assim porque não estive fora tempo suficiente para muita coisa acontecer. Só que não posso dizer o mesmo de mim porque aconteceu muita coisa nas minhas férias em apenas uma semana. E não sei porquê, sinto que alguma vai acontecer. Devia ficar feliz por estar com Dante, mas tenho medo que Ivan seja uma pedra no nosso caminho.
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Colapso [COMPLETO NA AMAZON]
RomansDante Valentine não era simplesmente um homem bonito, um pedaço de mau caminho, alguém que ninguém queria por perto, um bad boy com muitos problemas e passado desconfiável. Talvez até fosse algo mais só que... ...Amber não estava interessada e...