Capítulo vinte e quatro

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Dante

     É estranha a sensação de ter um relacionamento depois de oito anos, mas quero fazer isso certo, mostrar que posso ser o homem que ela precisa, que vou estar ao seu lado e tentar sempre fazê-la sorrir. Eu não consegui fazer isso com Emily, mas sinto que com Amber será diferente, principalmente porque ela é segura de si, sabe o que quer e é saudável mentalmente.
      Eu tenho meus problemas também, não posso dizer que minha saúde mental está intacta, mas como sempre tento estar sempre melhor. Eu faço terapia, tenho vários exercícios para me controlar e mesmo tendo muitos momentos ruins, sempre luto. Agora que sei que ela quer ficar comigo também, quero lutar mais ainda. Sei que os seus amigos e até Ivan irá dizer que não a mereço, que vou machucá-la, que isso é errado, só que eu sinto que eu mereço. Eu sinto que Amber e eu podemos enfrentar qualquer coisa juntos.
      Minhas mãos tocam as suas costas nuas, as suas covinhas que eu adoro, que quase são cobertas por sua calcinha vermelha de renda. Amber sorri com os olhos fechados, e esse sorriso é suficiente para aquecer o meu coração. Deve ser a primeira vez que fico com uma mulher que também me queira.
     — Temos que fazer as malas, dorminhoca.
     Ela resmunga. — Vai se foder!
     — Prefiro foder você. — Beijo o seu ombro, depois a tatuagem no seu pescoço. — Mas vamos fazer isso em Nova Iorque.
       Seus olhos abrem e me observam. — Não podemos ficar mais um pouco? As férias têm sido maravilhosas.
       — Não. Vamos embora hoje. — Também não quero ficar muito tempo com Ivan. Ele vai embora em dois dias, não vou suportar mais dias ouvindo ele dizer que quer ficar com a minha namorada.
       Namorada.
       Palavra pesada.
       Eu estava disposto a ficar com Karol quando sentia alguma coisa, mas é diferente, Karol não me fez sentir o que Amber faz. Eu a beijei apenas uma vez para saber que seus beijos seriam a minha perdição e fiz amor com ela apenas uma vez para saber que não queria ficar longe dela. Agora ela é minha namorada.
       Você conseguiu!
      — Está bem. — Ela senta na cama, seus peitos chamam por mim. — Por que temos que levantar sempre cedo? Nós sempre somos os primeiros a acordar nessa casa. Quando você dormir no meu apartamento, melhor dormir até às dez.
       — Não consigo dormir tanto quanto você. — Me aproximo para beijar seus seios, um a um.
       — Você me acordou às seis da manhã, não há recompensa. — Desce da cama, sorrindo. Sigo seus passos até o banheiro e estou pronto para segui-la quando alguém liga para mim.
       É número desconhecido, não tenho tempo para isso. Não deve ser nada importante, pode ser qualquer coisa e não quero desperdiçar o meu tempo com Amber atendendo ligações. Tenho a certeza que nada pegou fogo. Ignoro e vou tomar banho com a mulher que me tira do sério e me faz querer ser uma pessoa melhor.
       Parece que acabaram as festas insanas, as trepadas com as strippers e todas as coisas da vida do antigo Dante. Tal como eu temia e disse para dourora Susan, agora tenho que segurar uma bandeja de taças de cristal e tentar não escorregar.
        Amber prepara uma banheira cheia de espuma para nós e entra nela primeiro, mas antes faz um coque nos seus cabelos. Tiro o meu pijama e vou depois dela. Beijo o seu pescoço e depois nossas línguas entram em confronto, lutando uma com a outra.
       Não me canso de beijar essa mulher, ainda mais agora que sei que consegui conquistar o seu coração. Eu não sou um bom exemplo, só faço merda, sou insuportável e complicado, gostaria de saber como fiz para ter Amber. Ainda está difícil de acreditar. Eu achei que o mais provável seria levar um fora porque ela nunca gostou de mim.
      As pontas dos seus dedos deslizam pelas minhas costas, depois sinto as palmas das suas mãos fazendo carícias enquanto nossas bocas se recusam a se afastar. A única coisa que podemos ouvir são os nossos lábios e a água. Parece que estamos sozinhos.
       Termino o nosso beijo e encaro Amber, que lentamente abre seus olhos e sorri para mim. Essa imagem tira o meu fôlego, e gravo tudo na minha cabeça para que possa pensar nela desse jeito mais tarde. Sempre que eu estiver triste ou com raiva, lembrar que sou dono desse sorriso agora.
       Fico parado apenas a olhar para ela como um idiota. Não posso ver o meu rosto agora, mas imagino que parece emburrado. Estou admirado com a sua beleza, com o que me faz sentir e em como não vou suportar se isso for apenas coisa da minha cabeça.
       — O que foi?
      — Eu estou feliz por dessa vez ter acertado. — Digo.
      — Eu também.
      — Você acertou?
      — Não acha que eu também acertei?
      — Diga você. — Minha mão encontra seu rosto, molhando-o. — Sempre me achou insuportável.
      Seu riso conforta meus ouvidos. — Isso foi antes de ver muito além. Podíamos ter começado por aí.
      — Sim. Cometemos muitos erros. Mas agora será diferente. — Beijo a sua testa.
      Ficamos na banheira por mais tempo, conversando, beijando até lembrarmos que não estamos sozinhos nessa casa e vamos fazer as malas antes de descermos.

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