Capítulo trinta e três

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Amber

     Quando vou para o Night Club, recebo olhares de inveja, talvez de ódio das strippers. O local está cheio, diria até abarrotado de pessoas — mais do sexo masculino, obviamente —, há música e muita bebida. As luzes escuras deixam o ambiente ainda melhor, deixando mais luz para as dançarinas.
      Acho o meu vestido preto curto e justo, com um decote que desce até o umbigo e aberto nas costas a escolha perfeita para um lugar como esse. Meus cabelos estão soltos e os saltos altos são prateados e têm doze centímetros, raramente os usos, mas consigo andar com eles. O que seria um problema seriam de quinze ou mais centímetros, iguaizinhos aos das mulheres desse lugar.
      Procuro por Dante, mas apenas encontro Lorenzo e Stephen sentados no sofá castanho de couro, num canto mais escuro. Deve ser a zona VIP, só que não vejo ninguém além deles. Há dois seguranças controlando quem pode passar para ter com eles, e parece que apenas as mulheres que trazem as bebidas podem entrar.
      Uma mão grande toca o meu ombro e viro lentamente para o homem loiro de olhos azuis que sorri para mim. Sabia que esse vestido chamaria atenção, porém queria chamar a atenção de apenas uma pessoa, não de idiotas quaisquer.
       — Oi! — ele está com um copo de Whisky na mão.
       — Oi e adeus! — viro, mas ele agarra o meu braço.
       — Calma, coisa linda. Não precisa fugir.
       — Eu sinto muito, loiros não fazem o meu tipo. — sorrio para ele.
       Mas tudo acontece rápido demais quando Dante surge e dá um soco no nariz do idiota, permitindo que eu possa soltar o meu braço. O homem xinga e é agarrado pelo colarinho pelo homem de quase dois metros, que além de ser mais alto aparenta ser mais forte que ele.
      — Por que não se mete com outra pessoa? Tem muitas mulheres aqui.
      — Foi mal. Eu não sabia que ela tinha namorado. — Ele realmente parece arrependido.
      — Dante, não faça isso. — Toco o seu ombro.
      Ele solta o homem e segura a minha mão para me levar onde Lorenzo e Stephen estão  sentados. Claro que as suas queridas dançarinas olham para nós tentando entender. É impressão minha ou todas aqui gostam dele? Se a resposta é um sim, não julgo, eu sei que é difícil resistir a todo esse charme.
       Dante senta no sofá e me coloca para sentar no seu colo. — Aqui você está bem melhor.
       — Aquela foi a sua cena de ciúmes? — pergunto.
       — Eu não fiz um escândalo porque você pediu. Acho que quebrar o nariz dele foi suficiente.
       Lorenzo sorri. — Acredita que você não quer ver Dante em uma luta de verdade.
       — Cala a boca, seu fodido.
       Passo a mão no rosto dele e beijo os seus lábios. — Já chega de falar disso. Stephen, você raramente está aqui, não é? — dou a minha atenção agora para seu amigo.
      — Pode acreditar que sim.
      — Não faz o seu tipo? — pergunto mais uma vez.
      — Sinceramente, não. Prefiro bares.
      Dante passa a mão nas minhas costas nuas. — Quer beber alguma coisa, boo?
      — Quero sim. Whisky, por favor.
      Dante dá um sinal para uma ruiva, que traz uma garrafa de Whisky e mais copos. Assim que ela vai embora, a loira que sempre vejo aqui vem na nossa área VIP, após Dante acenar para os seguranças a deixarem passar.
      Ela está com uma lingerie vermelha e preta com meias-liga e saltos muito altos. O sutiã é transparente, deixa seus mamilos bem evidentes e seu cabelo foi coberto na parte de cima com uma boina vermelha. Ela é muito sexy, todas as mulheres aqui o são, não duvido nada que já tenha ficado com Dante, e não gosto dessa ideia, mas tenho que aceitar o seu passado e as coisas e pessoas que o rodeiam.
       — Parece que está muito divertido aqui. — Ela morde o lábio e brinca com o cabelo em seus dedos.
      — E quem é você? — tenho que perguntar.
      — A favorita do Dante. — responde, orgulhosa.
      Os idiotas do Stephen e Lorenzo dizem um "Uh", provavelmente para colocar mais lenha na fogueira. A mulher também parece satisfeita, mas vou acabar com a festa dela. Dante o fará por mim, pelos menos é o que espero.
      — Ah, é? — viro para ele. — Não sabia que tinha favoritas.
      — Você é a minha preferida, Amber. — Ele diz.
      — Ela nem sequer trabalha aqui. — Ela não gostou da resposta.
      — Ela é minha namorada.
      Stephen e Lorenzo provocam mais ainda, ganhando um olhar furioso de Dante e da mulher na nossa frente.
       — Eu pensei que você não namorava. — Ela insiste.
       — Agora namoro, Tate.
       Ela olha para mim de cima a baixo e depois se retira sem dizer mais nada. Observo Dante, que manda Lorenzo servir o meu copo, depois me entrega o meu whisky. Esse tempo todo, eu penso se devo me preocupar com essa tal de Tate. Ela trabalha para o Dante, o vê todos os dias e ainda está apaixonada por ele.
       Dou um gole na bebida e desvio o olhar. — Você faz muito sucesso vendendo fantasia.
       — Eu sei. — Agora parece que ele se sente mal por isso.
       — Eu até gostei desse lugar. Não sou fã de ver mulheres nuas, mas se for para beber, até parece divertido.
       — As mulheres nuas são inevitáveis por aqui. — Stephen parece ter gostado de uma, porque seus olhos estão fixos em algum lugar.
      — Podem nos deixar à sós por um momento? — Dante pede.
      Lorenzo olha para ele. — Como você quiser, chefinho.
     Ambos levantam e Stephen leva a garrafa de Whisky. — Vou me divertir um pouco. Afinal, não é todos os dias que venho em um lugar como esse.
     — Temos uma sala privada. — Lorenzo diz.
     — Não estou interessado por enquanto.
     E eles nos deixam sozinhos. Dante segura a minha mão e beija as tatuagens que fiz em homenagem a minha mãe, depois beija as borboletas no meu braço direito e por fim o coração que ele pediu que eu fizesse.
      — Eu não quero que fique com ciúmes do meu trabalho. Não precisa disso.
      — Você já transou com a tal Tate? — eu sei a resposta, mas quero ouvir dele.
      — Sim, mas não significou nada para mim. Você é a primeira mulher que deitou na minha cama, que conheceu a minha casa. Não precisa se preocupar com a Tate. Eu juro que não faria nada estúpido para te perder. — Suspira. — Sei que pode ser muito cedo para dizer isso, mas eu não quero te perder.
      Isso me faz sorrir. — Eu também não quero te perder. Você é o melhor namorado que eu já tive.
       — Ainda bem. — Ele traz a minha boca até a sua. Nesses dias tenho pensado nisso, meu coração se aperta na possibilidade de algum dia o perder. Não imaginei o quão eu estava apaixonada, aparentemente estou caminhando para o nível grave, ainda não cheguei lá, mas será que irá mesmo acontecer?
      Às vezes não gosto de pensar demais, só quero viver o presente, que esse momento em que estou nos braços do Dante sem me importar com o que acontecerá amanhã.

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