Capítulo vinte e sete

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Amber

     Dante enviou uma mensagem a dizer que queria cancelar o nosso encontro hoje de manhã, depois de dizer que ontem tinha assuntos para resolver, mas quando volto a ligar para ele, não atende as minhas ligações. Obviamente eu começo a ficar preocupada e com medo, porque pode ter sido tudo mentira e Dante já não quer mais nada comigo depois de perceber que teve o que queria, mas sinto que há algo errado.
      Vou para o Night Club saber o que se passa, infelizmente não vejo Lorenzo, apenas uma stripper loira muito bonita vem ter comigo quando percebe que pareço perdida. A mesma stripper que Dante fodeu há algumas semanas, mas isso não importa.
       Foda-se.
       Importa sim.
      Ela cruza os braços, exibindo seu corpo, os braços fortes e bonitos, a barriga tanquinho invejável, pernas grossas e torneadas, numa saia curta preta e saltos altos de vinte centímetros. Eu já teria caído no chão se os usasse, nem um passo daria.
       — Olá, querida. Em que posso ajudar? — pergunta. Seu tom "simpático" não me engana.
       — Lorenzo não está aqui?
       — Acabou de sair para resolver um assunto rápido.
       — E o Dante?
       — Ele está ocupado agora. —brinca com o seu cabelo. — Acho que não quer ser incomodado.
       — Bem, aposto que ele não se importa de ser incomodado por mim. Onde ele está?
       — Ele foi claro quando disse que não queria que ninguém o incomodasse. — Sorri. — Melhor você esperar ou voltar noutra altura.
       Nem pensar.
       Passo por ela e vou subir as escadas até a sala dele. Abro a porta e vejo Dante com um policial. Ambos viram para mim e param de conversar o que quer que seja. Estou aliviada porque por um segundo achei que estivesse com uma mulher.
       Sei que eu tomei a decisão de ficar com ele e disse que confiava, mas é um pouquinho difícil quando sei da péssima reputação que ele tem, mas agora eu me sinto mal. Ele deve estar ocupado a resolver outros problemas, talvez bem sérios enquanto eu estou com ciúmes e fazendo uma cena porque ele não atendeu as minhas ligações.
       — Hart, eu depois converso com você. Por enquanto é isso. Qualquer coisa me avisa, por favor. — Dante diz.
       — Não se preocupe. — O policial negro e alto passa por mim, acenando a cabeça levemente.
       Estou na porta, olhando para Dante, sem saber o que dizer a ele. Ele está sentado, usando uma camiseta preta e jeans escuras, olhando para mim. Alguma coisa o incomoda ou ele já não quer saber de mim.
       Fecho a porta e fico ao seu lado. — Oi.
       — Oi, boo.
       Foda-se, isso me faz sorrir.
       — Por que não atendeu as minhas ligações?
       — Eu tenho alguns problemas para resolver. Desculpa.
       — E os problemas te impedem de atender ou ligar para mim?
       — Eu... Amber, é um assunto delicado e minha cabeça está em outro lugar. Não tem nada a ver com você. — Levanta e toca o meu rosto. — Devia ter ligado, desculpa. É que ainda sou novo nessa coisa de relacionamento sério. Já não lembro como se faz.
        — Mas temos mesmo que cancelar o nosso encontro?
        — Podemos marcar para amanhã?
        — Sim, pode ser.
        Ele me beija. — Por que entrou aqui daquele jeito?
       — Você parecia me evitar, o que esperava que eu fizesse?
       — Eu não queria que se sentisse assim. Ouve, é algo que eu quero contar a você. É muito sério.
      — E o que é?
      — Lembra quando eu contei sobre a Emily?
      — Sim.
      — Nós éramos três. Três amigos inseparáveis antes de eu começar a namorar com ela. Havia o Luke, que também gostava da Emily. Ele conseguiu uma bolsa quando sua mãe morreu, e Emily e eu decidimos cuidar dele porque éramos a única familia que o restava.
      — O que aconteceu com ele?
      — A morte da Emily o devastou e até hoje ele não conseguiu se recuperar. Ele achava que eu era o culpado, que fazia ela se deprimir, e até hoje ele me culpa pela morte da Emily. Agora ele veio atrás de mim e disse que irá me fazer sofrer.
      — É por isso que chamou a polícia?
      — Eu pedi uma ordem de restrição. Mas não é a mim que ele quer. Ele quer te ferir para me ferir. — Cada mão sua toca o meu rosto. — Juro que não vou permitir, boo. Você não precisa ficar assustada.
       — Por que ele quer fazer isso? Como ele me conhece?
       — Deve ter me seguido. Ele voltou para Manhattan há mais de um mês.
       Dou um abraço apertado nele. — Eu sinto muito.
      — Desculpa não ter dito antes. Eu estou preocupado pensando numa solução desde ontem.
      — Eu entendo. Sei que você vai conseguir. — Olho para ele. — Confio em você. Se quiser que eu ajude...
       — Ajuda se tiver cuidado, está bem?
       — Está bem.
       Ele leva seus lábios nos meus novamente, sinto o seu desespero e preocupação, mas também o seu carinho, desejo e amor. Dante faz com que eu me derreta completamente com um simples beijo, e eu posso sentir que isso vale a pena a luta. Ele também quer mais.
        — Não vai para o trabalho? — beija o meu pescoço.
       — Assim como você, eu sou a chefe e apareço quando me apetecer.
       — As chefes são muito sexys, sabia?
       — Eu sei. — Passo as mãos nos seus braços fortes. — Passa no meu apartamento mais tarde?
       — Prometo que vou. — Recebo mais um beijo. — Também prometo que vou ser mais atencioso e atender suas ligações ou ligar para você.
       — Ótimo. Agora eu preciso ir.
       — Eu te acompanho.
       Dante segura a minha mão e saimos da sua sala. Enquanto descemos, chamamos a atenção de todos. As strippers param de ensaiar para olhar para nós, Lorenzo é o único que está sorrindo. Sinto-me bem ao receber todos esses olhares invejosos.
       — Eu volto daqui a alguns minutos. — Dante avisa para Lorenzo.
       Aceno para ele com a minha mão livre. — Tchau, Lorenzo!
      — Volte sempre, Amber.
      Vamos para o estacionamento até uma moto BMW preta linda que pede para eu a dirigir. Dante me entrega um capacete e senta na moto colocando o seu. Sorrio como uma idiota porque ele quer me deixar no trabalho.
        — Não vai colocar o capacete, boo?
        Adoro quando ele me chama assim.
       — Eu posso dirigir?
       — Você sabe dirigir uma moto?
       — Eu sei.
       — E onde você aprendeu?
       — Com um amigo. — Digo. Duke me ensinou porque eu implorei assim que o vi de moto uma vez.
       — O loiro?
       — Sim, o marido da Karol. Algum problema com isso?
       — Não, mas prefiro dirigir. Outro dia deixo você fazer isso.
      Coloco o capacete. — Está bem. Eu vou cobrar.
      Sento atrás dele e envolvo as mãos ao seu redor, o abraçando. Dante liga a moto e se faz a estrada. Eu acho sexy um homem dirigir seja o que for, mesmo uma bicicleta. Na verdade, acho sexy homens fazendo tudo, porque amo eles, mas ver Dante dirigir, acaba comigo.
       E ele é mais romântico que todos que já namorei. Ivan não conta porque nunca chegamos de ter nada oficial, mas não importa. Eu estou feliz e me sinto segura com ele.

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