Caveira
Depois de levar baque dos cu azul, o clima pesou entre mim e a Rafaela. Não porque eu fiquei puto com ela, nem fiquei mesmo, papo reto. A parada é que eu tenho um ódio muito grande deles e como eu estava na área dos caras, eu não ia crescer. Deixar esses filho da puta me revistar e mexer no meu carro, me faz querer estourar os miolos deles. O b.o da vez é que a mandada achou que tivesse sido com ela e agora ficou de cara virada o caminho inteiro.
— Qual foi dessa tua cara? — pergunto logo pra acabar com essa porra e ela nem vira o rosto pra responder.
— É única que eu tenho. — agora além de cara virada, cruzou os braços.
— É mermo, pô. Mas ta com um bico do caralho aí. Qual foi?
— Oh Caveira, tu é maluco? — agora ela virou pra mim. — Eu só te fiz uma pergunta, irmão.
— E eu te respondi, Rafaela. Disse que tu era minha mulher, porque se eu vacilasse ali, eles iam mexer contigo. — era verdade, eles sabiam quem eu era.
— E por que não respondeu direito? Te fiz o que?
— É por isso que eu não namoro. — falo mais pra mim do que pra ela, mas ela escuta.
— Eu te pedi em namoro, garoto? Só que eu tô te tratando bem! Sem educação. — ela vira de novo pra janela.
— Eu não tenho paciência pra essas coisas não, puta que pariu. — passo a mão no cabelo, eu já estava pilhado demais.
— Então vai se foder. — isso me tira do controle.
Fico calado porque quero chegar logo no Vidigal. Essa era uma parada que eu ia resolver com ela, mas no morro. Isso não demora muito pra acontecer, do jeito que eu estava dirigindo, a gente chegou lá em uns 20 minutos. Quando vejo a contenção, dou duas buzinadas e eles já sabem, já conhecem o carro.
Subo com o carro até a casa do TH, onde estava tendo o pagode e assim que destravo a porta, baixo a cabeça para pegar meu celular e o 38 quando escuto a porta bater. Pego tudo e apresso o passo para acompanhar ela e puxo pelo braço.
— VOCÊ TÁ FICANDO MALUCO? — ela grita olhando no meu olho.
— Eu tô te tratando na moralzinha, Rafaela. Mas eu acho que quem ta ficando maluca é você. Esqueceu quem eu sou porra? Tu esqueceu com quem tu ta falando? — aproximo meu rosto do rosto dela, enquanto aperto ainda mais o braço.
— Me. Solta. Agora. Eu não tenho medo de você. — ela fala e puxa o braço, se soltando de mim.
— Deveria ter.
— Experimenta encostar um dedo em mim. — ela diz entre os dentes e a raiva que existe entre a gente dá pra ver até lá no Alemão.
— O que que tá acontecendo aqui, Caveira? — escuto a voz do PK, mas não tiro o olhar dela.
— Não te envolve, PK.
— Qual foi aí, Rafa? — ela olha pra ele.
— Tá tudo bem, PK. Já estou entrando. — deixo ela passar entrando na casa e vejo o PK me olhando ainda na porta, mas ignoro e entro.
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A Primeira Dama do Tráfico
Fanfictionele que sempre foi jogo doido, vetin da rua ela acreditava em horas iguais, ela amava a Lua