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Rafaela

Dor de cabeça. Acordo e nem consigo abrir os olhos direito, só sinto muita dor de cabeça. Alguns flashs da noite de ontem começam a aparecer na minha mente. Bebi muito. Dancei demais. Fiquei louca e dormi onde não deveria.

Abro os olhos devagar e procuro meu celular em algum lugar. Nada. Levanto o lençol e vejo que estou usando uma blusa dele. Olho pro lado e vejo que ele dormiu virado de costas pra mim. O lençol cobrindo só metade do corpo e me dando a visão dele só de cueca box branca. Gostoso.

Levanto da cama tentando não fazer barulho nenhum e vou em direção ao banheiro.

— Puta que pariu, Rafaela. Tu não tá feia normal, não, pô. — digo baixo enquanto me olho no espelho.

A maquiagem toda borrada. O cabelo que ele molhou ontem todo assanhado. Uma cara de quem morreu faz, no mínimo, uns cinco anos.

Lavo o rosto e pego uma escova de dentes que eu rezo pra ser dele. Tiro a roupa pra tomar um banho e encosto a porta do banheiro pra não fazer tanto barulho.

— Rafaela? — escuto a voz grossa e extremamente rouca dele. Merda, não queria ter acordado ele.

— TOMANDO BANHO, JÁ VOU. — respondo mais alto por conta do chuveiro.

Termino o banho o mais rápido possível e pego a toalha dele pra me enrolar. Saio do banheiro e vejo ele encostado na cabeceira da cama, mexendo no celular.

— Desculpa, não queria ter te acordado. — digo secando meu cabelo e ele me olha.

— Tá suave. — se limita a responder isso e volta o olhar pro celular.

— Desculpa pelo trabalho ontem também.

— Porra, foi uma dificuldade do caralho sair te carregando por ai. Na próxima vez eu vou te deixar lá pra qualquer maluco levar. — ele responde se levantando e parando na minha frente. — Tira.

— A toalha? Pra quê? — ele me deixa nervosa.

— Quero tomar banho, mandada.

— Ah, deixa eu me vestir então. É rapidin... — não me deixa terminar de falar e segura a ponta da toalha, fazendo com que ela saia do meu corpo assim que eu me mexo.

— Eu nunca vou me acostumar com teu corpo. Coisa de maluco. Papo reto. — ele diz passando por mim e entrando no banheiro

Balanço a cabeça negando e procuro a roupa que eu usava ontem, achando ela jogada no chão do quarto. Me visto e espero ele sair do banheiro mexendo no celular.

Penso bem antes de entrar no direct ou no whatsapp, porque de duas, uma: ou eu vou ter sumido e vai ta todo mundo doido tentando falar comigo ou eu falei com todo mundo e vai ta todo mundo louco me mandando mensagem. Tô fodida nas duas.

Hesito um pouco, mas abro o whatsapp vendo que tem umas dez mensagens da Marcela.

"Quando acordar, vem aqui na casa da minha mãe."
"Amiga, preciso falar com você."
"Acorda logo"
"Caralho, eu vou ligar pro Matheus"

Solto uma risada pelo nariz vendo o desespero dela. É bem óbvio que eu não vou na casa da mãe dela.

"Bom dia, minha gata."
"Que desespero é esse?"
"Vem na casa do seu irmão, sabe que não sou bem-vinda aí. Rs"

A Primeira Dama do Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora