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Rafaela

Foi desesperador quando percebi que aquilo tinha saído da minha boca. Eu sempre deixei isso como um segredo guardado a sete chaves. Não é como se eu não sentisse vontade de fazer sexo, eu sinto. A questão é que eu não consigo chegar até lá. Eu preciso confiar muito na pessoa que eu estou. Por isso eu e o Matheus nunca fizemos. Eu ainda estava tentando. Ele nunca forçou nada também. Mas hoje, ele supor que eu faria isso com qualquer um, no tom que ele falou comigo, me deixou desesperada. Eu só soltei e me arrependi depois que vi a cara que ele estava fazendo pra mim. 

— Me conta essa parada aí. — ele disse mais calmo, depois de algum tempo que eu já tinha falado.

— Não é nada que precise se preocupar. Não mais. — respondo me afastando um pouco dele e passo a mão no rosto na tentativa de ficar menos acabada por conta do choro.

— Conta. — ele fala olhando no meu olho, o que me faz respirar fundo.

— Já faz muito tempo, Matheus. Eu tinha 8 anos na época. Eu morava no morro do PPG com meu pai, minha mãe e meu irmão mais velho. Um dia eu acordei com febre, minha mãe me deixou ficar em casa e foi levar meu irmão pra escola, mas me pediu pra tomar banho antes de ir deitar de novo. Nesse dia, meu pai disse que ia entrar mais tarde no trabalho. Aí já dá pra você entender. — não continuo e olho pra ele que antes estava com a cabeça baixa e agora me olha. 

— Continua, Rafaela. — o tom de voz dele já é outro, mais duro. 

— Eu saí do banho de toalha e passei na frente dele pra ir pro meu quarto. Ele estava deitado no sofá, assistindo televisão. Aí ele me chamou, eu fui né? Ele tirou minha toalha e... — meus olhos começam a marejar de novo e eu decido parar.

— E ele te estuprou. — ele finaliza e eu assinto. — E tu não contou pra ninguém, pô? Nem agora, depois de mais velha. Tu sempre morou com eles, Rafaela.

— Não. Não. Deus me livre. Eu contei pra minha professora, na época. O conselho tutelar me pegou e eu fui adotada pelos meus pais. Os que eu te falei. — ele assente. 

— Qual o nome do filho da puta? Ele mora no PPG ainda? — tira o celular do bolso. 

— Não sei. Quando o conselho tutelar me pegou, eu passei por um processo muito foda pra uma criança sabe? Esqueci muita coisa do que aconteceu. Eu lembro muito bem da sensação, mas muita coisa que eu sei, é o que tá no meu relato pra psicóloga. Eu não lembro o nome deles, nem o rosto. — ele assente mais uma vez e respira fundo passando a mão no rosto. 

—Rafa — me chama mais calmo e eu olho pra ele. — Foi mal. Falei merda. 

— Você não sabia, Matheus. Tá tudo bem. — respondo prendendo o cabelo em um coque. 

Ele se aproxima de mim no sofá, faz um carinho no meu rosto e solta meu cabelo dando duas voltas na mão dele. A mão esquerda dele vai pra minha cintura e eu passo as pernas em volta da cintura dele, recebendo um beijo tranquilo no pescoço, que sobe pra bochecha e logo depois inicia na boca. Dessa, e pela primeira vez, um beijo calmo, sem pressa. 

Meu corpo começa a acender e ele sente isso. Ele sabe. Sinto sua mão puxar minha cintura com força, me fazendo sentar no colo dele. Minha respiração falhava, cansada. A sensação era que minha boca inchava cada vez mais. Só que ele não tinha uma expressão de fraqueza, nada que me permitisse perceber qualquer reação. Tento afastar meu rosto dele, buscando um pouco de ar, mas ele aperta meu queixo e me traz de volta. Dessa vez, sem soltar. 

Poucos segundos depois, ele se afasta e mexe no bolso tirando um baseado e um isqueiro, o que me faz olhar atenta todos os movimentos que ele faz. Ele acende, fuma um pouco e coloca na minha boca, fazendo com que eu trague também. Nunca fiz. Então cerro os olhos em busca de ajuda dele. 

— Puxa um pouco e prende. Não engole. — ele aproxima o baseado de novo.

Faço exatamente o que ele me diz e fecho os olhos sentindo o sabor da maconha. Matheus tira o cigarro da minha boca e eu solto a fumaça, ainda de olhos fechados, sentindo ele me beijar. Segundos depois que ele se afasta, eu abro os olhos e vejo ele me encarando. 

— Maior carinha de criança inocente, mas quando eu vejo esse teu olhar... — ele diz passando a mão no meu cabelo e colocando ele pra trás da minha orelha. 

— Qual? — pergunto sabendo muito bem a resposta e ele balança a cabeça negando.

Matheus passa o polegar nos meus lábios e morde os lábios dele, o que me faz respirar fundo. Homem gostoso. Ele prende o baseado na boca e junta meu cabelo em um rabo de cavalo e enrola, dando duas voltas na mão e puxa pra trás, o que me faz gemer baixinho. 

Sinto ele segurar minha cintura e forçar ela pra baixo, me deixando sentir cada vez mais a ereção que ele tem e eu rebolo involuntariamente, escutando um gemido rouco sair dele. Me afasto um pouco pra poder respirar e ele aproveita pra tirar minha blusa e afastar meu sutiã, chupando meu mamilo e me fazendo gemer alto. Eu não ligava pra mais nada. Puxei o cabelo dele e rebolei no seu colo, procurando o máximo de contato possível. 

— Não dá contigo, preciso te foder. — ele diz dessa vez com a voz mais grossa que o normal. 

Levanto do colo dele, tirando a calça que eu vestia e olho pra ele me inclinando pra pegar o baseado na mão dele. Trago mais uma vez e faço como ele, prendo nos lábios. Abaixo as alças do meu sutiã e tiro ele, dando ao Matheus quase toda a visão do meu corpo. Ele respira fundo.

— Deixa. — ele avisa quando eu ameaço tirar a calcinha e me puxa pra sentar no colo dele de novo. 

A mão dele vai no meu pescoço e aperta, mas logo sai e escorrega pelo corpo, parando no meu seio e apertando, o que me faz gemer, mas aquilo não dura muito tempo e ele desce mais, tocando na minha buceta por cima da calcinha, me fazendo arfar. 

Matheus começa os movimentos circulares e ainda bem devagar. Desgraçado. Eu queria mais. Queria ele. Quando minha calcinha é colocada de lado e eu sinto os dedos dele me tocarem sem nada pra impedir, não me controlo. 

— Caveira. — é a única coisa que consigo falar entre gemidos.

Ele para o que ta fazendo, olha nos meus olhos e aperta minha mandíbula. 

— Geme o meu nome. — dei uma risadinha.

O baseado que estava na minha boca, agora estava na minha mão e eu coloco na boca dele, fazendo com que ele tragasse e soltasse a fumaça. Deixo ele fumando, enquanto passo as unhas nas costas dele por debaixo da blusa e escuto ele grunhir e me tirar de cima dele. A blusa preta que ele antes usava, agora já está no chão e eu aproveito e puxo a bermuda, junto da cueca, vendo a ereção dele, agora por completo. Gostoso.

— Chupa. — ele chama minha atenção me fazendo olhar em seus olhos. 

Me ajoelhei na frente dele e senti ele segurar meu cabelo pra não atrapalhar. Levantei o olhar e vi que ele continuava fumando, então passei a língua na cabeça do pau dele e continuei por toda a extremidade. Continuei chupando e o que não cabia na minha boca, eu fazia movimentos de vai e vem com a mão.

— Eu vou gozar. — ele me avisou antes, mas eu não tinha interesse nenhum em sair dali e pouco tempo depois, senti o líquido invadir minha boca. 

Olhei pra ele e limpei o cantinho da boca, que estava escorrendo, chupando esse mesmo dedo em seguida. Ele soltou o baseado em algum lugar e me puxou pra um beijo, dessa vez com pressa.

— Vamos pro quarto. — puxo ele pela mão, que me segue sem falar nada. 

A Primeira Dama do Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora