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Caveira

O baile tava suave. Quer dizer, depois do bagulho com a Raíssa, ficou tudo mais de boa. Rafaela já tava mais pra lá do que pra cá, o que me fez parar de beber. Marcela parece que já veio bêbada de casa.

Tava só de marola, fumando um baseado e vendo as meninas dançando, quando olhei reto no camarote e vi o PK palmeando minha mina. Dei mais um trago, bebi um gole do whiskey e resolvi ir até lá. Vou conversar na maciota, não quero criar caso com a Rafaela.

— Quero levar um papo contigo. — digo assim que paro na frente dele.

— Qual a fita? — ele pergunta, mas ele já sabe.

— Tu tá ligado que a gente ta junto, não ta? — escuto um 'tsc' e vejo ele balançando a cabeça. — Responde, menor.

— Eu não tô ligado de nada não, pô. — ele fala e eu balanço a cabeça concordando.

— Tô te deixando ciente agora, então. — escuto a risada baixa dele. — Qual foi? Fala o que tu quer falar, filhão.

— Foi que eu não tô ligado dessa parada aí que tu ta me falando, mas eu tô ligado que eu ia deixar a mina todo dia na merda de um hospital, escondido, pra te ver e saber se tu tava bem pra quando tu acordar, tu saber que tua mãe tava jogando no contra e não ser homem pra bater no peito e assumir a mina que fez esse bagulho, sacou? — ele fala se sentando no banco que tinha ali e eu não respondo. — Eu sei que tu ta em outro patamar no comando, pô. Eu tô ciente disso, mas eu vou te dar papo de visão, aquela mulher ali é coisa de outro mundo e eu tô com ela, porra. Do jeito que ela me quiser.

— Eu tô ligado no que ela fez por mim enquanto eu tava no hospital, mas eu não preciso que tu venha me dizer o que eu tenho que fazer com a mulher que ta comigo. Eu só quero que tu coloque uma coisa na tua mente, o meu papo é reto e eu já te mandei ele uma vez. — dou dois tapas no rosto dele de leve e tomo um gole do whiskey antes de sair e voltar pra onde eu tava.

— Qual foi ali? — TH chega perto e senta do meu lado.

— Hoje eu vou resolver meu bagulho com ela, fui lá deixar claro pra ele essa porra. — escuto a risada dele. — Ta chapando?

— "Eu não namoro", vai tomar no cu. — ele diz rindo.

— Não namoro mesmo não, meu filho.

— Não? Vai dar rl no bagulho de vocês então? — balanço a cabeça negando e paro um pouco pra pensar.

— Eu sinto uma parada diferente com ela, mano. Tu me conhece, pô. Sou um furacão, mas com ela, minha cabeça desliga de tudo. Feiticeira do caralho.

— Isso ai é tu começando a se apaixonar. — ele bate na minha nuca.

— Não quero me apaixonar por ninguém e não vou, mas sou bandido, TH. Vou aceitar dividir a mulher que eu tô pegando com outro não.

— Tu divide a Raíssa, pô. — ele diz rindo.

— Cala a boca pra eu não te encher de bala aqui mesmo. — olho pra Marcela e pra Rafaela que já não se aguentam nem em pé direito. — Bora levar pra casa?

— Isso ai, meu amigo, é pior que qualquer confronto. Bora. — ele bate na minha coxa e eu viro o último gole do whiskey me levantando.

Vou andando na direção delas e uns aliados param a gente pra conversar um pouco, tempo suficiente pra eu ver a Rafaela virando o litro de vodka na boca. Isso vai dar merda. Me despeço dos caras e vou até lá.

— Já deu, né? — seguro o litro que já já sendo virado de novo.

— Você é muito estraga prazeres. — vejo ela fazer um bico do tamanho do mundo e dou um selinho.

— Vamo embora. — ela me abraça e coloca as mãos dentro da minha blusa.

— Vai me deixar la no apartamento? — pede manhosa.

— Que nada. Vou te levar pra minha goma. — ela afasta o rosto tentando fazer uma cara safada, o que me faz rir. — O TH vai te levar. — digo pra minha irmã que concorda. — Bora. — dou um tapa na bunda da minha gostosa.

Coloco ela na minha frente e seguro a mão dela, pra ela não cair e também pra não se distanciar muito. Vou me despedindo dos aliados e aponto pra os vapor fazer a contenção até minha casa.

Quando chego na entrada do baile, meu carro já ta lá frente e o Menor sai de dentro me entregando a chave. Abro a porta e ajudo ela a entrar, que ta muito quieta e muito calada pra ser verdade.

Dou a volta e entro no carro também e saio de lá cantando pneu. Ainda tem muito baile pela frente, mas além da Rafaela tá morta do meu lado, eu tô cansado pra caralho.

Logo chegamos em casa e eu ajudo ela a sair. Quando entramos em casa, eu tiro aquele salto dela todo enrolado na perna, o que me dá um trabalhão. Subo a escada com ela apoiada no meu ombro e sento ela na minha cama.

Ligo o chuveiro, deixo a água cair e volto pro quarto vendo que ela ta na mesma posição que eu deixei. Tiro o vestido vendo que ela ta sem sutiã e com uma calcinha branca de renda. Puta que pariu. Judiação. Levo ela pro box e tiro a calcinha pra não molhar.

— Consegue sozinha? — pergunto e quando vejo ela confirmar, decido sair.

— Não sai. — ela diz. — Me ajuda.

Balanço a cabeça e tiro a blusa, a bermuda e o tênis, entrando no chuveiro com ela. Lavo o cabelo, beijo ela toda.

— Eu quero você. — ela diz baixo e eu seguro o queixo dela.

— Eu também te quero. Tu não vai lembrar dessa porra amanhã, mas eu quero que tu seja minha, do mesmo que eu sou todo teu, pô.


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Curtinho, mas vem maratona por aí!

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