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Rafaela

O ódio que eu fiquei do Caveira não está nem escrito. Eu já falei uma vez e digo de novo, quantas vezes ele e quem mais quiser ouvir: não tenho medo dele. E cara, não importa o quão gostoso esse homem seja e o quanto ele beije bem pra caralho, ele não vai levantar a voz pra mim e me segurar do jeito que ele fez. Ainda bem que foi um beijo só e deu.

Depois que eu sentei com os meninos, comecei a conversar, beber e eles fumando com certeza me deixou na onda deles, porque alguns minutos ali já foram suficientes pra eu ficar soltinha. Tanto que o cantor me deu o microfone e eu fiz o quê? Peguei. Peguei e ainda cantei no meio do povo todo e chamei a atenção de todo mundo. Cantei não, no caso eu fiquei gritando no microfone.

— Rafa, vamos sentar um pouco — Marcela me chamou e eu posso até estar bêbada, mas eu sei ser uma bêbada obediente e fui.

— Qual foi, doidinha? Cansou? — PK sentou do meu lado e eu deitei a cabeça no ombro dele assentindo. — Vai babar aqui não, pô. Quer meter o pé? — ele faz um carinho no meu cabelo e o sono chega, mas junto com ele o enjôo da cachaça que bebi.

— Quero, mas tô com vontade de vomitar. — choramingo.

— Bebe essa água aqui, Rafa. — Marcela chega me entregando um copo cheio e eu bebo tudo, mas assim que engulo tudo que bebi quer voltar. Então viro pro lado e coloco tudo pra fora e sinto alguém segurar meu cabelo. Acho que o PK.

— Deu PT? — ouço a voz e ouso dizer que seja o D2. Ainda não tinha visto ele.

— Bebeu um pouquinho a mais só. — Marcela responde. — Você não acha melhor dormir aqui hoje? E aí amanhã de manhã, se você quiser, vai pra casa.

— Não trouxe nada, amiga. — digo levantando a cabeça e bebendo mais água que tinha ali na mesa. — Vou pra casa. — concluo

— Vai nada, pô. Vai ficar aí. — o TH brota do nada e com ele o encosto do Caveira.

— Dá pra ir, TH. Se você puder liberar o PK só pra ir me deixar. Ele disse que vai numa boa, né? — olho pra ele que assente, então volto o olhar pro TH que já está negando.

— Rafaela, são quase 4h00 da manhã, tu vem trabalhar amanhã a tarde de qualquer jeito. Qual o b.o de dormir aí? — ele rebate.

— Não trouxe nada. — bufo já quase desistindo.

— Fica aí, mandada. — Caveira fala pela primeira vez, o que me faz olhar pra ele.

— Vocês são tão chatos. — respiro fundo. — Posso ficar no quarto do Lucas?

— Deve! — Marcela fala empolgada batendo palminhas, o que faz todo mundo rir.

Deixo eles lá e vou subindo pro quarto do Lucas, que obviamente com essa festa não está em casa. Vou em direção ao banheiro e entro fechando a porta atrás de mim. Tiro toda minha roupa e prendo o cabelo em um coque. Aqui sempre tem escova de dentes nova, então pego uma. Lavo o rosto e tiro a maquiagem. Quando saio do banheiro, vejo que tem um pijama em cima da cama e suponho que a Marcela tenha vindo aqui deixar. Tem uma calcinha nova também e um short jeans com uma blusinha simples. Visto o pijama e deito na cama pegando no sono logo em seguida.

Acordo e olho no relógio vendo que já são 6h30, com muita sede e uma dor de cabeça dos infernos. Decido ir na cozinha pegar água e algum remédio. Quando levanto a cabeça pesa ainda mais. Meu Jesus, como que eu vou trabalhar hoje?

A Primeira Dama do Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora