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Caveira

Já fazia umas duas semanas que meu lance com a Rafa tá desenrolando. Ela é uma mina firmeza mermo. É uma parada sem compromisso, tá ligado? A gente fica sempre que se encontra e mantém um papo maneiro. Vou deixar o negócio rolar, mas ela tá ligada já que não tem romance. A gente já tava há uns dias sem se ver, pela correria mermo, então eu já tava na mente de chamar ela pra cá.

Desde cedo que eu tô aqui na boca resolvendo uma carga que vai chegar esses dias e tem que ter toda a movimentação pra não dar nenhum caô.

— Aí, GB, eu preciso que tu fale com os milicia, irmão. Esses filho da puta tem que tá com o dinheiro na mão pelo menos um dia antes dessa carga brotar. — digo olhando pro GB que agora já deitou no sofá que tem aqui e tá puxando um.

— Eu tô ligado, Caveira. Mas os cara tão querendo o dobro do que sempre a gente manda, pô. — ele responde balançando a cabeça.

— Desse jeito a firma vai falir. São uns pau no cu do caralho mermo. — é a vez do Leal.

— Negocia, GB. Eles querem dinheiro. Oferece mais, o dobro não. Mas faz eles aceitarem a nossa proposta, pô. — dessa vez quem acende um baseado sou eu. Cabeça a mil.

— É foda, Caveira. Porque tu ta ligado que não é só eles que a gente tem que comprar. Os cara tão atrás da tua cabeça. Qualquer vacilo teu, vai ser o suficiente pra te levarem. — D2 me lembra dessa porra.

— Deixa vir, D2. Quem tentou, tá nem aqui pra contar a história. — levanto pegando o celular e vendo que já são 20h30. Aproveito e já pego a chave da moto em cima da mesa.

— Alá, tá pensando que vai onde? — Leal começa a putaria.

— Ele vai ver a morena. — como eu sempre digo, toda vez que o D2 abre a boca eu me arrependo de deixar ele vivo.

— E desde quando eu preciso dar satisfação pra vocês? — meto um serinho pra eles.

— Desde quando a parada era não se envolver com ninguém e tá com umas semanas aí pra trás que eu tô te vendo pra lá e pra cá igual um otário. — Leal completa rindo e fazendo os outros rirem.

— A parada ainda é essa. Tô ficando com a mina e curtindo quando quero, pô. — digo abrindo a porta. — E vão tomar no cu. — saio batendo a porta e escuto eles rindo. Otários.

Desço a escada falando com os menor que tão na atividade aqui na boca, chego na moto e vou pra minha goma tomar um banhão. Desde cedo no corre. Quem diz que bandido tem vida fácil, nunca foi bandido.

Quando chego em casa vou logo tirando a camisa e deixo no sofá. Vou em direção a cozinha, beber água e entro no whatsapp pra mandar mensagem pra Rafaela.

"Terminou a aula?"

Vejo que ela não fica online e subo pra tomar banho. Fico um tempão na água quente pra caralho. Pego a toalha e enrolo na cintura e vou pro quarto já pegando o celular que tinha ficado na cama pra ver se tinha alguma mensagem dela e nada. Qual foi?

Decido me vestir e ir lá na tal da faculdade buscar ela. Bermuda preta, blusa preta e um chinelo. Passo perfume e penteio o cabelo, passando a mão pra dar um jeito só. Pego celular, carteira e desço já pegando o radinho também. Como já é tarde, chamo uns menor pra ir comigo.

A Primeira Dama do Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora