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Rafaela

Dias depois...

Acordei mais tarde que o normal hoje e eu odeio isso com todas as minhas forças, porque meu dia já começa todo atribulado. Essa semana tem sido toda assim, um verdadeiro caos. A Marcela passa boa parte do dia com o irmão, o TH sempre fica fora e só volta de noite e eu que tô ficando responsável pelo Lucas, o que significa que eu entro mais cedo e saio mais tarde.

Falando no Caveira, desde aquele dia do hospital a gente não se falou muitas vezes. A mãe dele não vai muito com a minha cara e eu achei melhor evitar até pra que ele possa se recuperar bem e sem estresse. Sempre fico sabendo das coisas que acontecem com ele pela Marcela ou até mesmo pelo Leal, que fica me mandando mensagem vez ou outra. Soube, inclusive, que a mãe dele preferiu colocar uma mulher qualquer lá do morro dentro de casa e disse que assim, eu não pisaria lá. Eu achei até um pouco cômico.

Termino de tomar meu café, que eu sei que não vai me saciar e quando eu chegar na casa da Marcela, eu vou ter que tomar de novo. Chamo o carro enquanto calço o tênis. 7 minutos. Coloco a bolsa no ombro, confirmando que coloquei o celular dentro e já tiro ele pra aproveitar e tirar a foto mais rápida da minha vida.

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Chega a notificação do aplicativo dizendo que o carro chegou. Saio do apartamento fechando tudo e correndo pro elevador, que por obra divina já tá no meu andar.

Dou bom dia ao motorista e coloco meus fones de ouvido, me desligando por um momentinho do caos que tá sendo esses últimos dias. O trânsito hoje tá literalmente um inferno, olho a hora no relógio e já sei que vou me atrasar, então entro na conversa da Marcela e aviso, já me desculpando por isso.

Trinta minutos e algumas músicas depois, chegamos na entrada do morro e eu desço do carro, agradecendo ao motorista. Subo já encontrando o PK na contenção, como já é de costume.

— Bom dia, doutora. — ele diz puxando meu cabelo de leve.

— Bom dia, sub. — respondo rindo e dou uma piscadinha pra ele.

Continuo subindo o morro ouvindo Baco e sigo impactada com a voz desse homem. De longe vejo que a calçada da casa da Marcela não tem uma criança gritando, o que é bem raro.

Chego na porta e escuto a gritaria vindo de dentro da casa dessa vez, mas escuto mais algumas vozes. Dona Verônica, Leal, Caveira e mais alguma voz, uma mulher. Respiro fundo pra me preparar pra bomba que ia vir quando eu entrasse naquela casa. Bato na porta.

— PODE ENTRAR. — escuto o grito da minha amiga e abro.

— Bom dia. — dou o meu melhor sorriso.

A Primeira Dama do Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora