CAPÍTULO XXV - O FUTURO PEDE AJUDA

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ANO DE 2035, - A EXTINÇÃO 

    Sellor desperta no chão, sob o som ensurdecedor das sirenes que ecoam ao seu redor. Ele se depara com uma cena caótica, com pessoas desesperadas correndo em todas as direções, tentando fugir do desastre iminente. O ar está pesado e difícil de respirar, impregnado com uma atmosfera de medo e desespero.

   O céu, normalmente azul e sereno, está transformado em um vislumbre aterrador. Uma tonalidade vermelha assombra o horizonte, enquanto nuvens negras e sombrias se espalham sinistramente pelo céu. Era como se o apocalipse estivesse se desdobrando diante dos olhos de Sellor.

   Nesse momento, Sellor experimenta uma sensação estranha: ele se sente mais humano do que nunca. A adversidade que enfrenta, o medo em seu coração e a percepção do caos ao seu redor o conectam à fragilidade e à vulnerabilidade que só um humano poderia sentir. Enquanto a agitação e o desespero se intensificam, Sellor é confrontado com a própria mortalidade e a efemeridade de sua existência. Ele se vê mergulhado na mesma luta pela sobrevivência que as pessoas ao seu redor, compartilhando de seus medos e anseios em meio ao apocalipse que se desenrola. Porém, durante sua procura por comida, encontra saqueadores impiedosos, que ao olharem para ele, decidem tentar roubá-lo ao não encontrarem nada, espancam Sellor, que se sente incapaz de agir. Já que havia virado humano.

   Sellor, inconsciente desse ciclo cruel, encontra-se preso em uma realidade distorcida e tortuosa, onde seus dias se repetem ininterruptamente, cada um trazendo consigo uma nova forma de dor e sofrimento. Cada ciclo é uma provação insuportável, um tormento inescapável que o mergulha em um mar de agonia infinita.

    No primeiro dia, Sellor experimenta a perda de uma de suas pernas, uma mutilação que lhe causa uma dor lancinante e limita sua mobilidade. Mas, mesmo após a angústia desse acontecimento, ele desperta no dia seguinte, apenas para reviver o mesmo tormento, dessa vez tendo seus dedos amputados por um indivíduo insano e cruel.

   O ciclo de sofrimento continua implacavelmente, Sellor sendo submetido a novas formas de tortura a cada dia repetido, No terceiro dia, ele é vítima de abusos hediondos e inimagináveis, sofrendo um trauma que deixa cicatrizes profundas em sua alma. No quarto, dia ele é confinado em um hospício militar, onde é submetido a eletrochoques violentos, que destroem sua mente e seu espírito.

   Sellor, preso nesta sequência de dor, não consegue lembrar de seus dias anteriores, sua memória reinicia a cada novo ciclo. Ele é condenado a reviver esses horrores repetidamente, sem esperança de escapar desse ciclo interminável de tormento.

   O fardo insuportável de suas experiências repetidas quebram sua resistência, corroem sua sanidade e diminuem sua esperança. Sellor se encontra em um estado de desespero insondável, incapaz de encontrar uma saída desse ciclo cruel e esmagador.

   Nesse labirinto de dor, Sellor luta para encontrar algum sentido ou redenção. A escuridão que o envolve é sufocante, e a cada novo amanhecer, ele se vê imerso novamente no abismo de seu próprio sofrimento, sem vislumbre de alívio.

   Sellor, imerso em sua tortura interminável, encontra-se em um momento de humilhação extrema, quando involuntariamente urina em si mesmo, causando risadas zombeteiras à sua volta. Ele fica perplexo, sem entender o motivo de tal acontecimento e questionando a lógica por trás de sua angústia.

   No entanto, antes que Sellor possa compreender completamente a situação, tudo ao seu redor desaparece abruptamente. Ele é confrontado por um jovem rapaz, cuja expressão denota tédio ao testemunhar Sellor repetindo suas ações. O rapaz se apresenta como Kyle e sugere que Sellor fique na jaula junto a um cão de três cabeças, enquanto ele se distrai pensando em outras coisas.

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