CAPÍTULO XIV - SURPRESAS AO ACASO

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    "O melhor da vida é que ela está sempre pronta para nos surpreender, mesmo quando achamos que já vimos tudo."

      Nos primórdios da humanidade, existiu um grupo de seres conhecidos como viajantes que utilizavam um artefato poderoso e de origem desconhecida que era capaz de navegar pelo tempo sem qualquer tipo de consequência. As viagens eram tantas que acabaram criando diversos paradoxos a cada aventura inusitada, resultando na ira dos antigos mestres guardiões do tempo que na tentativa de conter os estragos criados nas linhas temporais, fizeram o famoso reino prisão onde nenhuma criatura conseguiria escapar ou usar seus poderes e com o passar dos milênios a ameaça dos viajantes foram desaparecendo tornando muitos reinos prisões ociosos, os poucos que sobraram ganharam um novo significado; cuidar de seres com caráter maligno na tentativa de curá-los.

     Algumas semanas se passam no reino prisão onde estão James e seus amigos que seguem estudando uma forma de sair de lá; esperavam encontrar um meio de ativar novamente o mecanismo, usando impulsos eletromagnéticos para criar um paradoxo capaz de abrir uma abertura no reino prisão rasgando o véu que detém todo o bloqueio responsável por mantê-los presos. Porém não seria fácil realizar tal meta devido o alto risco de implodir a prisão resultando na morte deles, enquanto lutam para escapar desse pesadelo, Bryan e Oslo conseguem escapar das masmorras do tempo com a ajuda de uma viajante desconhecida, porém a voz dela era muito familiar para Bryan que a seguiu desconfiado, já que não conseguia ver o rosto daquela figura. A mulher usava vestimentas que davam a impressão de ser um demônio do tempo, conseguindo se infiltrar facilmente entre os demais, quando retirou aqueles trapos, era possível finalmente ver sua face. Bryan fica pálido e surpreso.

— E eu pensava que nada mais podia me surpreender.

— Vamos! Temos muito pouco tempo antes que percebam que vocês não estão por lá.

— Caramba, você não mudou nada, senhorita!

— Você também não Oslo, é ótimo ver você novamente.

— Espera aí, como vocês se conhecem?

— Isso é assunto para outro momento, agora venham!

      Os rapazes seguem a mulher até um portal do qual deixa Oslo inseguro, pois ele sabe que ali era a entrada para os reinos prisão que ouviu por toda sua vida; nenhum outro ser que já estivesse preso lá conseguia sair a não ser que tivesse um mestre específico para abrir uma saída. O último mestre foi morto há séculos atrás pelas mãos de Sellor, que agora no poder reabriu todas as prisões para membros do conselho do tempo. A mulher diz a Oslo para ficar tranquilo, pois o único lugar em que poderiam pensar em alguma solução seria ali, longe das mãos do atual senhor do tempo. Bryan fica curioso do porquê e a mulher explica que Sellor pode apenas enviar os seres para os reinos prisão, mas não pode entrar devido ao risco de ficar preso, já que nem ele sabe o jeito correto de sair de lá, pois cada reino era diferente um do outro, contendo inúmeras criptografias temporais.

      Ao passarem pelo portal, percebem que existe um corredor com inúmeras portas, como se estivessem em um hotel onde não era possível enxergar as paredes ou chão, eram escuras igual no espaço fugindo de qualquer compreensão possível mas a mulher misteriosa explica para Oslo e Bryan que tudo está na força do pensamento, ela imaginou um corredor e assim surgiu um com diversas portas. Ainda sem entenderem direito o que aquilo significava continuaram a seguir a mulher até uma porta no fim daquele corredor que parecia nunca ter fim. Ela logo retira do bolso um fragmento do mecanismo e utiliza na tranca da porta que se abre imediatamente, ao olharem era possível enxergar um céu azul, com muitas nuvens e eles são avisados que deveriam imaginar um paraquedas e saltar. Oslo reluta em querer pular, pois tinha medo de altura então a mulher o empurra e pergunta para Bryan se teria que fazer o mesmo com ele que sequer pensa e salta logo atrás de Oslo. Durante a descida, a mulher passa pelos dois rasgando o ar como se tivesse total controle do que estava fazendo, sinalizando para eles seguirem ela, o ponto final era um enorme lago esverdeado. Após a descida a mulher nada rumo a terra com Bryan e Oslo.

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