CAPÍTULO XV - O COMEÇO DO FIM II

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       O dia vivia se repetindo sem qualquer ordem específica para John, desde que esteve preso contou com os espíritos de antigos mestres e de sua mães, sempre que precisava de uma orientação, era só focar seus pensamentos na pessoa que estava afim de conversar e ela aparecia quase que imediatamente. Em uma das suas últimas conversas com os espíritos sua mãe lhe contou que deveria estar preparado pois aquela prisão não era o seu fim, mas John não tinha esperanças, para ele o seu destino foi aquele, ver todos os dias a chuva com o sangue de todas as criaturas cair o fazia lembrar que não estava em casa quando boa parte delas morreram pelas mãos de seu irmão. Irritado pede para que os espíritos o deixem em paz para sempre, e assim foi feito, permanecendo em eterna solidão para todo o sempre, a quem diga que ele se arrependeu do que disse, mas foi tarde demais. Em um dos milhares dias vividos por John algo inédito aconteceu poucos minutos antes de começar outra tempestade de sangue, ele viu o céu se abrir pela primeira vez mais ao sul da floresta resolvendo ir até lá, assustado mas com esperança de ter companhia após muito tempo, fazendo com que ficasse animado. Ao se aproximar percebe que não é apenas uma pessoa mas várias, quando uma garota nota sua presença lhe chama de pai ao vê-lo, o que deixa John confuso. Logo uma mulher pede para que todos fiquem em silêncio pois iria explicar toda a situação embaraçosa então Mary começa dizendo que John é irmão não só de William mas de Albert também, eles eram trigêmeos idênticos. O homem ao escutar a história começa a ficar nervoso, em toda sua vida, sua mãe nunca disse que ele tinha mais um irmão. James e Julie ficam sem reação e não entendem como era possível, quando Andrew continua a história dizendo que Albert foi criado por um homem que vendia mercadorias conhecido como Edgar antes de virar um viajante e trazer todo o caos para o tempo.

     John começa a entender a situação e pergunta mas o que isso tem a ver com ele e como que eles conseguiram adentrar para sua prisão e em seguida Julie responde que precisavam dele para derrotar Sellor que havia dado um golpe no conselho temporal e virado o grande senhor do tempo. John então tem certeza que seu irmão conseguiu o que sempre quis, e diz a todos que não irá ajudar, pois aquela luta já não era mais dele a muito tempo. Mary ao ouvir tal coisa, fica revoltada por ter se arriscado tanto indo até aquele reino prisão para no fim, voltar ter zero esperança do que fazer. James e Andrew até tentam convencer John a lutar do lado deles e acabar com o mal, mas sem sucesso. A noite chega e a lua brilha fortemente sobre a floresta que já retornou ao seu esplendoroso dourado, todos caem no sono devido ao cansaço do dia, menos James que não conseguia dormir sua mente não desligava, então vai caminhar pela floresta, naquela altura do campeonato nem mesmo o lugar sombrio do reino prisão lhe causava temor, quando James vê John sentado olhando para o céu, no alto de um morro e decide ir até ele para conversar.

— Pode se aproximar garoto, eu sei que está aí!

— Me desculpe, não tinha intenção de ficar observando o senhor.

— Fique em paz, sente-se e aprecie o quanto isso já foi belo.

— John, ajuda a gente a derrubar seu irmão, precisamos fazer justiça.

— Garoto, a justiça é algo que não existe! William uma hora ou outra irá cair por si próprio, ele não é tão inteligente quanto vocês pensam.

— Mas precisamos da sua ajuda, não tem como ficar esperando ele cair John, você é o único que pode detê-lo.

— Minha luta já terminou, não tem nada lá fora esperando por mim, aquele energúmeno matou a todos com quem eu me importava James! Destruiu meu lar, meus amigos, minhas mães.

— John eu sei, e sinto muito, de verdade, mas não pode desistir, existem pessoas boas que são inocentes e querem apenas viver uma vida comum que não será possível com ele no poder.

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