Capítulo 51

563 32 0
                                    

Savanah já estava há dias trancafiada naquelas pesquisas, sempre levara a sério seu trabalho e não levava desafio para casa, mas ela sabia que, como Savanah havia falado, aquilo levaria meses.

Savanah escutou baterem na porta do trailer e estranhou. Quem estaria naquele lugar em plena madrugada? Sua surpresa só aumentou quando viu
Any do lado de fora, com os braços encolhidos devido ao forte vento que as atingia aquele horário, o inverno se aproximava.

-- Com licença. -- Any disse baixo.

-- O que quer? -- Savanah perguntou e seus olhos se abaixaram na altura das mãos de Any quando a viu entregar a ela uma garrafa térmica.

-- Eu trouxe café. -- Any disse com o queixo batendo. -- Sempre trago para a Sabina e imaginei que você precisasse de um pouco. Aquece o corpo e te mantém acordada.

Qual era o intuito de Any em acordar no meio da madrugada para levar-Ihe café?

-- Eu não te envenenei, se é isso que pensa. Posso até provar antes para cessar suas dúvidas. -- Any disse e Savanah suspirou.

-- Entre aqui. Está frio aí fora. -- Savanah pediu e Any obedeceu, ouvindo a porta ser fechada atrás de si. -- Por que acordou de madrugada só para fazer isso?

-- Oh, não foi minha culpa. Foi o meninão. -- Any disse e Savannah franziu o cenho.

-- Quem?

-- Como "quem"? Meu pinto. -- Any disse e Savanah franziu o cenho.

-- Seu pênis te acordou?

-- Sim, todas as noite vou ao banheiro de madrugada. -- Any disse e Savanah por fim entendeu, assentindo.

-- Sabina estava dormindo? -- Savanah perguntou e
Any sorriu.

-- Sim, tão linda que fiquei até com pena de sair de
perto dela. -- Any disse e Savanah conteve um sorriso.

-- Gosta mesmo dela, hm? -- Perguntou, pegando copos descartáveis antes de entregar a Any.

-- Gosto. -- Any respondeu apenas isso, contudo, a intensidade de sua palavra, o brilho em seus olhos e sorriso bobo que brincava em seus lábios fizeram
Savanah saber que era algo puro e genuíno. -- Vou tomar o café para te mostrar que não tem veneno, mas já vou embora para te deixar trabalhar.

-- Não precisa tomar o café por isso. -- Savanah disse e Any suspirou.

-- Preciso me desculpar de novo com você. -- Any disse olhando para Savanah. -- Por suas pesquisas que perdeu, sabe? Eu sinto... sinto muito. Eu só queria mais bolhas.

-- Bolhas? -- Savanah perguntou e Any assentiu.

-- Sim, a Sabina fazia bolhas por todos os lados e achei lindo, aí aproveitei para ficar bem perto dela, porque você deve saber como aquela mulher é cheirosa. -- Any disse rindo e suspirou. -- Aí queria passar mais um tempo com ela, só não sabia que daria nisso. Eu nunca quis prejudicar ninguém.

-- Eu não te entregaria de verdade. -- Savanah confessou e Any sorriu.

-- Eu sei. A Sabina disse que você tem um bom coração. -- Any disse, pegando o copo de café e virando-o de uma vez. -- Boa noite, Savanah. Bom serviço. -- Disse indo em direção à porta.

-- Any! -- Savanah chamou rapidamente e a garota se virou. -- Tenho algo para você. -- A menor franziu o cenho, mas esperou Savanah fuçar em suas coisas antes de voltar até ela e entregar um comprimido lacrado em um plástico.

-- O que é isso?

-- E para a Sabina, na verdade. -- Savanah disse. -- Só fiz essa. É uma pílula do dia seguinte. Não fiz mais porque vai perdendo a força e se usar muito pode não funcionar, então use o dia anterior de tomá-la com sabedoria e esperem os anticoncepcionais ficarem prontos.

Os olhos de Any focaram no comprimido e logo ela sorriu.

-- Obrigada. - - Ela disse e Savanah assentiu, se sentando como se Any já não estivesse ali.
A menor saiu animada dali e voltou para o trailer de Sabina, removendo somente a blusa grande.
Estava frio para dormir só de cueca, então permaneceu com sua calça de moletom e sua regata preta.

Seus olhos encontraram a figura delicada e doce dormindo encolhida na cama e um suspiro
involuntário saiu de seus lábios. Ela colocou a pílula na gaveta de Sabina e ergueu a coberta, se enfiando ali vagarosamente antes de abraçar o corpo a sua frente e inalar seu perfume.

-- Onde esteve? -- Sabina murmurou ainda de olhos fechados e com a voz sonolenta e o coração de Any se derreteu outra vez. -- Demorou.

-- Dor de barriga forte. Não sentiu o cheiro? -- Any disse e Sabina negou, se virando para ela e afundando seu rosto nos seios da maior.

-- Graças ao bom Deus não. -- Sabina murmurou e
Any riu.

-- Estou brincando. Fui levar café para a Savanah. - As orbes castanhas se abriram instantaneamente, fitando Any confusa.

-- Ela te ofendeu?

-- Não, acho que estamos bem. -- Any respondeu e Sabina suspirou aliviada. -- Ela fez para você uma pílula do dia seguinte.

-- Fez? -- Sabina perguntou surpresa e Any assentiu animada.

-- Sim. Sabe o que isso significa? Que a cobra pode se esconder na toca. -- Sabina riu e plantou um beijo no pescoço da maior.

-- Está tão ansiosa assim para perder a virgindade?

-- Só porque é com você. -- Any disse baixo.

-- Não transaremos agora. Estou com sono.

-- Eu sei, está frio, Sabina. O meninão se encolhe e não gosta de sair da casinha.

_ Então me abraça e durma, amor.

Amor.

Amor.

A-M-O-R

-- Acho que estou tendo uma parada cardíaca, pode checar? -- Any disse e Sabina abriu os olhos preocupada. -- Ouviu como me chamou?

-- Na verdade não. -- E, de fato, era verdade. Ela dissera sonolenta e sequer havia se dado conta.

-- Você me chamou de amor com "a" de
AAAAAAAAAAAAAAAA. -- Sabina riu alto e
abraçou fortemente Any.

-- Adoro as risadas que me tira o tempo todo. --
Sabina murmurou e depositou um beijo nos lábios de Any.

-- Não faço por querer, mas que bom que gosta.

-- Agora durma.

-- Se eu te chamar de amor também você terá uma parada cardíaca?

-- Acho que ficarei bem com isso. -- Sabina falou
contra a pele de Any e a maior sorriu.

-- Então boa noite, amor. -- Any disse e Sabina sorriu, sentindo seu peito inflar antes de sentir o sono voltar a dar as caras.

O Último pênis- Sabiany/ LarinasOnde histórias criam vida. Descubra agora