Capítulo 13

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Lippmann os colocou na lista de convidados de um Leilão de caridade. A venda era de antiguidades, e os fundos arrecadados iriam todos para instituições que ajudavam os sem-teto.

Era realmente uma coisa linda de se ver. A iluminação toda amarela e vermelha. As mesas espalhadas pelo salão com cadeiras de veludo, e a decoração de centro de cada uma era um vaso de um metro de altura com penas brancas no lugar de flores.

Seus lugares ficavam bem na frente, perto do palco. Uma mulher de aparência elegante anunciava os ítens com um microfone na mão. Chuuya olhou para a placa marcando o número em seu colo, ainda não usada.

Dazai virou para sua direita, onde Yosano bebericava seu vinho, e sussurrou:

"Cadê o Ranpo?"

"Poe está doente." — Yosano respondeu, baixando a taça, uma marca em lua crescente do batom apegava-se à borda — "Eles vão ficar em casa por uns dias. Então eu fui designada ao trabalho de comprar para eles a máquina de datilografia que foi usada por Aldous Huxley."

Ao redor da mesa redonda, além de Chuuya, Dazai e Yosano também estavam sentados Akutagawa e Mori. Os dois vestidos como vampiros da era Vitoriana.

"Ranpo e eu temos uma aposta." — Dazai se inclinou para a esquerda agora, a respiração fazendo cócegas ao pé da orelha de Chuuya — "Rumores dizem que o último ítem da noite vai ser um órgão de tubo do século passado e Ranpo acha que Fitzgerald vai comprar."

Chuuya espiou por baixo das penas de decoração. Fitzgerald exibia uma cabeleira loira e terno suntuoso, rodeado por um grupo de homens brancos.

"Por que ele?" — Chuuya perguntou.

"Porque ele gosta de se sentir mais rico do que todo mundo."

Mori pigarreou.

"Dazai, silêncio, por favor."

Dazai não o dignou nem mesmo com um olhar, pois a Leiloeira chamava o ítem seguinte.

"Nossa próxima raridade é a Luneta." — Um homem subiu no palco empurrando uma mesinha de rodas, com o objeto no topo, dentro de uma caixa de vidro. A luneta era interessante, pinturas do mar e criaturas aquáticas tomavam a madeira em arte pirográfica — "Datada do século XII. Teve apenas dois donos, antes de chegar em nossas mãos. Vamos começar com 150 mil?"

"Cento e sessenta!" — alguém gritou numa mesa lá atrás.

Mais placas se levantaram e os lances sucederam numa velocidade quase impossível de acompanhar, preço subindo cada vez mais. Chuuya sentiu um cutucão no braço.

"Chuuya, olha, é o Mushitaro." — Dazai sussurrou, apontando.

De fato, Mushitaro Oguri se encontrava algumas mesas adiante. O cabelo brilhando com gel, um terno verde-folha. Ele esbarrou o olhar na mesa dos dois e mais do que depressa virou o rosto da direção oposta. Uma atitude muito mal-educada e estúpida, agora encarava uma parede ao invés do palco.

"Ele não deve ter nos visto." — Dazai deu de ombros. Chuuya soltou o ar pelo nariz.

Garçons transitavam por entre as mesas, oferecendo em sussurros diversos tipos de bebidas. Dazai balançou a cabeça em negativa quando um se aproximou deles. Chuuya, por sua vez, aceitou que sua taça fosse enchida de vinho tinto.

"Próximo, temos a Lâmina Fantasma." — a mulher continuou. A voz alta e alegre. O assistente dessa vez abriu a caixa e deixou à mostra o ítem. Era uma adaga feita inteiramente de vidro. O cabo tomado por flores — "Lendas contam que pertencia à uma princesa da Grécia-"

"Não parece nada prático." — Chuuya comentou, cruzando as pernas — "E se quebrar?"

Dazai apoiou um braço no encosto da cadeira de Chuuya e inclinou a cabeça um pouquinho, avaliando o objeto.

The Night Know Our SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora