Capítulo 32

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"Olha só." — Albatross falou — "Parece que um bolo white velvet vomitou em você." — ele levou um segundo para notar que seu comentário poderia soar ofensivo e virou para a modista com um sorriso brincalhão — "Só que de um jeito bom."

Eles reservaram uma loja por metade do dia. Para que Chuuya pudesse provar os modelos com privacidade e sem o perigo de alguém vazar foto antes da data. Estavam em uma das lojas mais aclamadas do país, especializada em trajes de casamento.

Se observando no espelho, Chuuya estava sem fala. Cada camada se assentava no seu corpo sob medida. O fraque de brocado, a camisa, a gravata, até mesmo os sapatos.

"É lindo." — disse ele, a mão coberta por luvas peroladas deslizando pela gola e pela cauda do fraque.

"Confesso que eu estava um pouquinho hesitante quando você pediu por essa paleta de cores." — a mulher falou, segurava uma almofadinha de alfinetes na mão — "Mas saiu tudo bem. Destaca seu cabelo e faz seus olhos brilharem. Um rapaz bonito como você fica incrível em qualquer coisa."

O piso da loja era de azulejos dourados. Combinando com as araras de roupas e os lustres ornamentados. Chuuya estava em pé em cima de um palanque redondo, erguendo os braços e girando conforme a modista o movia como se fosse um boneco, concertando cada mínimo detalhe.

"Dazai vai usar branco também?" — Piano Man quis saber. Ele estava sentado de pernas cruzadas em uma cadeira que mais parecia um trono.

"Vai, — Chuuya assentiu — nós dois concordamos com essas cores."

"Cê tá chorando?" — Albatross perguntou de repente.

Todas as cabeças viraram. Lippmann, acomodado no sofá de couro, secava os olhos com um lenço.

"Lipp, — Doc, sentado ao lado dele, tirou sarro — guarda algumas lágrimas pra cerimônia."

Lippmann se levantou e foi até Chuuya, acariciando as mechas ruivas e tocando a bochecha dele com delicadeza.

"Não consigo acreditar que daqui uma semana nosso garoto vai estar casado."

Albatross gargalhou. Quase caindo do braço do sofá que estava sentado. Chuuya esticou a perna em um chute bem merecido.

Albatross e sua boca grande. Para todos os presentes ali, Chuuya ainda estava noivo. E só.

"Cuidado, cuidado." — a modista pediu, ajeitando o tecido da calça — "Ainda preciso fazer o último ajuste. A gravata está do seu gosto? Tenho uma coleção de diferentes texturas e estampas."

Ela abriu uma caixa comprida em cima da mesa, mostrando dezenas de gravatas prateadas quase idênticas.

"Uau. Isso é..." — Chuuya entrelaçou as próprias mãos, forçando um sorriso — "muita coisa."

Por um momento desesperador, teve que afastar a tontura. Dezembro chegou e com ele uma quantidade infindável de decisões. Sabor de bolo, enfeite de bolo, cor da decoração, cor das cadeiras, tipos de flores, tipos de laços das flores e tantos mais.

"Pode nos dar um minuto, madame?" — Piano Man pediu.

A mulher assentiu sem delongas, se retirando da ala fechada da loja.

Chuuya desceu do palanque e se jogou em uma cadeira, os outros cinco se aglomerando ao seu redor.

"Está nervoso?" — Piano Man perguntou, apoiando uma mão em seu ombro.

Sabia o que eles pensavam. Todos os amigos mais próximos de Chuuya ficaram sabendo da ideia de Mori de cancelar o casamento. Portanto, pensavam que a ansiedade era causada pelo medo de não se casar. De Mori foder com tudo.

The Night Know Our SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora