Capítulo 18

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"Essa ideia é péssima." — sussurrou Chuuya conforme o ônibus seguia pelas ruas movimentadas da cidade.

"Você acha?" — Dazai falou de volta — "Não ouvi quando reclamou nas últimas trinta e quatro vezes."

Chuuya revirou os olhos.

Tinha saído de fininho da Nakahara Village e encontrado Dazai na rua dos fundos. Se recusando a contar o motivo, Dazai o guiou para o ponto de ônibus mais próximo. Sem Hirotsu. Sem Oda. Sem Iceman.

Chuuya vestiu uma touca grossa, escondendo os fios ruivos ali dentro e vestiu uma máscara para tapar o nariz e a boca. Dazai estava na mesma situação.

E agora os dois, espremidos dentro de um ônibus lotado, seguiam um caminho misterioso.

"É uma ideia horrível pra caralho." — Chuuya insistiu.

Dazai estava em pé com uma mão agarrada na barra de apoio do teto, e a outra segurando Chuuya em sua frente, que por sua vez não alcançava a barra.

"Relaxa, Chibi. Não confia em mim?"

"É claro que não. Você é muito ruim pra minha reputação."

"Você socou protestantes." — Dazai sussurrou.

"Você roubou um carro." — Chuuya retrucou.

Os dois se encararam e tiveram que segurar as risadas.

Depois de muitas paradas, alguns buracos na estrada que faziam os passageiros chacoalharem, Dazai finalmente deu sinal de estarem perto de seu destino. Quando o ônibus diminuiu e as portas abriram, ele saiu arrastando Chuuya pela calçada.

"Estamos quase lá." — prometeu.

Chuuya não falou nada. Era verdade que a curiosidade estava corroendo seu interior. Mas os olhos de Dazai, a única parte visível de seu rosto, rolavam ansiosos por cada metro da rua desde que saíram de perto da Nakahara Village.

Parecia temer estarem sendo seguidos. Parecia apressado em mostrar o que queria antes que fossem interrompidos. E era verdade que mesmo com os "disfarces" as chances de um fã os reconhecer não era mínima, no entanto, por alguma razão Chuuya sentia que essa ansiedade carregava um peso maior.

Então se deixou ser levado pelas calçadas da cidade.

Desviando dos prédios de comércio, Dazai atravessou o portal de entrada do parque. Grama verdinha recebia o sol de outono, os raios mornos refletindo no lago e banhando os cisnes que ali descansavam. Através de canteiros de heliotrópios, Dazai parou ao alcançar um carvalho.

"Tô muito confuso." — Chuuya falou.

"Senta aqui comigo." — Dazai pediu, batendo de leve no espaço ao seu lado. Eles sentaram na grama mesmo, o vento levando pétalas de flores até seus casacos e toucas — "Ontem você me contou uma coisa. Hoje quero retribuir."

"Você não precisa." — Chuuya falou imediatamente.

Chuuya se sentiu seguro para compartilhar aquele pedaço de vulnerabilidade dentro de sua mente e não esperava um pagamento, não exigiria que Dazai revelasse a própria vida em troca.

"Eu sei." — Dazai respondeu com simplicidade.  Ele dobrou os joelhos e apoiou os braços por cima deles — "Você acompanha escândalos políticos?"

Chuuya deu um sorriso de lado.

"Não se eu puder evitar."

Dazai sorriu de volta, mas então voltou a ficar sério. Ele usava um pesado casaco abotoado até o pescoço, escondendo as bandagens. Chuuya percebeu que era o mesmo que usou na noite que se conheceram, na cozinha. Não sabia como se lembrara daquilo.

The Night Know Our SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora