Capítulo 33

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Quando se fala em casamento, a perspectiva principal é que se trata de uma cerimônia estressante. É lindo e romântico mas ao mesmo tempo causa extrema ansiedade.

E se as coisas derem errado? E se o bolo cair? E se as flores não chegarem? E se aquele convidado chato causar um escândalo?

Chuuya se preparou para tudo. Mas quando o dia chegou. Exatamente uma semana antes do Natal. Quando as luzes da cidade já piscavam em verde e vermelho. Quando cada canto estava decorado com uma árvore de natal ou um papai noel gorducho invadindo casas...

A ansiedade não veio. Chuuya estava calmo. Em paz. Ele guardava o segredo precioso de que nada poderia estragar esse dia porque apesar de ser importante celebrar com a família e amigos, a parte mais importante já aconteceu.

Chuuya já estava casado. Interligado com Dazai na saúde e na doença até que a morte os separe, o que talvez não demorasse muito porque os dois viviam tentando matar um ao outro.

Não seria um casamento clássico japonês. Ou um casamento clássico cristão. Eles pagaram um salão gigantesco no centro da cidade e contrataram uma juíza. Também tiveram o cuidado de avisar a ela que seria apenas uma formalidade.

As paredes do salão de festas eram feitas de ardósia. Os metais das janelas pintados de ouro. O piso coberto por tapetes brancos. E Chuuya se encontrava numa antessala, esperando.

Música se esgueirava pela soleira da porta fechada. Chuuya tentou espiar por uma fresta, mas uma mão pousou em seu ombro.

"Está demorando muito." — Verlaine falou, ajeitando a gravata já perfeita em Chuuya — "Tem certeza de que Dazai não fugiu?"

"Paul, modos." — Piano Man ralhou — "Do jeito que Dazai olha pra Chuuya, acho impossível que ele fuja."

A antessala era pequena e abafada. Uma lareira acesa, almofadas brancas um armário de bebidas falsas. Era apenas um local de espera e não foi enfeitado para o casamento.

Na verdade, Chuuya ainda não teve a oportunidades de ver a decoração finalizada. Assim que o dia raiou, foi enfiado dentro do carro e Hirotsu o levou para um salão de beleza e cabeleireiro. Albatross e Tachihara acompanharam ele nessa jornada, ajudaram a vestir o fraque e então o trouxeram para o salão. Os dois empurrando Chuuya às pressas para essa saleta onde ninguém poderia espiá-lo antes da cerimônia.

Agora Albatross foi checar os últimos detalhes. Dazai entraria primeiro e em seguida Chuuya. Desde o dia no escritório de Doc com o rastreador eles não se viram mais.

"Sorria." — Tachihara exclamou, apontando uma câmera para Chuuya — "Seus últimos momentos de solteiro." — ele estava usando uma das peças de Kouyou, que ofereceu seus modelos para os mais íntimos de Chuuya, como presente — "A gente devia ter feito uma despedida de solteiro."

"Casamento não é sentença de morte pra precisar de despedida." — Piano Man falou.

"Bem, o futuro marido é o Dazai, — Verlaine resmungou — isso já é uma sentença."

Chuuya revirou os olhos.

"Pode parar, por favor?"

"Psiu, Chuu." — a boca de Albatross surgiu por uma fresta na porta dupla — "Tá na hora."

A porta foi aberta e o salão se ergueu diante deles.

A primeira coisa que Chuuya notou foi o cheiro de flores. A segunda, foi os bancos completamente ocupados pelos convidados.

Qualquer murmurinho antes presente se dissipou no momento em que Chuuya ficou visível. O mármore do chão acomodava um tapete branco que se estendia desde as portas até o altar. Desde Chuuya até Dazai.

The Night Know Our SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora