Capítulo 29

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Chuuya era uma simples bola de ansiedade.

Depois de Dazai fazer a reserva por telefone, entremeio promessas, acordos e uma pilha de dinheiro, Chuuya saiu do apartamento e voltou para Nakahara Village.

Precisava se aprontar. Precisava de roupas novas. Precisava fugir de Iceman. Precisava estar pronto em meia hora para se encontrar com Dazai no Cartório. Onde seriam o primeiro casal da manhã. O primeiro a se casar.

Casar. Casamento. Hoje. Meia hora. Chuuya sentia que ia desmaiar.

Disparou pelos corredores, derrapando os pés ao passar por uma das salas de estar.

"Está tudo bem?" — Rimbaud foi quem perguntou, surpreendido pela pressa de Chuuya. Verlaine digitava no laptop e também pausou ao ver o irmão.

"Desculpa por ter sumido." — Chuuya tentou parecer recomposto — "Tive que pensar na proposta do Governador. Prometo recuperar o trabalho que perdi. A nova WinePod chegou?"

"Chuuya, — Arthur suspirou. Havia um pouco de tristeza nos olhos dele, embora Chuuya não conseguisse entender porquê — você não precisa se preocupar tanto."

"Lippmann nos contou." — Paul falou — "Se quer minha opinião, acho uma ideia maravilhosa cortar laços com aquela família."

"Não são uma família." — Chuuya rebateu furioso. Ele parou, contou seus batimentos cardíacos. Não podia parecer suspeito — "Nakaharas não desistem. Não vou voltar atrás só porque algumas pessoas não gostaram das minhas mãos-"

"A culpa não é sua-" — Arthur interveio.

"Vocês viram o Albatross?" — Chuuya contorceu as mãos em ansiedade, olhando ao redor — "Tenho que resolver uns assuntos com ele."

"Não vi ele hoje." — Arthur respondeu.

Chuuya assentiu e já foi se afastando.

"Onde você vai?" — Paul quis saber no mesmo instante.

"Pra muitos lugares." — Chuuya gritou ao sumir no corredor.

Ainda pôde ouvir Paul reclamar:

"Juro pelos deuses, ele ficou muito pior depois que conheceu aquele Dazai. Ele é uma péssima influên-"

Chuuya não escutou mais. Correu escada acima, jogou uma água no rosto e trocou de roupa. Ainda exalava perfume do banho da noite passada na banheira com Dazai e ainda exibia uma pintura nas costas, feita por Dazai.

Basicamente, Chuuya era um mosaico de tudo relacionado a Dazai. Como aquele filho da puta irritante se esgueirou em sua vida desse jeito ainda era um mistério.

Em dez minutos descia os degraus e costurava um caminho silencioso para uma das portas do fundo. Mandou mensagem para Albatross, torcendo para que Iceman não estivesse por perto.

Tinha se disfarçado da melhor forma possível. Com direito a touca, máscara e óculos de sol. Ao se esgueirar pelo jardim dos fundos, encontrou quem procurava atravessando o gramado.

" 'Tross." — chamou.

"E aí, cara?" — o cabelo loiro de Albatross radiante à luz do dia e ele empurrou o óculos de sol para cima da cabeça ao ver Chuuya — "O que era tão urgente?"

"Sshh." — Chuuya o arrastou para trás de uma árvore, checando os arredores — "Tô me escondendo do Iceman."

"Por quê?"

Chuuya espiou por cima do óculos.

"O que eu vou te contar é segredo absoluto."

Albatross começou a sorrir.

The Night Know Our SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora