Nenhum dos dois falou nada.
Chuuya deixou a cabeça pender para baixo. Não vendo nada além dos próprios sapatos. Não ouvindo nada além do elevador anunciando os andares que desciam.
Dazai era uma estátua ao seu lado.
Quando chegaram ao térreo, simplesmente atravessaram o caminho até o carro onde Hirotsu abriu a porta para eles.
"Meu apartamento." — Dazai instruiu.
Hirotsu não comentou. Sentindo o clima estranho do veículo, ele fechou a janelinha os dando privacidade.
Era o óbvio, não era? A decisão mais inteligente. Quando todo o ponto do relacionamento era trazer fama e ao invés disso trouxeram desastre atrás de desastre, a única opção seria acabar com tudo.
Encenar um término. Seguir a vida. Esperar que os fãs esquecessem de tudo.
Parecia tão fácil em teoria. Então por que Chuuya sentia essa vontade arrebatadora de gritar e desabar em lágrimas?
Era infantilidade? Sentir que era uma injustiça tirar Dazai dele? Arrancar dessa forma abrupta e sem anestesia?
Ao chegar no prédio, subiram de elevador em silêncio. Um acordo de conversar apenas quando estivessem sozinhos. Uma ilusão de segurança.
Dazai bateu a porta do apartamento. O hall de entrada em formato octagonal os recebeu frio e silencioso.
Dazai arrancou o próprio casaco com certa violência.
"Ele me salvou." — disse, a voz fria, como se pingasse veneno em cada palavra — "Me tirou dos meus pais que não me queriam. Ele me quis. Ele me deu um propósito. O mínimo que posso fazer é pagar com obediência."
Chuuya jogou os próprios sapatos num canto.
"Repete e eu te dou um soco. Você não deve nada àquele filho da puta."
Dazai estava caminhando de um lado para o outro no hall. Seu cabelo parecia uma rosa negra desabrochando como uma explosão, em várias direções diferentes.
"Eu nunca quis tanto matar alguém como naquela hora. Acho que se Ango não estivesse lá eu faria. Sabia que é bem fácil asfixiar alguém com a própria gravata?"
"Eu te ajudaria." — Chuuya comentou, desanimado. Uma calma fria tomava seu corpo. Como se aceitasse derrota.
"Estou desafiando ele." — Dazai esfregou as mãos no rosto — "Não estou seguindo as regras. E agora ele vai me fazer implorar. Ele quer que eu implore pra que não tire de mim a única coisa-"
Ele parou subitamente e se virou para Chuuya. A máscara não existia. Completamente despido de sua armadura. Deixando em clara vista a expressão vulnerável, transtornada.
"Chuuya." — Dazai atravessou o hall em passos largos e parou em frente a ele. Suas mãos tremiam quando levaram o rosto de Chuuya para perto, até as bocas roçarem e implorou no espaço entre eles — "Eu preciso de você."
"Eu também." — Chuuya sussurrou, sem fôlego — "Agora."
Foi permissão suficiente.
Dazai enroscou um dedo na gargantilha de couro e puxou. Fazendo Chuuya engasgar e nem ter tempo de se recuperar antes das bocas se encontrarem. E era um beijo profundo. Intenso. Beirando ao possessivo.
Dazai estava desesperado. O consumindo em toda parte ao mesmo tempo. Mãos no cabelo. Na extensão das costas. Apertando a bunda. Agarrando suas coxas e o erguendo do chão.
Chuuya arquejou em seus lábios. Um cacho ruivo caindo no rosto e sendo pego na tensão frenética.
Dazai o prensou na parede e afastou a mecha ruiva para trás da orelha. A boca seguindo o mesmo caminho, a respiração quente na bochecha de Chuuya, escalando para morder o lóbulo e descendo de volta para o pescoço.
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The Night Know Our Secrets
Fiksi PenggemarChuuya sempre soube que seu casamento seria arranjado. O que ele não esperava era seu noivo ser o homem mais irritante da face da terra e por todo o mundo da internet ficar obcecado com o relacionamento dos dois.