Capítulo 5 : Uma espiadinha não faz mal

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Após a sobremesa, Seulgi e Irene queriam privacidade, e estava nítido pelo modo como flertavam, só que de uma maneira nada gentil. Kang Seulgi pediu à filha para apresentar o quarto para Yeri, que nitidamente já conhecia.

Chaeyoung, mesmo assim, consentiu com o pedido de Seulgi. Ela e Yeri pediram licença, saindo da mesa e caminhando até o quarto da loira.

— Não achei que nos encontraríamos tão rapidamente — disse Yeri, encolhendo-se contra a porta enquanto a neozelandesa estava sentada na cama. — Mas já que estamos aqui, podemos aproveitar — sugeriu, indo na direção da loira de maneira sedutora.

Chaeyoung não sabia como agir. Se deveria deixar a mulher beijá-la ou impedir, já que as mães delas eram namoradas. A segunda opção parecia a correta.

— Yeri — Park a afastou pelos ombros quando ela se inclinou para beijá-la. Chaeyoung viu a decepção visível nos olhos da filha de Irene, que bufou e se afastou. — Eu não quero nada com ninguém por agora — disse a pintora de maneira delicada.

A verdade é que estava com medo de amar novamente. O último, que foi um babaca, deixou uma enorme cicatriz que demoraria a fechar. Chaeyoung pensava que não poderia confiar em ninguém novamente, pois as ações das pessoas seriam imprevisíveis quando se tratava de outra pessoa.

— Acho que não estou exigindo um relacionamento — disse Yeri, com a mandíbula contraída. A mulher sentou ao lado de Chaeyoung na cama, que tinha os cotovelos apoiados na coxa.

— Mesmo que fosse apenas sexo casual, eu não iria querer, já que você é filha da namorada da minha mãe — explicou Park, e Yeri concordou.

— Tudo bem — a mulher bateu as mãos na cama e emburrou o rosto.

Chaeyoung continuou sentada, esperando o momento em que Irene subiria e chamaria a filha para ir embora, tirando as duas daquele clima pesado. Seria bom caso se dessem bem, já que com o namoro das mães dando certo, provavelmente iriam querer passar as festividades juntas.

Park jogou a cabeça para trás, deitando-se completamente na cama. Estava se sentindo como uma adolescente emburrada.

Porém, algo do outro lado da rua, mais especificamente do outro lado da janela, despertou o interesse da neozelandesa, que até se deitou de bruços para ver se estava vendo aquilo corretamente.

Sabia que era errado olhar, mas aquela simples cena a enfeitiçava. Jennie, em uma toalha, que supostamente havia acabado de sair do banho, trocava-se com as cortinas abertas, sem perceber que alguém a estava espiando.

Yeri, que estava ao lado, entretida no celular, ao pegar a neozelandesa olhando fixamente para um ponto, quis saber o que era e entortou a cabeça para olhar, mas bem na hora, Jennie fechou as cortinas e Chaeyoung suspirou aliviada.

— Com licença, posso entrar? — Irene bateu na porta e, antes que Park respondesse, foi abrindo. — Yeri, vamos? — A mulher assentiu e passou por Chaeyoung sem se despedir, o que deixou a mãe confusa. — Chaeyoung? Obrigada por não ter implicado comigo — disse Irene, rindo e balançando a cabeça.

— De nada — a porta do quarto foi fechada, e a loira enfiou a cabeça no travesseiro.

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O relógio marcava oito em ponto da manhã quando Chaeyoung foi despertada pelo som da campainha. Resmungou e xingou quem quer que a estivesse incomodando naquele horário. O barulho cessou logo após Seulgi ir atender a porta e pegar uma encomenda, cujo entregador dizia ser para Park Chaeyoung.

Ainda sonolenta, Seulgi subiu as escadas até o quarto da filha. Não estava acostumada a acordar àquela hora, apenas uma hora mais tarde.

Abriu a porta do quarto de Park, que revirou na cama ao ser acordada, e franziu a testa ao não entender o que Kang fazia dentro do quarto dela.

— É para você. E caso encomende mais alguma coisa, atenda você mesma.

— Mas eu não... — E Seulgi bateu a porta do quarto.

A neozelandesa coçou os olhos e se acomodou na cama, tirando o laço vermelho do embrulho.

Em um cartão que estava na caixa, tinha o nome escrito: "JK Ruby" e mais abaixo uma mensagem.

"Talvez este pequeno presente te encoraje, se não, fique com ele mesmo assim.

Ass: JK"

Claramente, era Jennie quem havia mandado aquele blazer preto listrado junto com uma calça com a mesma estampa. E as iniciais "JKR" presas aos botões da roupa de cima. Chaeyoung não poderia aceitar aquele presente, não depois de ter visto Kim nua. E também, o que Jisoo pensaria disso se soubesse?

A cabeça de Park ficou perturbada, e a maneira de esvaziar seria correndo, já que passaria mal se ingerisse álcool pela manhã.

Colocou um short e uma blusa branca regata, prendeu os cabelos e pegou uma garrafinha de água, indo para o lado de fora da casa. Ao sair, observou Jennie alongando-se na sacada.

— Chaeyoung? Você vai correr também? Vem cá — disse Jennie.

Park Chaeyoung iria passar direto, mas Ruby a notou.

— Já se alongou? — Chaeyoung balançou a cabeça, não tinha palavras para responder. — Me ajuda então? Depois eu te ajudo.

— Tá bom — Jennie esticou os braços para frente para se alongar, e no segundo em que baixou a cabeça, a neozelandesa não deixou de reparar nos seios da mulher que tinha visto no dia anterior, mas virou a cabeça assim que Ruby mudou a posição.

— Eu sei que você me viu ontem — disse Jennie, percebendo que causou uma reação em Park.

— Jennie... Olha, eu não quis... — Chaeyoung ficou vermelha, sentindo o corpo esquentar e a temperatura subir descontroladamente.

— Ah, não, tá tudo bem, Park — a loira gostava de como o sobrenome soava na boca de Kim. — Eu não contei nada para a Jisoo, e nem vou contar...

— Jennie, eu realmente não queria. Se tiver algo que eu possa fazer para me redimir...

— Tem, Park. — Agora a loira ajudava Jennie a alongar as pernas. — Três coisas. A primeira delas é aceitar trabalhar comigo, a segunda, adicionar meu número no celular, e a terceira, às oito da noite, abra suas cortinas. — As mãos de Chaeyoung tremiam e a pintora suava frio, sentindo-se no dever de aceitar aquelas condições de Jennie.

— E, Jennie, sobre o presente, eu não posso...

— E a quarta condição, Park, é aceitar meu presente. Não aceito devoluções — Jennie terminou de se alongar e começou a ajudar a neozelandesa, que estava tensa. — Acho que você precisa de uma massagem, tá muito tensa.

— Não, não preciso — Chaeyoung se soltou de Ruby, que franziu o canto dos olhos, e no entanto, começaram a correr.

Em meio àquela corrida, Park sentia os olhos de Jennie queimando sobre si, e realmente estavam, já que Ruby não parava de encarar a bunda de Chaeyoung.

— Por que disse que corria naquele horário se corre mais cedo? — questionou a neozelandesa. E Jennie franziu as sobrancelhas, erguendo a cabeça para frente e focando no assunto, já que sua atenção estava em outra coisa.

— Já pensou que talvez fosse porque eu queria sua companhia? — gostava de brincar com Park daquela maneira e ver a pintora ficando envergonhada.

— Você não pode ficar me dizendo essas coisas — afirmou. Afinal de contas, não queria se intrometer no relacionamento de Jennie e Jisoo.

— Que coisas? — Jennie se fez de desentendida e passou a correr ao lado de Park. — Eu só queria uma companhia naquele dia. Jisoo costuma treinar em casa, e não leve minhas brincadeiras como flerte, não estou dando em cima de você. — No momento em que Kim ultrapassou Chaeyoung, jurou ver o ego dela desinflar, e sorriu satisfeita.

Vizinha Tentação - ChaejensooOnde histórias criam vida. Descubra agora