Você aceitaria viajar com um louco em uma caixa?
Encontrada pelo Doutor, um alienígena e Amélia, sua companheira de viagens, Astéria uma garota um pouco confusa e perdida sobre seu passado, decide embarcar junto a eles em suas aventuras pelo tempo...
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Eu não sabia há quanto tempo eu estava encarando a parede à minha frente, sinceramente talvez nem quisesse saber. Minha cabeça doía fortemente e eu estava totalmente irritada e confusa, tentava a todo custo organizar os últimos acontecimentos em minha mente.
Mas eu sempre voltava para a mesma questão.
Foi real?
E novamente eu voltava a estaca zero, pois não conseguia distinguir exatamente o que minha mente havia criado e o que aconteceu de verdade. As estátuas dos anjos e aqueles gritos daquele homem, isso eu tinha certeza que era real, não poderia não ser, pois eu tinha aquela sensação batucando em meu peito, algo bem lá no fundo me dizendo que isso eu não inventei. E então o hospital, nada foi real, o Albert, a Suzzy, tudo foi uma mera ilusão da minha cabeça uma prisão que eu mesma criei.
Talvez eu realmente estivesse louca.
— Você quer algo para comer? — me assustei levemente com a voz da garota.
Ah, claro, ainda me esqueci disso.
Além de toda essa confusão, tinha esses dois estranhos que me faziam questionar se eu deveria agradecer por me encontrarem ou se deveria correr para o mais longe possível deles. A ruiva era muito bonita e gentil, sempre vinha ver como eu estava e me perguntava se eu precisava de algo, já o outro era completamente estranho e um possível tarado que tentou pegar em meus seios, dei um tapa tão forte em seu rosto que o juízo pareceu voltar a sua cabeça, ele quase não vem aqui, talvez para não me assustar e se for por isso fico grata.
— Você parece o Doutor — ela falou, olhei em seus olhos não entendendo muito bem sua afirmação. — Te fiz uma pergunta e você começou a divagar.
— Me desculpe, estou apenas cansada, é confusa, bastante confusa, na verdade.
Já tinha dois dias que eu estava ali com eles e bem, ninguém tinha realmente me explicado onde estávamos.
— Vem, vou levar você à cozinha, você precisa comer um pouco.
Amy, acho que esse é seu nome, me ajudou a me levantar e me guiou pelos corredores, nesse tempo em que estivesse acordada pode notar algumas coisas estranhas na enfermaria como alguns instrumentos que eu não tinha visto antes e como o lugar parecia se mover às vezes.
