Você aceitaria viajar com um louco em uma caixa?
Encontrada pelo Doutor, um alienígena e Amélia, sua companheira de viagens, Astéria uma garota um pouco confusa e perdida sobre seu passado, decide embarcar junto a eles em suas aventuras pelo tempo...
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Quando abri os olhos, uma dor lancinante pulsava em minha cabeça. Minhas lembranças eram turvas, mas uma voz ecoava em minha mente: a voz da mulher sinistra na pequena janela com seu tapa-olho esquisito. O que ela queria de mim, afinal? E onde diabos eu estava?
Tentei me erguer, mas minhas mãos estavam aprisionadas por amarras. Olhei ao redor da sala, branca e desolada, parecendo saída de um filme de terror hospitalar.
— Vejo que a bela adormecida finalmente acordou — disse a mulher com um sorriso sinistro.
— Onde estou? O que você quer comigo, sua megera.
Ela se aproximou lentamente, seus passos ecoando no silêncio tenso da sala.
— Quero apenas que você faça o que foi feita para fazer, quero que mate o Doutor.
Madame Kovarian apenas sorriu enquanto se aproximava com a seringa contendo o líquido verde sinistro. Eu me debatia, mas as amarras me mantinham imobilizada.
— Não vou! — exclamei com firmeza, embora sentisse meu corpo reagindo de forma estranha. — Eu... O que você fez?
Ela não poderia fazer isso comigo, não assim e não de novo.
— Relaxe, será rápido — ela disse com uma calma arrepiante, antes de injetar o conteúdo da seringa em meu braço.
Eu não possuía um destino definido, e o futuro, talvez, sequer tivesse uma linha contínua para se desenhar, pois minha existência parecia ser apenas um borrão entre propósitos não cumpridos e promessas quebradas. Lembro-me de ter sido moldada para um propósito grandioso, um dever que me foi imposto sem escolha. Criada para ser a salvadora de Gallifrey, no entanto, apenas testemunhei enquanto meu lar queimava em chamas.
Madame Kovarian, com sua arrogância insuportável, acreditava que eu era a mulher destinada a matar o Doutor.
Mas eu não sou a assassina que ela deseja que eu seja.
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De trás para frente, eu via minha existência como um quebra-cabeça mal montado, com peças que não se encaixavam. Uma criação fora de sintonia com o universo ao meu redor.
