Bom dia, boa tarde e boa noite.
Sim demorei, sim eu sei, sim desculpa.
1- Esse post estará em POV, para melhor expressão dos sentimentos.
2- ⚠️⚠️ A HISTÓRIA A SEGUIR CONTÉM GATILHOS ⚠️⚠️
3- O que for descrito aqui é sobre esta história e seu personagem, nada tem a ver com o ator em sua vida real.
________________________Deus sabe de todas as coisas, minha avó materna repetia isso todos os dias. De repente, me vi odiando esse tal Deus.
Se Ele sabe de todas as coisas, porque me fez assim? Se sabia que meu pai iria me odiar?
Não foi sempre assim, eu não era a criança mais inteligente, mas era muito bom em esportes e instrumentos musicais. Papai adorava isso, exibia o filho mais velho que era o número 1 do colégio, e o filho mais novo, que tinha medalhas e troféus que já não cabiam mais na estante da sala.
Até meus doze anos, quando inocentemente eu disse que achava meu amigo, da aula de bateria, bonito.
Poderia ser visto como algo inocente, mas meu pai sempre foi muito preconceituoso, um jeito antigo e antiquado de ver o mundo.
Lembro até hoje do dia que ele me encontrou brincando de boneca com minha prima Prim. Eu não gostava de rosa e de bonecas, mas adorava minha pequena prima de olhos brilhantes, era apenas uma brincadeira.
Levei a minha primeira surra naquele dia.
"— Homens não brincam com coisas de meninas. "
Ele dizia enquanto o cinto ardia em minhas pernas e costas.
Mamãe sempre foi carinhosa, mas com o medo que tinha de meu pai deixá-la, acabou me sufocando com seus conselhos nada gentis.
"— Você pode ser normal, por favor?"
Foi o que ela me disse em meu aniversário de quinze anos. Tudo por ter visto meu melhor amigo me abraçando um pouco demais, depois de me dar um presente.
Por mais idiota e escroto que meu irmão fosse, ele era o único que me aceitava. Suas piadas não eram homofóbicas, mas eram sempre sem noção.
Quando meu pai me bateu por causa de um vizinho que disse ter me visto de mãos dadas com um garoto, meu irmão não me defendeu, mas me levou comer hambúrguer e fritas, e segurou minha mão durante a noite.
Eu e meu irmão não nos odiamos de verdade, eu sei disso. Mas meu pai o julgaria e o dominaria se soubesse a verdade.
Enquanto estou deitado pensando em tudo isso, o sorriso inocente de Nanon surge em minha mente. Será que ele passou por algo do tipo? Até onde ele me entenderia?
Pensando na juventude dele, uma memória retorna, me causando náuseas.
Eu tinha recém feito dezoito anos, e pela primeira vez estava em um relacionamento sério com outro garoto.
Com medo da minha familia descobrir, eu escondi o máximo que conseguia, sem sorrisos enquanto lia mensagens, sem fotos que pudessem indicar qualquer relacionamento mais íntimo. Mas claro que para ele isso começou a se tornar um problema.
Em um final de semana que meus pais não estariam em casa, eu o convidei para dormir comigo, para lhe dar um pouco mais de segurança.
O problema foi que meus pais discutiram, e como sempre, para castigar minha mãe, ele desistiu do passeio.
Eu e Jay estávamos na cozinha, apenas cozinhando e rindo. Mas no momento que ele me abraçou pro trás, meu pai invadiu o ambiente e seus olhos pareciam pegar fogo.
Sem falar comigo, ele dispensou meu namorado, até mesmo pediu para o motorista levá-lo até sua casa. E quando a porta se fechou, descobri que meu pai era um monstro.
- Eu decidi fazer vista grossa, garotos tem suas fases. Mas trazer essa sujeira para dentro de casa foi demais.
- Pai..
O primeiro tapa me deixou assustado, o segundo me quebrou a alma, no terceiro eu já não estava mais em meu corpo.
- A partir de hoje você irá sair da escola e voltar para casa, depois irá para a empresa, aprender algo de útil. Vou monitorar seus cartões, e seu celular.
Ele falava enquanto pegava minhas coisas.
- Eu disse que te aceitaria burro, mas não vai me envergonhar assim.
Não conseguia responder, minha mente estava lenta, enquanto eu via toda minha vida se tornar um terror.
Perth chegou enquanto ele ainda gritava, no momento que ele fechou o punho, por achar que eu estava debochando dele ao não responder suas perguntas, meu irmão segurou seu braço no ar.
- Já chega, pai. - Meu coração se afundou no peito. - Se o senhor marcar o rosto dele, ainda estará marcado para a foto no final de semana.
Naquele momento, aquela frase me esfaqueou diversas vezes no peito, mais tarde, entendi que meu irmão sabia que aquilo seria a única coisa que faria nosso pai parar.
As memórias vão e voltam, se unem as que vivi nos últimos dias, e de repente não sou mais o homem adulto, que coordena projetos milionários, sou só um garoto que pensa ser burro, porque assim seja pai o fez acreditar.
Afogado, respiro e me seguro na borda quando meu celular toca, quando digo alô, a voz debochada de Nanon preenche meu ouvido, e meu coração.
___________________________________
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
IT'S A MATCH
FanfictionOhm Pawat e Nanon Korapat não tem nada a ver um com o outro. Um é o milionário herdeiro de um conglomerado de hotéis de turismo na Tailândia, e o outro um universitário em seu último ano, que está atualmente trabalhando em empregos de meio período...