suddenly 30 · jaeyong

um

Onde é que eu tô? Okay, vamos refazer nossos passos. Meus passos, no caso.

Meu aniversário de quinze anos, em casa, Ten Lee me deu um beijo na bochecha, briguei com meus pais, comi bolo até dormir. Então como caralhos eu vim parar seminu na casa de um total estranho?

Senti o cara se remexer atrás de mim, o som da sua risada ecoou no quarto escuro pela cortina.

-Bom dia, meu amor. - Beijou meu pescoço, não respondi e acho que ele estranhou isso. - O que houve, bebê? - Senti ele levantando o tronco na cama.

Num ato de coragem, me virei para ver quem era. Caralho, que vida de merda essa minha. Tanta gente no mundo e tinha que ser ele.

-Nem fudendo que dormi com você... - murmurei, notei sua face mudando para confusão.

-Como assim?

-Sete bilhões de pessoas no mundo e tinha que ser você.

-Bebê, do que está falando? - Sentou na cama, sentei também de pernas cruzadas de frente para ele.

-Em que ano estamos?

-Taeyong, está me assustando.

-Hoje é dois de julho de dois mil e onze.

-Não, Tae, hoje é quatorze de agosto de dois mil e vinte e três.

-Não, não é não.

-Amor, olha pra mim. - Pediu colocando a mão no meu rosto. No susto, levantei da cama e comecei a me afastar, ele repetiu o primeiro ato se aproximando devagar de mim.

-Isso não tá acontecendo, não tá. - Coloquei a mão na cabeça.

-Tae, bebê, vai ficar tudo bem... - Segurou meu rosto com as duas me fazendo olhar em seus olhos.

Não racionei o bastante para manter meu corpo em pé, acabei caindo e ele veio junto por impulso. Não passava nada na minha mente além de suas palavras carregadas de cuidado, tão diferente de antigamente.

Não sei onde entou, como estou, quem eu sou, mas quero voltar a ser quem eu era a oito horas atrás.